Identefique-se😂😂😂
Hoje, respondi a um e-mail de uma pessoa completamente desconhecida, pensei que a conhecia mas a verdadeira face dela é cruel, perguntei tudo o que tinha direito. Aquele momento clássico em que você abre a mensagem e pensa: "Quem será esta alma corajosa que decidiu me escrever?" Claro, sem assinatura, sem pistas, um verdadeiro enigma digital, de caras vi que algo se aproxima. Então, a primeira reação foi de pura curiosidade, seguida de uma leve frustração por não saber com quem estava a falar, voltei a enviar mail. Mas, em vez de simplesmente seguir o protocolo e responder com um educado "Caro/a", decidi dar um toque especial. Afinal, se a mensagem veio de alguém que se esconde nas sombras da internet, nada melhor do que retribuir com um pouco de mistério também.
E foi assim que, ao invés de usar o tradicional e formal "identifique-se" — aquele que soa tão impessoal, quase como uma obrigação da burocracia —, eu simplesmente escrevi no final "identefique-se". Sim, eu sei o que você está a pensar. Que audácia! Mas a verdade é que, à s vezes, um pequeno erro é tudo o que precisamos para adicionar um pouco de graça ao momento. Principalmente porque têm a tendência a enviar mails que de tanto erro quase necessito de um descodificador, este veio escrito corretamente, decidi eu fazer as honras. Afinal, quem é que diz que as palavras têm que ser sempre certinhas e previsÃveis? Ninguém pediu permissão para que a lÃngua portuguesa se tornasse rÃgida e entediante, com seu "i" e "e" encaixados de forma impecável. Portanto, em um momento de inspiração — ou será que foi apenas um toque de rebeldia? —, resolvi brincar com a norma e com a desconhecida, visto me passar um atestado de estupidez.
Claro, fui consciente do que estava a fazer. Não era apenas um erro qualquer, é um erro que utilizaram comigo, a mesma pessoa, desconfio eu. Não se tratava de um deslize de digitação, mas de um pequeno tributo à arte de quebrar as regras e ser criativa, como as pessoas têm feito comigo. Como alguém que aprendeu a dar um pouco de charme ao caos, pensei: "Por que não fazer algo mais divertido? Já que ninguém se identificou de forma clara, por que eu não poderia também dar um toque de mistério à minha resposta?" E, assim, com um sorriso de satisfação no rosto, escrevi "identefique-se" com todo o orgulho, como quem diz: "Sim, é assim mesmo, e é muito mais interessante do que o convencional."
Quem me ensinou a dar esse tipo de toque foi, sem dúvida, uma pessoa especial, (ou pessoas) que sabia que a vida não se resume a seguir regras. Às vezes, a beleza está no inesperado, no pequeno erro, na imperfeição que dá charme à rotina. Como aquele amigo que te diz para dar um passo à frente na dança, mesmo sem saber se o passo é correto. O importante é ousar, ser diferente, ou "deferente",brincar com as palavras. E esse pequeno "identefique-se" foi uma forma de me lembrar disso. Uma pequena pérola de sabedoria, que, por um momento, fez a minha resposta ao e-mail parecer muito mais interessante do que apenas mais uma comunicação protocolar.
Agora, fico imaginando se a pessoa que leu o meu e-mail notou a mudança. Será que se perguntou se foi um erro ou uma escolha deliberada? E se, por acaso, essa mudança fez com que ela, quem sabe, refletisse sobre as vezes em que também se sentiu tentada a quebrar uma regra ou dar um toque pessoal a algo que, de outra forma, seria apenas mais uma obrigação diária, ou no que faz com os outros. Afinal, quem não gosta de um pouco de autenticidade, mesmo que disfarçada de erro?
E assim, o "identefique-se" ficou registrado, não como um erro, mas como uma marca pessoal, talvez. Às vezes, a graça está na quebra da norma, e talvez eu tenha começado uma nova tendência. Quem sabe no futuro, ao invés de "identifique-se", o mundo passará a dizer "identefique-se", como uma maneira de dar um toque de leveza e diversão ao processo de comunicação, unilateral por vezes difamatória e contundente. Afinal, é isso que importa: dar graça ao que seria monótono, e transformar cada interação em uma oportunidade para mostrar um pouco da nossa personalidade. Quem não gosta de uma boa risada, mesmo que seja com uma pequena palavra torta? Eu gostei imenso, mesmo que saiba que a resposta será perjorativa ou inexistente. A pessoa em questão seja quem for não sabe o que é escutar, espaço e todos têm a obrigação de a ouvir mas ouvir os outros isso é uma afronta, agressão inclusive fala mesmo que não a queiram escutar. Defende narrativas incoerentes. Por vezes fico a pensar como pode querer que eu acredite seja no que for vindo daquela parte? Ela desconfiou, acusou, difamou tudo nas costas, incrivelmente pensa que é superior a mim, sua palavra tem mais valor. Não sabia que tinha conhecido uma Santa a percorrer a minha terra.