Queria... Quero
Queria ser a brisa que toca o teu rosto, não apenas para refrescar a tua pele, mas para trazer consigo o sussurro do universo, aquele murmúrio que acalma a mente e desperta a alma. Seria o sopro leve que se entrelaça com os teus pensamentos e os leva para longe, para um lugar onde a inquietação não existe, onde tudo é leveza e harmonia.
Queria ser o sol que ilumina o teu caminho, não só com a luz que dissipa as sombras, mas com um calor que penetra suavemente, aquecendo cada recanto do teu ser, tornando-te consciente da força que carregas dentro de ti. Seria a aurora que, ao romper a escuridão, te relembra que sempre há um novo dia, uma nova oportunidade para renascer, para caminhar com mais firmeza, guiado por uma luz interior que jamais se apaga.
Queria ser a melodia que embala o teu sono, não apenas para adormecer-te, mas para transportar-te a lugares desconhecidos, onde os teus sonhos são vastos e livres, onde o teu espírito pode voar sem limites. Seria a canção que, ainda que sem palavras, te diz tudo o que precisas ouvir, acalmando os murmúrios da mente e trazendo paz ao coração inquieto.
Queria ser o abraço que te envolve, não só com braços físicos, mas com a certeza de pertencimento, um abrigo intangível onde podes descansar, onde te permites ser vulnerável sem medo. Seria aquele abraço que não só conforta, mas que conecta duas almas em silêncio, transmitindo mais do que palavras jamais poderiam dizer — o abraço que diz "estou aqui", sem precisar de mais nada.
Queria ser a estrela que guia a tua noite, não só para iluminar o escuro, mas para te lembrar que mesmo nas horas mais profundas de solidão, há sempre um brilho, uma faísca de esperança a seguir. Seria aquela estrela que, mesmo distante, mantém-se fiel, constante, uma presença que te guia para além da escuridão, para além das incertezas, mostrando-te que sempre há algo maior, um destino ainda a ser descoberto.
Queria ser a flor que desabrocha no teu jardim, não apenas para embelezar o ambiente, mas para te mostrar a fragilidade e a força da vida. Seria a flor que, em cada pétala, traz a lição de que o belo muitas vezes nasce do simples, e que a essência das coisas mais puras está na sua capacidade de existir em harmonia com o ciclo natural da vida — desabrochar, florescer e, eventualmente, entregar-se ao vento.
Queria ser o sorriso que espanta a tua tristeza, não só para te fazer sorrir de volta, mas para te lembrar que, mesmo nos momentos mais sombrios, há dentro de ti uma luz que não se apaga. Seria aquele sorriso que traz consigo a memória de dias felizes, que resgata a leveza de um tempo em que a vida parecia mais simples, mas que ao mesmo tempo te diz que a felicidade ainda está ao alcance das tuas mãos, esperando para ser redescoberta.
Queria ser o amor que te faz sentir pleno, não só para encher o teu coração de afeto, mas para te mostrar a profundidade do que é estar verdadeiramente ligado a outro ser. Seria o amor que transcende o efémero, aquele que não precisa de palavras nem de promessas para existir, que simplesmente se manifesta na presença, na partilha, no silêncio cúmplice de quem se conhece e se aceita plenamente.
Queria ser a chuva que cai sobre ti, não só para refrescar o teu corpo, mas para limpar as tuas feridas, para lavar as mágoas e angústias que carregas. Seria a chuva que, gota a gota, te renova, te traz de volta à tua essência mais pura, como se cada pingo fosse uma nova chance de recomeçar, de te sentir renovado, leve, pronto para o que a vida ainda tem para te oferecer.
Queria ser o vento que leva as tuas preocupações, não só para dispersar as nuvens pesadas da mente, mas para soprar no teu íntimo um novo fôlego, uma nova perspetiva. Seria o vento que te relembra que, assim como ele, tudo passa — os medos, as dúvidas, as incertezas. E que o que permanece é a tua capacidade de te reinventares, de te adaptares, de voares para além das limitações que tantas vezes te impões.
Queria ser a paz que acalma o teu coração, não apenas nas horas de descanso, mas nos momentos mais turbulentos, nos dias em que a tempestade te ameaça. Seria a serenidade que te lembra que, mesmo em meio ao caos, há sempre um centro calmo dentro de ti, uma quietude que podes encontrar quando te permites parar, respirar, e ouvir o silêncio que reside no fundo da tua alma.
Por fim, queria ser a alegria que preenche os teus dias, não só nos momentos de riso, mas também nas pequenas coisas — no cheiro do café de manhã, no som da chuva a bater na janela, no brilho de uma conversa sincera. Seria a alegria que não depende de grandes eventos, mas que se revela nas entrelinhas da vida, que te acompanha silenciosamente e que, mesmo nos dias difíceis, te faz lembrar que há sempre uma razão para sorrir, para continuar, para viver.