Madrugar
Acordo todos os dias com a leveza de quem vive entre palavras, e hoje, ao verificar as leituras matinais, não pude deixar de sorrir. Lá estava ela, a leitora madrugadora, fiel como o nascer do sol, a percorrer com os olhos ávidos os meus textos. São 5:30 da manhã, e já consigo imaginar a sua rotina: café quente na mão, olhos ainda semi-cerrados, mas a mente já desperta, a absorver cada palavra como se fossem notas de uma sinfonia.
Mas há algo que me intriga, algo que tenho vindo a notar nas suas visitas constantes. Apesar de ler com tanta regularidade os meus textos curtos, ainda não se aventurou a sugerir um tema. Será timidez? Ou talvez uma preferência por tópicos mais específicos, daqueles que tocam o coração de forma silenciosa, mas profunda? Fico a pensar: o que é que a senhora, com todo o seu cuidado e discrição, gostaria de ler? Qual seria o tema que a faria emergir da sombra da leitura silenciosa e participar nesta dança das palavras?
Hoje, decido lançar-lhe um desafio: proponha o tema, sem receio, sem hesitação. Estou pronta para explorar as suas ideias, transformar o que quer que seja numa narrativa que lhe toque a alma. Sei que prefere algo específico, talvez até mesmo intimista, e prometo que, seja qual for o assunto, vou tratá-lo com a mesma dedicação que coloco em cada palavra que escrevo.
Então, minha leitora das madrugadas, o palco é seu. Qual será o próximo tema? A expectativa já me faz sorrir, e mal posso esperar para ver que nova inspiração vai trazer à luz. E enquanto isso, continuo aqui, à espera, a saborear o momento, sabendo que, qualquer que seja a sua escolha, vai ser o início de uma nova e fascinante viagem pelas palavras. Pode propor uma narrativa sobre rabos de idosos, o amor proibido, a varredora psicopata, a professora narcisista. Escreva sua sentença ou ligue para meu número antigo o primeiro que tive e agora vou deixar de ter.