Texto de resposta ao Senhor José.

 Jesus Cristo é o Mestre por excelência, não apenas pelas palavras que pronunciou, mas pela forma como viveu e Se entregou. O Seu ensinamento não foi apenas transmitido com a voz, mas com o exemplo. Ele é o Verbo — a Palavra viva — e, como tal, cada gesto, cada silêncio, cada passo Seu foi uma revelação do amor do Pai. Quem olha verdadeiramente para Jesus, aprende o essencial: a verdade não precisa de espetáculo; o amor não precisa de alarde; a oração não precisa de ruído.


A forma de ensinar de Jesus: com autoridade serena

Nos Evangelhos, vemos frequentemente a admiração das multidões pela forma como Jesus ensinava. Não era como os doutores da Lei, que multiplicavam palavras e regras sem coerência interior. Ele falava com autoridade, mas não uma autoridade baseada no poder humano ou na imposição; era uma autoridade nascida da verdade e da unidade com o Pai:

“Todos ficavam admirados com a Sua doutrina, pois ensinava-os como quem tem autoridade, e não como os escribas.” (Mc 1,22)

Jesus não gritava para ser ouvido. A Sua voz atravessava os corações porque brotava da pureza e da coerência. Ele não precisava de convencer pela emoção ou pelo volume, mas pela verdade. A Sua Palavra era luz, era alimento, era cura. E por isso, atraía multidões — não com alarde, mas com profundidade.

Quando falava, usava parábolas simples, imagens do quotidiano, acessíveis a todos. Mas as Suas palavras tinham sempre um propósito: levar o ouvinte à conversão, à escuta interior, ao encontro pessoal com Deus. Jesus não falava para entreter ou manipular emoções — Ele falava para salvar.


A postura de Jesus no Templo: reverência, silêncio, respeito

A presença de Jesus no Templo é um dos testemunhos mais belos da Sua reverência para com o Pai. Desde criança, demonstrava um profundo sentido do sagrado. Com apenas doze anos, foi encontrado por Maria e José entre os doutores da Lei, a escutá-los e a fazer perguntas, num diálogo respeitoso e atento.

“Não sabíeis que devo ocupar-Me das coisas de Meu Pai?” (Lc 2,49)

Já aqui se revela a Sua consciência filial e a reverência absoluta pelo espaço sagrado. O Templo era, para Jesus, a “Casa do Pai” — lugar de oração, de escuta, de adoração. Nunca o tratou com leviandade. Nunca ali Se exaltou com teatralidade. Não se ajoelhava para ser visto, mas para rezar.

Quando entrou no Templo e viu que o haviam transformado num mercado, agiu com firmeza — mas não com desordem. A Sua “ira” foi santa, ordenada, purificadora. Não para humilhar pessoas, mas para restaurar a santidade do lugar:

“A Minha casa será casa de oração. Vós, porém, fizestes dela um covil de ladrões.” (Mt 21,13)

Esta acção não foi descontrolo, foi zelo. Foi amor ao Pai. Jesus defendeu o silêncio da oração contra o ruído do comércio. Reclamou a dignidade do sagrado contra a banalização do divino.


A oração de Jesus: recolhimento, intimidade, obediência

Jesus rezava com frequência — mas quase sempre em silêncio, a sós, retirado. Não buscava mostrar-Se a rezar. Pelo contrário, afastava-Se da multidão para encontrar-Se com o Pai.

“Jesus retirava-Se para lugares desertos, e ali orava.” (Lc 5,16)

“Subiu ao monte, sozinho, para orar.” (Mt 14,23)

E quando ensinou os discípulos a rezar, fê-lo com palavras claras:

“Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e o teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.” (Mt 6,6)

A oração, para Jesus, não era um grito nem um espectáculo. Era um laço íntimo com o Pai. Ele rezava com confiança, com entrega, com silêncio interior. Nunca o vemos a usar a oração como pretexto para comover as massas ou provocar emoções. A Sua oração era um acto de amor, de obediência, de abandono.

E foi neste espírito que nos ensinou a oração perfeita — o Pai-Nosso — um verdadeiro resumo do Evangelho. Nela, Jesus ensina-nos a adorar, a confiar, a pedir o necessário, a perdoar e a procurar o bem. Não há gritos nesta oração. Há verdade. Há humildade. Há sabedoria.


O dom gratuito de Jesus: tudo por amor

Jesus nunca fez trocas. Nunca exigiu dinheiro em troca de milagres. Nunca manipulou com promessas de bênçãos materiais. Tudo o que deu — deu por amor.

Curava, perdoava, acolhia, ensinava… sem pedir nada em troca. Só pedia fé e disponibilidade do coração. Quando curava alguém, dizia muitas vezes:

“A tua fé te salvou.”

Não dizia: “A tua oferta te comprou a cura”, ou “o teu grito te garantiu a bênção”. Não. Jesus não comercializava a graça. Ele oferecia-a. Gratuitamente. Porque o amor verdadeiro não cobra. Dá-se.

E no fim, deu-Se por completo: na Cruz, na Eucaristia, na Igreja. Quando instituiu a Eucaristia, fê-lo num gesto íntimo, sem clamor, sem teatro, apenas com amor e solenidade:

“Isto é o Meu Corpo, entregue por vós. Isto é o cálice do Meu Sangue… fazei isto em memória de Mim.” (Lc 22,19-20)

Na Última Ceia, não houve gritos, mas entrega. Não houve histeria, mas comunhão. A Eucaristia nasceu do silêncio do amor, e só pode ser verdadeiramente compreendida e vivida nesse mesmo espírito.

Seguir Jesus é aprender a viver como Ele viveu. Com reverência, com verdade, com serenidade. É recusar a teatralização da fé. É rejeitar ruídos que distraem da presença real. É amar o silêncio do templo, o recolhimento da alma, a simplicidade do altar. É escutar a Palavra sem agitação. É comungar com o coração limpo. É rezar com humildade, como quem sabe que está diante do sagrado.

Porque o nosso Deus não está no trovão, mas na brisa suave.

Não se impõe no grito, mas revela-Se na paz.

E continua a chamar-nos, não para o alvoroço… mas para o recolhimento.


“Ficai em silêncio e sabei que Eu sou Deus.” (Sl 46,11)


Nota: Espero ter esclarecido o Senhor José, todos seguimos o caminho que queremos, o livre arbítrio deixa que façamos. Agora eu acredito que Deus chama quando é a altura, continuo com sentido de humor , sarcástica, brinco, falo. Eu sou pecadora mas tento sempre dominar a língua e pensamentos contra o próximo e sei que estou no sítio certo. Obrigada pelas palavras e lições válidas para alguns, para os pobres de espírito que procuram aplausos, atenção e facilitismo. Para os que pensam que Deus vai dar um homem perfeito um casamento estável um emprego extraordinário. Aqueles que pensam que dinheiro ou bens materiais são benção. É fácil acusar e apontar o caminho do outro como errado, é fácil dizer que os outros não têm o espírito Santo, que demônios ou outra coisa inspira, pense assim, e eu , o meu caminho. Não julguei isso não cabe ao senhor. Bem haja. 

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