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A mostrar mensagens de agosto, 2024

Falsa.

 Uma pessoa falsa é aquela que, consciente ou inconscientemente, adota uma postura de desonestidade emocional e comportamental, apresentando ao mundo uma imagem que não corresponde à sua verdadeira essência. A falsidade manifesta-se através de palavras e atitudes que, embora possam parecer genuínas à superfície, são desprovidas de autenticidade. Esta dissonância entre o que se aparenta ser e o que realmente se é pode causar um impacto profundo e negativo nas relações interpessoais. A pessoa falsa frequentemente utiliza a adulação e a simpatia como ferramentas para ganhar a confiança dos outros, mas estes gestos são vazios, desprovidos de sinceridade. Por detrás de um sorriso ou de um elogio, pode esconder-se a inveja, a malícia ou a manipulação. Este tipo de comportamento é profundamente danoso, pois cria uma ilusão de proximidade e confiança que, quando desmascarada, deixa um rastro de desilusão e mágoa. A falsidade é, em muitos casos, uma máscara utilizada para ocultar inseguranç...

Texto para "Maria"

Escrever é um exercício da alma, uma ponte que conecta o real ao imaginário, onde cada palavra é uma escolha cuidadosa e cada frase é tecida com a intenção de envolver, cativar e, por vezes, desafiar o leitor. Cada texto que crio é uma extensão do meu ser, um reflexo das minhas reflexões, das minhas experiências, ou, em outras vezes, um simples produto da minha criatividade. Porém, em tudo o que escrevo, há sempre um respeito profundo pela privacidade, tanto a minha como a de todos os envolvidos. Por isso, opto por proteger identidades, mantendo a confidencialidade sobre os detalhes que possam identificar pessoas, locais ou entidades. É importante que se entenda que a linha que separa a realidade da ficção nos meus textos pode ser tênue. Alguns relatos podem ser transcrições fiéis de acontecimentos reais, outros podem ser uma mescla, onde a imaginação preenche lacunas deixadas pela memória ou pelo desconhecimento. Por vezes, o que escrevo pode ressoar com as experiências de muitos, sem...

Dissimulada...

 A pessoa dissimulada é, em essência, uma especialista na arte de ocultar a sua verdadeira natureza. Este traço de personalidade caracteriza-se pela capacidade de encobrir intenções, sentimentos e pensamentos autênticos, apresentando ao mundo uma fachada cuidadosamente construída. A dissimulação é, em muitos aspectos, um jogo de máscaras, onde a aparência contrasta frequentemente com a realidade interna. A pessoa dissimulada utiliza a manipulação subtil e a duplicidade como ferramentas para alcançar os seus objetivos, seja para obter vantagens pessoais, evitar conflitos ou simplesmente para manter o controle sobre as situações. Por trás de um comportamento aparentemente afável ou neutro, esconde-se frequentemente uma agenda oculta, que pode ser difícil de detectar por aqueles que não estão atentos. Esta habilidade para camuflar o verdadeiro "eu" pode criar uma atmosfera de desconfiança e incerteza, minando a sinceridade nas relações e levando a um distanciamento emocional ent...

Porquê repetição!

 Escrevo tanto sobre honestidade, autenticidade, integridade e outras virtudes porque acredito que são os pilares fundamentais que sustentam a essência do ser humano e a construção de relações verdadeiras e duradouras. Estas virtudes não são meros conceitos abstratos ou ideais inalcançáveis; elas representam o que de mais nobre e autêntico podemos aspirar na nossa conduta e nas nossas interações com os outros. A honestidade é a base sobre a qual se constrói a confiança, e sem confiança, as relações humanas tornam-se frágeis e efémeras. Quando somos honestos, tanto com os outros como conosco mesmos, cultivamos um ambiente de transparência e respeito mútuo, que é essencial para o crescimento pessoal e comunitário. A autenticidade, por sua vez, é a expressão mais pura de quem somos. Num mundo onde as aparências frequentemente se sobrepõem à essência, ser autêntica é um ato de coragem e de respeito pela própria identidade. Acredito que viver de acordo com a nossa verdadeira natureza, s...

