Refúgio
Na minha busca por refúgios onde a tranquilidade se entrelaça com a proteção contra encontros indesejados, descubro que o Tejo e a praia se destacam como os meus santuários preferidos.
A missa é um primeiro espaço de serenidade. Ali, envolta na liturgia e nos cânticos, sinto-me protegida dos constrangimentos do quotidiano. A ordem das palavras e a tranquilidade etérea da igreja oferecem-me um retiro espiritual, onde os fantasmas das relações sociais se tornam distantes e inofensivos.
No entanto, o Tejo surge como um refúgio igualmente cativante. As suas águas majestosas e o curso sereno proporcionam um espaço de introspecção sublime. Enquanto percorro as suas margens, o murmúrio suave da correnteza e o brilho da superfície sob a luz do sol criam um ambiente de isolamento pacífico. O Tejo, com o seu horizonte vasto e constante, representa um espaço onde posso respirar tranquilamente, longe das interações que prefiro evitar.
A praia, nas proximidades da minha residência, completa este quadro de tranquilidade. As areias familiares e o som constante das ondas oferecem-me um refúgio natural, onde a probabilidade de encontrar pessoas que desejo evitar é reduzida. A sensação de caminhar descalça pela areia, sentindo a frescura das águas atlânticas, é um prazer indescritível que me proporciona uma paz quase poética.
Nestes três lugares — a missa, o Tejo e a praia — encontro um equilíbrio delicado entre paz interior e isolamento desejado. Cada um oferece uma forma única de serenidade, permitindo-me ser eu mesma sem temores ou constrangimentos. No fundo, são esses espaços de beleza e calma que preservo como meus santuários pessoais, onde posso retirar-me e recarregar as energias longe da agitação social.