Sexo

Ah, o parque, esse refúgio de paz onde a natureza se entrelaça com os devaneios mais íntimos das nossas mentes. Sentada ali, no banco, ao lado da minha prima, com o sol a aquecer-nos a pele e o som dos patos a esvoaçar pelo lago, o cenário parecia perfeito para uma conversa sobre qualquer coisa – mas por que não, então, sobre o sexo, esse tema que tanto intriga-nos e fascina?

E foi aí que a conversa tomou aquele rumo inesperado, mas deliciosamente inevitável. A começar por aquelas histórias de encontros passados, de olhares trocados com promessas silenciosas e de noites em que o desejo falou mais alto do que qualquer convenção social. Porque, sejamos sinceras, há um certo prazer em recordar os momentos em que o corpo fala mais alto que a mente, e em que a pele se torna o palco de um espetáculo onde somos, simultaneamente, protagonistas e espectadoras.

Agora, há que esclarecer algo: no reino dos prazeres carnais, sou um tanto quanto... dominadora, para não dizer mesmo despótica. Ah, sim, porque no sexo, gosto de ter o controlo nas minhas mãos – ou melhor, no meu corpo. Se é para fazer, que se faça bem feito, e para isso, nada melhor do que eu ditar as regras. Adoro a sensação de estar por cima, de sentir cada movimento e cada estremecimento, de ver nos olhos do outro o reflexo do meu poder. É um jogo de sedução, onde a minha intensidade marca o compasso, e onde o meu corpo é tanto uma arma de prazer como de dominação.

E quando digo que gosto de mandar, não estou a exagerar. Gosto de tomar o controlo, de sentir as unhas a cravarem-se nas costas, de puxar os cabelos e morder o lábio inferior – tudo com a dose certa de força e desejo. Gosto de deixar a minha marca, de saber que o outro sairá daquela cama a pensar em mim durante dias, semanas, quem sabe até meses. Porque, convenhamos, o sexo não é só físico; é uma dança mental onde cada toque é uma promessa e cada movimento é uma afirmação de poder.

Há momentos em que o ritmo acelera, em que os corpos se entrelaçam de tal forma que já não se distingue onde um termina e o outro começa. Nessas alturas, gosto de intensificar o jogo, de variar as posições, de testar os limites – os meus e os do outro. Porque o prazer, esse prazer bruto e primitivo, exige ousadia e criatividade. E se há algo que me excita é a surpresa, o inesperado, aquele momento em que, de repente, tudo se torna possível, e onde o prazer atinge um clímax quase violento, deixando-nos exaustos, mas satisfeitos.

E assim, entre risadas e confissões sem filtros, eu e a minha prima trocámos histórias e segredos, como se o parque fosse o nosso confessionário privado. Rimos até as lágrimas nos correrem pelo rosto, porque no fundo sabemos que o verdadeiro prazer, aquele que realmente importa, é tanto físico como mental. E não há nada mais libertador do que discutir os nossos desejos mais íntimos sem vergonha, sem pudores, e com uma boa dose de humor negro. Afinal, o sexo é para ser vivido com intensidade, e o riso é a cereja no topo desse bolo delicioso. 

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