Mentira e erro

 Permita-me abordar uma questão que considero de extrema importância: a noção de que a repetição de uma mentira não a transforma em verdade, e que um erro não se corrige simplesmente repetindo-o. A veracidade é uma qualidade que não se pode forjar através da retórica enganosa ou da persistência insensata. A verdade é uma entidade objetiva que não se molda às nossas expectativas ou desejos pessoais; ela permanece constante, independentemente da frequência com que se tente distorcer os fatos. A crença de que uma mentira repetida muitas vezes adquire ares de verdade é uma falácia que subestima a inteligência e a discernimento dos indivíduos. A verdade, por sua própria natureza, não é sujeita a negociações ou manipulações. Um engano, por mais vezes que seja proclamado, não se transforma em realidade; pelo contrário, é o conhecimento e a aceitação dos fatos que edificam uma compreensão genuína e sólida. A persistência de uma mentira, ao invés de criar verdade, apenas aprofunda a desconf...

O que diria?

 Em primeiro lugar, permito-me afirmar que, para quem não me conhece, sou alguém que preza pela reserva e pela discrição. O meu mundo interior é vasto, alimentado por reflexões profundas e ponderações meticulosas sobre o que me rodeia. Acredito que as virtudes fundamentais que todos deveriam cultivar são a honestidade, a lealdade e a integridade. Para mim, estas qualidades não são meras palavras ocas, mas sim valores que moldam o caráter e a essência de um indivíduo. A autenticidade é, para mim, a verdadeira expressão do ser, e é por ela que guio os meus passos. No entanto, e talvez seja essa a razão do meu retraimento, não me dou a conhecer com facilidade. Com o passar do tempo, tornei-me mais cética em relação àqueles que me rodeiam. A introversão, que já fazia parte do meu ser, intensificou-se perante a crescente desilusão com a dissimulação, a falsidade e o engano que, infelizmente, vejo com frequência nas interações humanas. A dualidade de personalidade, essa habilidade de exi...

Resposta

 Recebi mais de cem e-mails a inquirir sobre o Alexandre, questionando se a história culminou em superação. A quantidade de textos redigidos sobre o assunto é um reflexo do impacto que teve em muitos. Foi nesse contexto que decidi escrever e partilhar o texto de hoje, intitulado "Alívio". Este texto serve como uma resposta para que não permaneçam no vazio da incerteza e possam, assim, seguir o caminho da quase cura. O tempo avança inexoravelmente, e estou certa de que todos nós, eventualmente, esqueceremos os acontecimentos e as pessoas envolvidas. Acredito que essa partilha não só encerra uma fase difícil, mas também simboliza a transição para uma nova etapa, onde a memória se desvanece e o presente ganha primazia. É na passagem do tempo que depositamos a confiança de que as feridas se transformarão em cicatrizes quase invisíveis, permitindo-nos avançar sem o peso do passado.

Alívio

 É com um profundo sentido de alívio e satisfação que observo a forma como o meu filho tem gradualmente substituído as recordações da sua anterior experiência escolar por novas vivências que, manifestamente, têm contribuído para o seu bem-estar emocional. Este processo de esquecimento seletivo, ou melhor, de ressignificação, evidencia uma capacidade notável de adaptação, característica fundamental do desenvolvimento infantil saudável. A constatação de que ele já não reconhece os antigos colegas, nem se lembra com clareza das figuras que outrora desempenharam papéis significativos no seu quotidiano escolar, demonstra que o seu apego a essas memórias tem vindo a diluir-se. De igual modo, a sua incapacidade de identificar lugares ou mesmo de recordar com precisão a aparência da sua antiga professora, a qual apenas associa a uma vaga memória de mal-estar, sugere que a carga emocional negativa associada a essas recordações se desvaneceu consideravelmente. Esta progressiva amnésia, que n...

