De olhos fechados: um mergulho na minha resiliência
Voltar "dos mortos" – uma metáfora poderosa para mim, que já estive no fundo do poço, enfrentando horrores inimagináveis. A minha resiliência não é a ausência de dor, é a capacidade de seguir em frente apesar dela. Sei que, embora as palavras e os golpes possam marcar-me, jamais me definem. Enfrentei chicotadas da vida, tanto físicas quanto emocionais, mas sobrevivi e emergi mais forte. Há uma aceitação crua: o amanhã não está garantido, e os anjos – ou as esperanças – nem sempre estão ao meu redor. Mas essa consciência, em vez de me desesperar, dá-me uma determinação feroz.
Dentro de um labirinto de escuridão, sem luz, sem uma saída aparente, a mensagem é clara: “Eu fui feita para isto”. Quando o medo se instala, é a minha coragem, forjada por já ter visto o pior, que prevalece. É a minha capacidade de não apenas sobreviver, mas de prosperar em meio ao caos. E, no auge da resiliência, eu alcanço um estado de tal confiança que até as piores adversidades posso enfrentar de olhos fechados.
Rejeito a falsa promessa de que o conforto ou a medicação curam todas as dores. A verdadeira cura está na aceitação da luta, na minha perseverança. Todas as cicatrizes, todas as feridas sangradas, são, em última análise, marcas da minha superação. E, mesmo quando sou traída pelas falsas faces da vida, continuo. Porque, no fundo, nunca estou verdadeiramente derrotada enquanto mantiver a capacidade de me levantar.
Ao longo do caminho, muitos tentam prender-me, limitar-me, mas a verdade é que, tendo eu já enfrentado a escuridão, encontrei uma liberdade interna que ninguém me pode tirar. A chave para essa liberdade não está nas mãos dos outros – está dentro de mim. Assim, mesmo que me lancem dentro de uma prisão ou de um labirinto, o meu espírito permanece indomável.
Dirigir com as mãos ao alto – essa metáfora da entrega – é o auge da minha confiança. Confio no destino em Deus, confio que, mesmo nos momentos mais difíceis, ainda estou no controle do que realmente importa: o meu ser, a minha essência. Não é uma desistência, mas uma rendição à certeza de que a minha capacidade de sobreviver transcende as circunstâncias.
E então, quando a tempestade passa, quando a violência cessa, tomo uma decisão interna: viver os meus dias como uma ilha. A solidão aqui não é de isolamento, mas de independência emocional. A minha força reside na habilidade de encontrar paz dentro de mim, mesmo quando o mundo lá fora está em caos.
Em última análise, o percurso é de autossuficiência. Tenho a confiança de que, por mais difíceis que sejam os desafios, por mais escuras que sejam as noites, posso enfrentá-los de olhos fechados. Porque a minha verdadeira força não está em evitar as dificuldades, mas em enfrentá-las de frente, sabendo que, no final, sou eu que moldo o meu destino.