Maria.

 Há silêncios que gritam. E entre todos os silêncios que falam ao nosso espírito, nenhum é tão doce quanto o silêncio de Maria.

Ela não precisou de muitas palavras. Seu "sim" bastou. Um "sim" dado no escuro, sem saber os passos seguintes, mas com o coração totalmente entregue à vontade de Deus. Ali, naquela entrega silenciosa, começou a salvação do mundo. E desde então, Maria não parou de caminhar ao lado de seus filhos.

O Papa Francisco disse que Maria é presença. Ela não se impõe, mas está sempre ali. Discreta como o orvalho da manhã, forte como uma mãe que vela o filho na febre. Maria é a Mãe que consola, que nos sustenta quando nossas pernas tremem, que recolhe nossas lágrimas quando ninguém mais percebe que estamos a chorar por dentro.

Quantas vezes caminhamos pela vida com o coração cansado, sem rumo, com medo de tudo. E então, num canto de igreja, numa oração sussurrada, numa imagem simples, sentimos o manto de Maria nos cobrir. E ali, debaixo dele, há paz.

Francisco disse: “Maria é a estrela da nova evangelização.” Mas para nós, devotos, ela é também a estrela que nunca se apaga no céu da nossa fé frágil. Quando tudo parece escuro, ela brilha. Quando duvidamos de Deus, ela acredita por nós. Quando nos afastamos, ela espera. E quando voltamos, ela já está lá, de braços abertos.

O mundo corre, grita, se perde. Mas Maria ensina o ritmo do Céu: o ritmo do silêncio, da escuta, da paciência. O ritmo de quem guarda no coração. De quem observa, sofre, confia e ama, sem nunca se colocar no centro. Ela foi, e continua a ser, discípula antes de tudo. A mulher do caminho, a peregrina fiel, a primeira que acreditou.

A fé de Maria nos desarma. Porque é pura. Porque não exige garantias. Porque se entrega totalmente. E nos convida a fazer o mesmo. Maria não nos chama a olhar para ela, mas para Jesus. Sempre. Com o dedo apontado para Ele, e com o coração disponível para todos.

E quando não temos palavras, ela as empresta. Quando não temos forças, ela nos carrega. Quando temos medo, ela nos toma pela mão e diz: “Não temas. Eu estou aqui. Eu sou tua Mãe.”

O Papa Francisco sussurra aos nossos ouvidos:

"Sob o seu manto, encontramos refúgio, consolo e paz."

E esse manto é mais do que proteção — é lar. É colo. É abraço. É promessa de que nunca, nunca estaremos sós.

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