Passeio

 Todos os dias, após o jantar, entrego-me a uma rotina que é ao mesmo tempo reconfortante e enriquecedora: gosto de caminhar. Ultimamente, tenho seguido até ao centro da vila, onde a vida ainda pulsa suavemente à noite. Depois, continuo pela marginal, onde o olhar repousa sobre o Tejo, que reluz com as luzes do outro lado, criando um espetáculo sereno e hipnotizante. Essas caminhadas, seja na companhia de meu marido e filho, ou apenas de meu filho, tornaram-se momentos preciosos de conexão e partilha. Nesses percursos, o diálogo flui naturalmente. Meu filho, com a mente jovem e curiosa, fala sobre tudo, sem reservas. Escutamos com atenção, não apenas as palavras, mas o entusiasmo que as acompanha, as nuances de suas emoções. Resolvemos suas dúvidas sobre o mundo, oferecendo respostas que não só esclarecem, mas também estimulam ainda mais sua sede por conhecimento. Ele compartilha suas ideias e projetos, especialmente os que desenvolve no Scratch, descrevendo com orgulho como os con...

Histórias. A finitude.

Aceitar a finitude não significa, para esta mulher, abandonar a luta. Pelo contrário, ela persiste na batalha com uma nova profundidade de propósito, com a serenidade de quem compreende que a sua missão vai além da mera sobrevivência. Lutar, para ela, não é simplesmente resistir ao avanço implacável da doença, mas sim participar ativamente na criação de um legado duradouro, uma teia de memórias e significados que perdurará na mente e no coração daqueles que escolheu para a acompanhar nesta jornada. Ao reconhecer a proximidade da finitude, a mulher não vê nisso um sinal de desistência, mas uma oportunidade de lutar com ainda mais determinação, não apenas pela sua vida, mas pelo impacto que sua existência terá sobre os que ama. Ela compreende que o tempo que lhe resta é precioso, não apenas por ser limitado, mas porque, em cada momento, ela tem a chance de moldar as memórias que deixará para trás, de participar conscientemente na construção de um legado de amor, coragem e sabedoria. Assi...

Histórias

 Ninguém pode reivindicar a coroa da coragem sem antes ter enfrentado o abismo do medo. Este é um paradoxo que muitos evitam reconhecer, mas que se revela em sua crueza quando a vida apresenta seus desafios mais temíveis. Tome-se como exemplo uma mulher que, ao receber um diagnóstico grave, vê-se imersa numa realidade que jamais imaginara. Ao olhar para o lado, seus olhos encontram o marido, cuja força sempre fora seu porto seguro, agora desfeito em lágrimas. Num gesto instintivo, ele agarra a mão da médica e, com a voz entrecortada, formula a única pergunta que sua mente é capaz de conceber: "Doutora, ela vai sobreviver?". A angústia que o consome é palpável, cada lágrima que escorre pelo seu rosto conta a história de um medo profundo, quase infantil, de perder aquela que ama. E assim, ele faz o caminho até a saída do hospital, os ombros pesados com o peso de uma dor que o ultrapassa, o coração apertado como se cada batida fosse um esforço sobre-humano. Entretanto, a verdade...

Aviso ou vingança?

 A diferença entre avisar alguém com fatos irrevogáveis e utilizar boatos ou mentiras sem provas concretas para se vingar está na veracidade, na intenção e nas consequências das ações. Avisar alguém com fatos irrevogáveis significa informar ou alertar outra pessoa sobre uma situação ou acontecimento com base em informações verdadeiras e confirmadas. Os fatos irrevogáveis são aqueles que são incontestáveis, fundamentados na realidade e apoiados por evidências concretas. Ao emitir esse aviso, o objetivo é geralmente proteger, prevenir ou esclarecer, agindo de boa fé e com responsabilidade. A pessoa que avisa está preocupada em compartilhar a verdade de maneira construtiva e útil, permitindo que o destinatário tome decisões informadas com base em informações confiáveis. Utilizar boatos ou mentiras sem provas concretas para se vingar, por outro lado, envolve espalhar informações falsas ou infundadas com a intenção maliciosa de causar dano, humilhar ou retaliar alguém. Ao contrário do a...

