A Ilusão do Ter: Repensando a Felicidade na Sociedade Contemporânea

 Como católica consciente de minha fé e dos ensinamentos de Jesus Cristo, frequentemente me deparo com a constatação de que muitos de nós, fiéis, nos afastamos do caminho que nos foi traçado por Ele. Vivemos em uma sociedade onde o materialismo se tornou um valor predominante, e é triste perceber que nós, que deveríamos ser testemunhas vivas do amor divino, nos deixamos seduzir por bens efêmeros e vazios. O dinheiro, os bens materiais, os aparelhos eletrônicos de última geração, os carros luxuosos, as férias exuberantes e as roupas de marca têm, em muitos casos, ocupado o lugar central em nossas vidas.

Contudo, ao priorizarmos essas coisas, desviamo-nos da verdadeira essência do Evangelho e, inadvertidamente, ensinamos nossos filhos a seguir um caminho que não é o de Deus, mas o dos homens. Não é possível servir a dois senhores; e ao nos dedicarmos tão intensamente à acumulação de riquezas e ao culto do que é transitório, acabamos negligenciando o mais importante: a busca pela santidade e a prática do amor genuíno, que deveria ser o alicerce de nossas vidas.

A ostentação, que hoje parece ser a norma, nada mais é do que um reflexo de nossa insegurança espiritual e de nossa falta de conexão com Deus. Ao priorizarmos o "ter" em detrimento do "ser", criamos uma realidade onde o verdadeiro amor, aquele que se manifesta na partilha, na solidariedade e na compaixão, é relegado a segundo plano. Transmitimos, assim, uma mensagem equivocada a nossos filhos, que crescem acreditando que a felicidade reside no acúmulo de bens e na exibição de status, quando, na verdade, a verdadeira felicidade provém dos momentos de partilha sincera, de afeto genuíno e de uma vida vivida na plenitude do amor de Deus.

É imperativo que, como católicos, façamos uma profunda reflexão sobre nossas prioridades e sobre o legado que estamos deixando para as próximas gerações. Precisamos, com urgência, retornar aos ensinamentos de Cristo, que nos exorta a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Só assim poderemos experimentar uma felicidade autêntica, enraizada na fé e no amor, e ensinar nossos filhos a trilhar o verdadeiro caminho que conduz à vida eterna.

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