Sábado.
Hoje, o meu sábado foi uma ode à simplicidade e à plenitude, uma jornada onde cada instante se revelou uma preciosidade em si mesmo. Acordei cedo, embalada por aquela serenidade única que parece pertencer apenas ao início dos fins de semana. Lá fora, o dia anunciava-se com um céu limpo e promessas de momentos que encheriam o coração.
Com os meus filhos e o meu marido, partilhei risos, conversas e gestos que, embora quotidianos, são sempre singulares. Há algo de quase sagrado na rotina quando é vivida em família, como se cada gesto contivesse a eternidade. O barulho da casa – risadas infantis, palavras entrecortadas pelo entusiasmo, até os sons triviais do pequeno-almoço – tudo parecia compor uma sinfonia de vida. É nesses momentos que me dou conta de que a verdadeira riqueza não se mede em posses, mas nos laços que nos unem, na cumplicidade que não precisa de palavras para se fazer entender.
Mas o dia não foi só de partilha em família. Foi também um dia de encontro com o divino. Recolhi-me, ainda que por breves instantes, para conversar com Deus. Não como um ritual obrigatório, mas como uma necessidade da alma. Nessas conversas silenciosas, fiz o que me cabe fazer: agradeci, pedi orientação, e, acima de tudo, estive presente. Há uma paz que só a fé nos pode dar, uma sensação de estar alinhada com algo maior, algo que transcende e preenche. E, ao fazê-lo, senti-me inteira, como se cada peça do puzzle que sou tivesse encontrado o seu lugar.
O dia foi avançando entre pequenos gestos que, em conjunto, compuseram um quadro de emoções e significados. A cumplicidade com o meu marido, o olhar atento às pequenas conquistas dos meus filhos, o respirar fundo para saborear um momento de calma. Foi um dia de preenchimento, daqueles que ficam gravados na memória como um lembrete de que a felicidade não precisa de grandes acontecimentos, mas de uma alma desperta para a beleza do agora.
Quando o sol se começou a pôr, tingindo o céu de tons dourados e rosados, senti uma espécie de melancolia serena – não uma tristeza, mas uma consciência profunda da efemeridade das horas. Olhei à minha volta, para as pessoas que amo, para o lar que construímos juntos, e senti-me grata. Grata pela dádiva de um dia tão simples e, ao mesmo tempo, tão significativo.
Hoje, não foi apenas mais um sábado. Foi um capítulo de vida. Foi um reflexo de quem sou e de quem quero ser. Foi um dia que me lembrou que a verdadeira emoção está nas pequenas partilhas, nos gestos sentidos, e no amor que dedicamos ao que realmente importa.