Sinceridade?

 A diferença entre sinceridade e maledicências intencionais para magoar os outros reside na motivação, na forma como as palavras são expressas e no impacto desejado sobre a pessoa a quem se dirigem. Sinceridade é a qualidade de ser honesto e franco, expressando a verdade com intenção positiva ou neutra. Uma pessoa sincera comunica seus pensamentos e sentimentos de maneira direta, mas com consideração pelo outro. A sinceridade busca esclarecer, corrigir ou ajudar, mesmo que a verdade possa ser difícil de ouvir. Importante, a sinceridade é frequentemente acompanhada por empatia, o que significa que, ao ser honesto, o indivíduo também se preocupa com a forma como sua mensagem será recebida. O objetivo da sinceridade não é causar dor, mas sim promover a transparência e o entendimento. Maledicências intencionais para magoar envolvem comentários feitos com a intenção deliberada de ferir, humilhar ou prejudicar alguém. Ao contrário da sinceridade, a maledicência não se preocupa com a verd...

Diferença entre altruísmo e ingenuidade

 Altruísmo e ingenuidade são conceitos distintos, embora possam, em certos contextos, parecer sobrepostos. A principal diferença entre eles reside na intencionalidade e na percepção da realidade por parte do indivíduo. Altruísmo refere-se à atitude de se preocupar com o bem-estar dos outros, muitas vezes colocando as necessidades e interesses dos outros acima dos próprios. Uma pessoa altruísta age com generosidade, compaixão e empatia, geralmente de forma consciente e deliberada. O altruísmo envolve uma escolha moral de ajudar o próximo, mesmo que isso acarrete sacrifícios pessoais. No altruísmo, há uma compreensão clara das consequências das ações, e o desejo de fazer o bem é guiado por uma avaliação realista das situações. Ingenuidade, por outro lado, é caracterizada por uma falta de experiência, sofisticação ou conhecimento, o que leva a uma visão simplista ou excessivamente otimista do mundo. Uma pessoa ingênua tende a acreditar facilmente nas intenções alheias, sem questionar ...

O meu Legado.

 Diariamente, desperto com uma resolução inquebrantável: ser a mais elevada versão de mim mesma, não apenas em busca de minha própria transcendência, mas sobretudo para que meus filhos herdem o que considero as virtudes mais nobres e indispensáveis. Minha existência é pautada pela consciência de que cada ação, seja em decisões monumentais ou em gestos corriqueiros, carrega o peso do exemplo para aqueles que são o fulcro do meu afeto e pelos quais luto incansavelmente para personificar um modelo digno. A honestidade, para mim, não é apenas a virtude de dizer a verdade, mas a manifestação contínua de uma vida autêntica e sem dissimulações. Pratico a integridade como um pacto irrevogável com meus princípios morais, ciente de que minha conduta, ainda que longe de olhares externos, deve refletir a coerência de meu caráter. O respeito, que cultivo com rigor, não se limita a uma mera cordialidade, mas sim a um reconhecimento profundo da dignidade inerente a cada ser humano, independenteme...

A minha verdade

 Eu, na minha essência intransigente e genuína, não consigo encontrar preocupação na perda de pessoas que se revelam irreais perante a minha autenticidade. Por que razão deveria eu, mulher íntegra e leal, sentir qualquer desconforto por entregar o meu melhor e mais puro? A minha fidelidade não é uma mera virtude ocasional, mas uma constante, uma verdade inabalável que apenas aqueles de visão turva ou de coração ingrato não conseguem apreciar. Quem tem a dita sorte de ganhar a minha confiança e ainda assim escolhe denegrir a minha imagem, pintando-me como um demónio emergido das profundezas do inferno, não compreende que não sou eu quem deveria sentir preocupação. Afinal, como pode uma alma atormentada pela sua própria pequenez acusar outra de algo tão vil? Há algo profundamente lamentável e, quiçá, patético naqueles que, incapazes de suportar a luz alheia, preferem viver nas sombras da calúnia. No entanto, é curioso perceber que essas pessoas, ao tentarem diminuir-me, acabam por re...

