Deuses não rezam: a invencível ascensão do meu ser
Não há retorno, não há possibilidade de recuar. Já vi o suficiente, experimentei o que o mundo tinha para me oferecer, e não sou mais a mesma. Aquilo que antes era veneno, transformou-se numa fúria impetuosa, uma força que não pode ser contida. Pintei a minha jornada de preto, como se a própria sombra da minha existência fosse um reflexo do que enfrentei e venci. Não preciso de um toque dourado, de uma bênção externa que me transforme, porque já estou no centro da minha própria história. A minha essência, as minhas vitórias e derrotas, estão escritas na primeira página.
Cheguei, conquistei, fiz as águas se abrirem à minha frente. Não vim para ser temporária, para ser uma chama que logo se apaga; estou aqui para ficar. No caminho, já experimentei tanto a vitória quanto a perda, já paguei o preço exigido por ser quem sou, e nunca, nunca me quebrarei.
O mundo lá embaixo pode continuar a girar, mas eu, não. Eu não desço mais, não volto para o nível comum dos mortais. Os deuses não rezam. Não há súplica, não há preces, porque já transcendi o que significa pedir algo, simplesmente agradeço. Reservem as orações para quem ainda necessita de um salvador, para quem ainda crê que há algo externo que pode mudar o seu destino. Os deuses não rezam. Eles já compreenderam que a força está dentro de si.
Podem amar-me, odiar-me, podem tentar tornar-me feia, quebrar-me e envergonhar-me. Mas o que poucos percebem é que, lá do alto, de onde observo agora, a vista é diferente. É clara, é ampla, é libertadora. A subida foi dura, mas a posição de onde vejo o mundo é inalcançável para aqueles que ainda se prendem às suas limitações.
A vida é um palco, e muitos continuam a lutar no escuro, sem saber que o verdadeiro poder reside na aceitação do próprio ser. Vi homens tentarem tornar-se deuses, com as suas armas carregadas, prontos para conquistar a noite iluminada pela lua. Mas no fim, ainda que sintam que acertaram o rumo, eles suam sob a sombra, inseguros, enquanto eu caminho livre, de cabeça erguida.
Porque eu conquistei, atravessei oceanos de dúvida e incerteza, e agora, estou aqui para sempre. Ganhei e perdi, mas em cada perda, encontrei um novo nível de poder, uma nova camada de quem sou. Paguei o preço, mas nunca me parti. A minha integridade, forjada em momentos de caos, é inquebrável.
O mundo pode continuar com os seus circos, com as suas ilusões e distrações. Podem pilhar o que quiserem, mas a fortuna é volátil, a sorte é passageira. Eu sei disso. E sei também que o futuro é muitas vezes sombrio para aqueles que ainda se iludem com promessas de segurança. Mas para mim, isso já não importa. Já transcendi a necessidade de garantia. Já me tornei imortal na minha consciência.
E assim, mesmo quando o caos se espalha ao meu redor, quando as vozes de dúvida e fraqueza tentam invadir o meu espaço, mantenho-me firme, no meu lugar, intocável. Nunca mais desço, nunca mais baixo a cabeça. Porque os deuses não rezam. Eles sabem que, em última instância, tudo depende da força que já possuem dentro de si.
Amem-me, odeiem-me, façam o que quiserem. Tentem mudar a minha forma, a minha aparência, tentem derrubar-me. Mas a vista daqui, deste lugar elevado onde me encontro, é algo que apenas eu conheço. E é um privilégio que só aqueles que superam o comum podem experimentar.
Porque os deuses não rezam. Eles já conquistaram o seu lugar.