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Não me toque!

 O toque, em sua essência, é uma manifestação profunda do sentido do tato, uma forma de conexão que vai além da simples percepção física. Através dele, somos capazes de sentir as texturas, as temperaturas, a suavidade ou a aspereza do mundo que nos rodeia. Contudo, o toque não se limita ao domínio sensorial; ele transcende para o campo emocional, onde assume significados ainda mais profundos e complexos. Na minha experiência, o toque pode tanto curar quanto ferir. Gestos como abraços, beijos ou carícias, que em circunstâncias normais expressam carinho e proximidade, podem tornar-se insuportáveis quando emanam de quem nos magoou profundamente. Só repudiei o toque de duas pessoas na minha vida, mas esses repúdios foram intensos e marcantes. Aversão à falsidade e à falta de humanidade são sentimentos que, uma vez despertados, ferem a alma de maneira profunda. As dores na alma, essas que não se veem mas se sentem com uma intensidade avassaladora, são como feridas invisíveis que corroem...

Abraço

 Quando abraço, não o faço por mera convenção ou impulso momentâneo. O abraço, para mim, é um gesto carregado de significados profundos e intenções sinceras. Cada vez que envolvo alguém nos meus braços, não se trata apenas de um simples contato físico; ponho ali os meus sentimentos, o meu carinho, o meu respeito, e até a minha fidelidade. Um abraço é, para mim, um ato de entrega e partilha, uma forma de transmitir, sem palavras, tudo o que sinto pela pessoa que tenho diante de mim. Abraçar vai muito além do toque; é oferecer uma parte de mim, é envolver o outro na segurança e no conforto que só um gesto genuíno pode proporcionar. Considero cada abraço como uma oportunidade de fortalecer laços, de manifestar a minha consideração e de expressar, de forma tangível, o carinho que nutro por quem me rodeia. Não abraço por abraçar, pois cada gesto é feito com consciência e intenção, e cada abraço é uma forma de dizer, sem palavras, que estou presente, que me importo, e que estarei sempre ...

Tempo

 É intrigante como o tempo, essa entidade implacável e irrecuperável, molda as nossas vidas de maneiras que nem sempre compreendemos plenamente. O tempo, na sua essência, não se compra, não se recusa a avançar, não retrocede, e ainda assim, muitos continuam a tratá-lo com uma leviandade desconcertante, como se a sua abundância fosse infinita. A realidade, porém, é bem distinta; o tempo é limitado, finito, e cada indivíduo é agraciado com uma porção determinada, que pode variar em duração, mas cuja essência permanece inalterável. Ao longo da minha existência, dediquei uma parcela significativa do meu tempo e da minha atenção a diversas pessoas. Contudo, ao refletir sobre estas vivências, constato que nem todos os destinatários desse investimento temporal eram merecedores. Em muitas ocasiões, horas preciosas foram despendidas a escutar, aconselhar, motivar e, de forma autêntica, a revelar a minha verdadeira essência. Se, por um lado, tais interações podem ser vistas como tempo desper...

Sozinha 😉

 Viver sozinha, dia após dia, sem expectativas nem perspectivas, é uma experiência singular que desdobra um panorama de nuances inesperadas e provocativas. A liberdade que advém da ausência de compromissos futuros ou de expectativas por cumprir permite-me explorar uma dimensão existencial que, de outra forma, permaneceria impenetrável. A cada manhã, ao despertar, dou-me conta de que o futuro é um conceito tão abstrato quanto uma miragem no horizonte. Sem a pressão das metas a alcançar ou dos sonhos a realizar, encontro um peculiar alívio na simplicidade do presente. O meu quotidiano desdobra-se como um livro em que cada página é escrita no momento, sem enredo predeterminado ou capítulos a seguir. No entanto, esta ausência de expectativas não é sinónimo de estagnação ou apatia. Pelo contrário, revela-se um terreno fértil para a experimentação e a descoberta. Cada instante é uma oportunidade para me entregar ao prazer das pequenas coisas: uma conversa com um desconhecido, a contempla...

Vínculos Inquebráveis

A parte mais essencial da minha existência reside nos meus filhos, sendo o meu filho mais novo aquele que mais se assemelha a mim, tanto na fisionomia quanto no temperamento. Entre nós, há um vínculo que transcende o entendimento comum; é como se o cordão umbilical jamais tivesse sido cortado, perpetuando uma conexão visceral e profunda. Esta ligação manifesta-se numa cumplicidade única, onde o simples cruzar de olhares é suficiente para percebermos quando algo não está bem. Mantemos um diálogo constante, partilhamos não apenas momentos de alegria, mas também silêncios significativos, nos quais a presença é mais eloquente do que as palavras. Estou sempre disponível para ele, assim como para a minha filha mais velha, já maior de idade, embora, por ora, me centre na relação com ele. Esforço-me para estar presente, orientá-lo em todas as etapas da vida, oferecendo-lhe não apenas carinho, mas também a disciplina necessária para moldar o seu caráter. O amor que lhe dedico é incondicional, e...