Demónio

 Acreditamos na existência de Lúcifer e dos demónios porque esta realidade está claramente atestada na Sagrada Escritura, na Tradição da Igreja e na experiência espiritual de muitos santos e fiéis ao longo dos séculos. A crença em Lúcifer e nos demónios faz parte da compreensão católica sobre o mal, o pecado e a batalha espiritual que todos enfrentamos na nossa caminhada de fé. Em primeiro lugar, a Bíblia descreve a existência de seres espirituais malignos, começando com Lúcifer, que originalmente era um anjo criado por Deus. Lúcifer, cujo nome significa "portador de luz", foi criado como um ser de grande beleza e poder, mas, movido pelo orgulho e pelo desejo de ser igual a Deus, rebelou-se contra o Criador. Esta rebelião é mencionada de forma simbólica em Isaías 14:12-15, onde se lê: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!" Este texto, embora tenha uma aplicação imediata ao rei de Babilónia...

Anjos

 Acreditamos nos anjos, incluindo os anjos da guarda, porque a sua existência está firmemente enraizada na Sagrada Escritura, na Tradição da Igreja e na experiência espiritual dos fiéis ao longo dos séculos. Os anjos são seres espirituais criados por Deus, que desempenham papéis essenciais no Seu plano de salvação, e o seu cuidado e proteção fazem parte da nossa jornada de fé. Primeiramente, a crença nos anjos é amplamente fundamentada na Bíblia. As Escrituras mencionam os anjos em várias ocasiões, destacando o seu papel como mensageiros de Deus e protetores dos seres humanos. Um exemplo clássico é o episódio do anjo que impede Abraão de sacrificar o seu filho Isaac, agindo como intermediário da vontade divina (Génesis 22:11-12). Além disso, os anjos aparecem ao longo de toda a Bíblia, desde o livro do Génesis até ao Apocalipse, revelando a sua importância constante na história da salvação. Especificamente em relação aos anjos da guarda, Jesus fala deles no Evangelho de São Mateus:...

Os Santos

 Como católica, a crença nos santos é uma parte essencial da nossa fé e da nossa compreensão do plano de Deus para a humanidade. Acreditamos nos santos porque eles são exemplos vivos do poder da graça divina em transformar vidas humanas, são intercessores junto de Deus e membros da Comunhão dos Santos, que é a união espiritual de todos os fiéis, vivos e falecidos, em Cristo. Em primeiro lugar, acreditamos nos santos porque eles são testemunhos vivos da santidade que Deus nos chama a alcançar. Os santos foram pessoas que, durante as suas vidas, responderam ao chamado de Deus com fé, amor e obediência, muitas vezes em circunstâncias difíceis ou até heroicas. Eles viveram o Evangelho de forma exemplar e, através das suas virtudes, mostraram-nos como seguir a Cristo com mais autenticidade e profundidade. São Paulo, por exemplo, exorta-nos a imitar aqueles que foram exemplos de fé: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (1 Coríntios 11:1). Os santos são também nossos...

Virgem Maria

 Amamos a Virgem Maria porque ela ocupa um lugar singular e insubstituível na história da salvação e na vida da Igreja. Como católica, vejo em Maria a mãe de Jesus Cristo, nosso Salvador, e, por extensão, a mãe de todos os fiéis. Este amor por Maria não é apenas uma devoção superficial, mas está profundamente enraizado na compreensão teológica e espiritual da sua missão e do seu papel no plano divino. Em primeiro lugar, Maria foi escolhida por Deus para ser a mãe do Seu Filho, o Verbo encarnado. O Evangelho de São Lucas narra que o anjo Gabriel anunciou a Maria que ela conceberia e daria à luz o Filho de Deus (Lucas 1:26-38). Ao aceitar livremente esta missão com as palavras "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1:38), Maria tornou-se co-participante no mistério da redenção. O seu "sim" é o modelo perfeito de obediência e fé, que todos os cristãos são chamados a seguir. Além disso, Maria é amada por ser a primeira e mais perfeita ...

