A Gratidão que Transforma: Uma Jornada de Aprendizagem e Crescimento

Há momentos na vida em que nos sentimos atravessados por um turbilhão de emoções, sentimentos de alegria e dor que se entrelaçam e formam a tapeçaria da nossa existência. São as vivências, as pessoas que cruzam o nosso caminho e as lições que nos acompanham que, de forma sutil, mas incansável, vão moldando quem somos e quem estamos a tornar-nos. Hoje, faço uma pausa para refletir e expressar a minha profunda gratidão a todos que, de alguma forma, deixaram a sua marca na minha jornada.

Primeiro, aos que me acolheram. Aqueles que, com gestos silenciosos e palavras carinhosas, me mostraram que não estou sozinha no mundo, mesmo nas horas mais sombrias. Quero agradecer àqueles que seguraram a minha mão quando eu precisei de uma direção e cuja presença me deu forças para continuar. Foram essas mãos estendidas, esses corações generosos que, muitas vezes, me ajudaram a encontrar a minha própria voz e a força para caminhar em frente.

Agradeço também aos que me ouviram. Aqueles que se dispuseram a parar, nem que fosse por alguns minutos, para ouvir o que o meu coração tinha a dizer. Àqueles que, com paciência, escutaram os meus medos, os meus sonhos e as minhas incertezas, oferecendo conselhos valiosos e cheios de sabedoria. Este é o poder da escuta verdadeira, algo que me ensinou não apenas a articular as minhas próprias ideias, mas também a compreender o valor do outro, a empatia e a capacidade de transformar dor em crescimento.

No entanto, a vida não é feita apenas de momentos suaves e acolhedores. Ao longo do caminho, encontrei também aqueles que não tiveram receio de me criticar, de julgar as minhas escolhas e até de espalhar dúvidas sobre a minha integridade. Eu vi-me, muitas vezes, à mercê de palavras ásperas, de olhares críticos, de ataques que tentavam minar a minha confiança. No entanto, mesmo que o impacto dessas ações tenha sido doloroso, com o tempo, aprendi a olhar para esses momentos com outros olhos. Agradeço essas críticas, os julgamentos, as feridas que, de certa forma, abriram espaço para a minha evolução. Foram elas que me fizeram refletir mais profundamente sobre mim mesma, que me obrigaram a construir uma armadura mais forte e a afirmar, em cada instante, quem eu sou. Eu, que antes me via fragilizada pelas palavras alheias, hoje sou grata por elas, pois, paradoxalmente, foram um combustível para o meu amadurecimento.

A esses que me vilipendiaram e atacaram a minha integridade, eu não guardo rancor. Sou grata a eles, porque me ensinaram lições que ninguém poderia ensinar de outra forma. Quem somos, realmente, se não enfrentarmos a adversidade? Quais são as bases que nos sustentam se não somos testados? Sou grata também pelos momentos de vulnerabilidade que esses enfrentamentos me proporcionaram, pois foi neles que fui capaz de aprender resiliência, coragem e a verdadeira força interior.

Agradeço a Deus por todas as lições que a vida me ensinou e me ensina a cada dia. Pelas quedas e pelas vitórias, pelas dificuldades e pelos triunfos, por tudo o que vivi até aqui. As lições adquiridas em cada situação, cada encontro, cada confronto, estão comigo como pedaços do meu ser. Tudo me tornou mais forte, mais sábia, mais humana, mais compassiva.

Agradeço também à Virgem Maria, Mãe, pela sua intercessão, por sempre ouvir a minha súplica de mãe e interceder por mim com tanto amor e zelo. O seu acolhimento espiritual tem sido um alicerce profundo na minha vida, e por isso sou eternamente grata.

Sou imensamente grata também pelo acolhimento que o meu filho teve e tem na nova escola. A sua adaptação, o carinho recebido pelos educadores e pelos colegas, a sensação de que ele encontrou um lugar onde pode crescer em segurança e confiança, enche o meu coração de paz e felicidade.

E, acima de tudo, sou imensamente grata à senhora que tornou tudo isto possível. A senhora que, por entre linhas e gestos, me acusou e me mostrou, sem o querer, um novo caminho, que me desafiou e me fez refletir profundamente sobre mim mesma. Sem ela, não teria conhecido verdadeiramente o que é ser católica. Não teria sido batizada, não teria a dádiva de ter como padrinhos as pessoas incríveis e maravilhosas que agora me acompanham na minha caminhada. Não teria conhecido a Virgem Maria, Mãe, de quem sou devota, e não me teria tornado peregrina na fé e na vida. Não teria reconstruído os muros que, como uma proteção sagrada, agora me envolvem e me asseguram na minha fé, protegendo-me das intempéries do mundo. Contudo, nunca perdi a empatia, a caridade e o respeito por todos os outros, porque sei que é isso que me eleva e me aproxima da verdadeira espiritualidade.

Mas não agradeço apenas o que essa senhora fez ou disse de errado. Também sou profundamente grata pelo tempo que partilhamos, pelas conversas longas e significativas, pelos passeios, pelos momentos de descontração e, claro, pelos risos que iluminavam até os dias mais cinzentos. Foi esse espaço de convivência, muitas vezes recheado de sentimentos contraditórios, que me fez perceber a profundidade dos laços humanos, a complexidade das relações e, acima de tudo, a beleza do diálogo genuíno, mesmo quando esse é carregado de discordâncias. Esses momentos partilhados foram fundamentais, pois não me ensinaram apenas o que estava errado, mas também o que de bom a vida tem para oferecer quando conseguimos aprender com as mais variadas experiências, sejam elas de luz ou sombra.

Por fim, a vida é feita de momentos e de pessoas que nos tocam, transformam e nos ajudam a crescer. A cada um de vocês, que me amaram, que me desafiaram, que me criticaram ou que me acompanharam, eu deixo o meu mais sincero agradecimento. Cada um de vocês teve, de alguma forma, um papel importante no caminho que percorri. O meu agradecimento é profundo e verdadeiro.

Agora, com um olhar mais amadurecido e com a alma mais leve, sou grata por ter sido moldada pelas lições e relações que me tocaram. Hoje, sei quem sou e, mais importante, sei para onde estou a caminhar.

A jornada não é fácil e ninguém a percorre sozinha. Somos feitos, pouco a pouco, pelas mãos dos outros e pelas experiências que a vida nos oferece, sejam alegrias, sejam dificuldades. Que nunca nos falte a gratidão, nem o aprendizado de seguir em frente. Que possamos continuar a crescer com todas as bênçãos e desafios que nos surgirem à frente, evoluindo sempre, aprendendo e transformando a nossa vida numa representação mais pura de quem realmente somos.

Todos somos falhos, todos podemos evoluir, um Santo Natal cheio de saúde, paz e amor.

Agradeço a todos os leitores.








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