Livrái-me...
Ora bem, de certeza que já conhecemos alguém assim: aquela peça rara que se destaca numa multidão. A dissimulada de serviço, que entra numa sala como se fosse o anjo mais puro, mas na verdade é uma víbora camuflada. Ela é uma mentirosa nata, daquele tipo que mente com todos os dentes da boca e ainda consegue fazer-te sentir culpada por duvidares dela. É fascinante, quase que dá vontade de a aplaudir de pé.
Mas não se enganem, porque ela é tão falsa que até o próprio espelho se recusa a refletir a sua imagem real. Aquela simpatia toda? É tão autêntica como uma nota de três euros. Quando sorri, até as flores murcham, porque sabem que ali não há uma gota de sinceridade. E isso não é tudo; o seu desprezo pelos outros é tão profundo que até a palavra “desprezível” parece uma gentileza para descrevê-la.
E se pensam que estou a exagerar, esperem até verem a sua habilidade camaleónica. É capaz de se transformar naquilo que precisa ser em qualquer situação, adaptando-se como uma cobra que muda de pele. Mas atenção, porque a falta de ética profissional dela é lendária. Ela passaria por cima do próprio melhor amigo, e ainda teria a cara de pau de se justificar com um “não leves a mal, são só negócios”.
Se ela tem sentimentos? Claro que sim, mas guardados bem lá no fundo, onde nem ela consegue encontrar. Aliás, se há algo que ela não é, é humana. Há quem diga que ela foi criada num laboratório, sem coração, sem escrúpulos, só com um objetivo: subir na vida, custe o que custar. A sua falta de moral é tão grave que até os demónios a evitam, não vá ela acabar a enganá-los também.
No que toca a profissionalismo, esqueçam. Ela pisa toda a gente que se atravessa no seu caminho, com um sorriso nos lábios e um olhar frio como o gelo. É desleal? Bem, dizer que ela é desleal é o mesmo que dizer que o fogo queima. A palavra “rancorosa” foi inventada para ela, porque nunca esquece uma ofensa, por mais pequena que seja. E a vingança? Ah, a vingança para ela é um prato que se come quente, frio, morno… desde que seja servido, ela está feliz.
Mas a cereja no topo do bolo? A maldade pura que ela exala. Há quem diga que ela planeia as suas crueldades com a precisão de um cirurgião e a frieza de um iceberg. E claro, tudo isto disfarçado de uma simpatia tão fingida que até dá arrepios. Porque se há algo que ela sabe ser, é a atriz principal num espetáculo de falsidade e engano.
Em suma, é o exemplo perfeito de tudo o que não queremos ser… mas que, secretamente, tememos que um dia possamos encontrar em nós próprios. E, sinceramente, quando pensamos nela, só nos resta um pensamento: "Que Deus nos livre e guarde!"