Idolatria

 Sou uma mulher católica, considero de extrema importância esclarecer a questão frequentemente mal interpretada da idolatria no contexto da nossa fé. Muitos acusam os católicos de praticarem idolatria devido ao uso de imagens em nossa devoção. Contudo, essa acusação revela um profundo equívoco sobre a natureza e o propósito dessas imagens na nossa tradição religiosa. Primeiramente, quero sublinhar que, enquanto católicos, seguimos rigorosamente o primeiro mandamento, que nos ordena: "Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra" (Êxodo 20:3-4). Este versículo, frequentemente citado, é usado para condenar o uso de imagens, mas, para nós, o que importa é o entendimento completo do seu contexto e do que Deus realmente proíbe. A palavra "idolatria" refere-se à adoração de ídolos, de objetos ou de qualquer coisa que não seja o próprio De...

Rezo

 Caros leitores, permitam-me iniciar esta reflexão com a mente aberta e o espírito elevado, convidando-vos a acompanhar-me numa introspeção que transcende as banalidades do quotidiano. No âmago da minha essência, reside um princípio inabalável: jamais me permito ceder aos impulsos mesquinhos da inveja ou da depreciação alheia, mesmo quando confrontada com uma inteligência que me supera, uma estética que me encanta, ou uma virtude que me desafia. Quando me deparo com um ser dotado de uma mente brilhante, ao invés de proferir comentários pueris e fúteis, entrego-me ao exercício da autoelevação. A sua inteligência é um farol que guia o meu próprio intelecto para horizontes mais vastos e mais profundos. Assim, rezo um Pai Nosso, não apenas como um pedido de proteção contra os sentimentos negativos que poderiam emergir, mas como um voto de gratidão por ter sido exposta a tal luminescência intelectual. Cada encontro com a genialidade é uma oportunidade de aprendizagem, um convite à humil...

A barriga 😂😂😂😂

 Estava eu, uma mulher cuja inteligência e bom gosto não conhecem limites, a ouvir uma cobra, não uma literal, claro está, mas uma figura metafórica de proporções sibilantes, a destilar palavras com a mesma suavidade com que o veneno percorre as presas de uma víbora. Era uma tentativa débil, ainda que enredada em falsidades, de manipular uma opinião sobre um assunto que, sinceramente, não me interessava minimamente. Não seria a primeira vez que me deparava com semelhante tentativa de persuasão, mas naquele dia, estava particularmente bem-disposta. O casaco da Ana Sousa e o vestido da Pull & Bear que envergava contribuíam para o meu bom humor, diga-se de passagem. Sempre tive o olho afiado para a moda, e aquele vestido, em particular, não era para qualquer uma. "Este vestido não é para quem tem barriga", soltei, com uma dose saudável de arrogância. O conselho, deixei-o no ar, como quem sabe que oferece uma pepita de ouro aos desprovidos. O problema começou quando uma das a...

Os meus...

 Eu, enquanto mulher que habita este vasto e complexo mundo, sempre me vi atraída pelas peculiaridades da condição humana. Com o passar dos anos, uma sabedoria fundamentada na doutrina católica, enriquecida pela psicologia, sociologia, e pelas profundas reflexões filosóficas, foi moldando a minha visão sobre a natureza das relações interpessoais. Reconheço que as imperfeições são inerentes à nossa condição; nelas, encontro a verdadeira essência do ser humano, que se desvela de maneira mais autêntica naquilo que não é polido nem perfeito. Acredito firmemente que a integridade e o coração são os pilares sobre os quais edifico as minhas relações. A integridade, enquanto virtude cristã, é um valor inegociável, pois é nela que se funda a confiança, essa pedra angular de qualquer ligação significativa. O coração, na sua vulnerabilidade e capacidade de amar, revela a nobreza do espírito humano, refletindo o mandamento maior que Cristo nos deixou: amar ao próximo como a nós mesmos. Recorro...

A dama

 Ei-la, a dama de falsos valores, Rainha do vazio, enredada em rumores, Traz nas vestes o brilho da farsa, Enquanto espalha veneno com a língua que não se cansa. Conta histórias sem nexo, tece intrigas sem fim, Pensa que com mentiras constrói seu jardim, Mas no fundo é só pó, sombra sem luz, Um vulto que a si mesma se reduz. Os que a cercam são espelhos partidos, Refletem-lhe sorrisos, mas são fingidos, Ri-se deles e eles de ti, Nesta dança hipócrita, onde ninguém é feliz. E tu, que presumes ter classe e poder, Não passas de uma sombra, vazia de ser, Por mais que te vistas de seda e ouro, És só mais uma no meio do coro. E eu, que de longe observo o teu show, Recuso-me a entrar nesse jogo vão, Pois tua baixeza, tua mentira, tua ilusão, Só te condena à própria solidão.

A triste

 Parece-me profundamente intrigante, para não dizer desconcertante, observar o comportamento de uma pessoa que, sob o pretexto de ser justa e honesta, se dedica a falar nas costas de outra, espalhando rumores infundados. Este tipo de comportamento não só contradiz a própria definição de justiça e honestidade, mas também revela uma faceta manipuladora que, ironicamente, se desdobra em ações que atentam contra os próprios valores que esta pessoa alega defender. Não deixa de ser um enigma perturbador perceber como alguém é capaz de angariar seguidores para as suas histórias absurdas, cuja única finalidade parece ser o afastamento de terceiros. Pergunto-me o que leva os outros a acreditar nessas narrativas desconexas, como se as suas mentes fossem desprovidas de uma capacidade crítica elementar, como se não tivessem olhos na cara para verem a verdade por si mesmos. Mas será possível que estas pessoas não percebem que, ao dar ouvidos a quem se aproxima exclusivamente para difamar, estão...

Livrái-me...

 Ora bem, de certeza que já conhecemos alguém assim: aquela peça rara que se destaca numa multidão. A dissimulada de serviço, que entra numa sala como se fosse o anjo mais puro, mas na verdade é uma víbora camuflada. Ela é uma mentirosa nata, daquele tipo que mente com todos os dentes da boca e ainda consegue fazer-te sentir culpada por duvidares dela. É fascinante, quase que dá vontade de a aplaudir de pé. Mas não se enganem, porque ela é tão falsa que até o próprio espelho se recusa a refletir a sua imagem real. Aquela simpatia toda? É tão autêntica como uma nota de três euros. Quando sorri, até as flores murcham, porque sabem que ali não há uma gota de sinceridade. E isso não é tudo; o seu desprezo pelos outros é tão profundo que até a palavra “desprezível” parece uma gentileza para descrevê-la. E se pensam que estou a exagerar, esperem até verem a sua habilidade camaleónica. É capaz de se transformar naquilo que precisa ser em qualquer situação, adaptando-se como uma cobra que ...

O Livro à Beira do Tejo

 Na pacata vila à beira do rio Tejo, onde o tempo parecia ter parado e as histórias eram contadas ao vento, algo incomum estava prestes a acontecer. Era uma tarde fria de outono. As folhas douradas caíam lentamente das árvores, formando um tapete espesso no pequeno parque que se estendia até a margem do rio. Uma jovem com olhos curiosos e um fascínio por mistérios, costumava passear por ali após o trabalho. Sempre havia algo de reconfortante no som das águas e no sussurro das árvores que a cercavam. Naquela tarde, no entanto, algo chamou sua atenção. No banco de madeira mais afastado, coberto por folhas secas, estava um livro. A capa era de couro envelhecido, marcada pelo tempo e adornada com símbolos estranhos que ela nunca havia visto antes. Não parecia ser um livro comum; havia algo nele que a atraía de maneira inexplicável. Ela olhou ao redor, mas o parque estava deserto. O sol já começava a se esconder por trás das colinas, lançando uma luz alaranjada sobre o Tejo. Sem saber e...

L'amour

 L'amour, dans son essence la plus profonde, s'est toujours révélé pour moi comme une énigme enveloppée dans des voiles de complexité et d'ambiguïté. Tout comme une rivière qui serpente à travers les montagnes, l'amour prend des formes diverses, s'adaptant aux circonstances et aux personnes, tout en coulant inexorablement vers l'océan de l'existence humaine. Dans mon vécu, j'ai compris que l'amour transcende les simples mots que nous utilisons pour le décrire. Il est, simultanément, la présence silencieuse et la voix stridente qui habite les recoins les plus profonds de notre âme. L'amour, c'est cet instant fugace où les regards se croisent et, sans qu'un mot ne soit prononcé, un univers entier de possibilités se révèle. C'est la tension qui imprègne l'air lorsque deux âmes s'entrelacent, dansant sur une mélodie qu'elles seules peuvent entendre. Cependant, il serait réducteur de dire que l'amour n'est qu'une fo...

Ser...

 Vivemos em um mundo onde as aparências muitas vezes sobrepõem-se à essência, e o valor de uma pessoa é frequentemente medido por aquilo que ela possui e ostenta. No entanto, há uma verdade profunda e incontornável: devemos ser, não apenas parecer. A verdadeira dignidade e o respeito que merecemos não devem estar atrelados ao que temos, mas ao que somos, em nossa essência, caráter e valores. O que possuímos, por mais valioso ou impressionante que possa parecer, é transitório. Bens materiais podem ser perdidos, danificados ou simplesmente perderem seu valor ao longo do tempo. Já o que somos, aquilo que molda nossa identidade — nossos princípios, ética, generosidade, inteligência, e compaixão — é duradouro. Essas qualidades intrínsecas são o que verdadeiramente nos define e o que deve ser reconhecido e respeitado pelos outros. Quando insistimos em ser reconhecidos pelo que temos, caímos na armadilha de uma valorização superficial, que depende da aprovação externa e das flutuações daq...

Materialismo e Felicidade: Um Olhar Filosófico e Psicológico sobre a Sociedade Atual

 Como mulher que reflete sobre o papel da sociedade moderna e os desafios que enfrentamos, vejo com clareza a tendência preocupante de valorizarmos excessivamente os bens materiais em detrimento de valores mais profundos. A filosofia, a sociologia e a psicologia oferecem lentes importantes para compreendermos esse fenômeno, que não se restringe à esfera religiosa, mas atravessa as dimensões mais fundamentais da nossa existência. Do ponto de vista filosófico, pensadores como Aristóteles já nos alertavam para a busca do eudaimonia, a felicidade plena, que se alcança não através do acúmulo de bens materiais, mas pela realização do bem e pelo cultivo das virtudes. No entanto, na sociedade contemporânea, essa busca foi distorcida, e a felicidade passou a ser erroneamente associada ao consumo e à posse de objetos que, em última instância, são efêmeros. Tornamo-nos, como dizia o filósofo Zygmunt Bauman, uma "sociedade líquida", onde os valores são fluídos, instáveis, e o materialism...

A Ilusão do Ter: Repensando a Felicidade na Sociedade Contemporânea

 Como católica consciente de minha fé e dos ensinamentos de Jesus Cristo, frequentemente me deparo com a constatação de que muitos de nós, fiéis, nos afastamos do caminho que nos foi traçado por Ele. Vivemos em uma sociedade onde o materialismo se tornou um valor predominante, e é triste perceber que nós, que deveríamos ser testemunhas vivas do amor divino, nos deixamos seduzir por bens efêmeros e vazios. O dinheiro, os bens materiais, os aparelhos eletrônicos de última geração, os carros luxuosos, as férias exuberantes e as roupas de marca têm, em muitos casos, ocupado o lugar central em nossas vidas. Contudo, ao priorizarmos essas coisas, desviamo-nos da verdadeira essência do Evangelho e, inadvertidamente, ensinamos nossos filhos a seguir um caminho que não é o de Deus, mas o dos homens. Não é possível servir a dois senhores; e ao nos dedicarmos tão intensamente à acumulação de riquezas e ao culto do que é transitório, acabamos negligenciando o mais importante: a busca pela sant...