1° saber
O primeiro saber, "As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão", trata da necessidade de reconhecer que o conhecimento humano é imperfeito, limitado e frequentemente vulnerável a erros e ilusões. Edgar Morin argumenta que, ao longo da história, tanto no cotidiano quanto na ciência, as pessoas cometem erros de julgamento, interpretação e entendimento, influenciados por fatores psicológicos, culturais e sociais.
Detalhes:
O erro como parte do conhecimento
Todo processo de aprendizado está sujeito ao erro. Desde a infância até a ciência mais avançada, o erro é inevitável e muitas vezes necessário para o progresso.
No entanto, o problema surge quando os erros não são identificados ou corrigidos, transformando-se em "verdades" que perpetuam ilusões ou interpretações distorcidas.
As ilusões cognitivas
Nossa mente é suscetível a ilusões cognitivas, que podem ser influenciadas por preconceitos, emoções, desejos, e até pela cultura.
Exemplos: vieses de confirmação (quando aceitamos apenas informações que confirmam nossas crenças), raciocínios simplistas, e interpretações errôneas da realidade.
O papel das crenças e dogmas
As crenças, tanto religiosas quanto ideológicas, podem criar barreiras para o pensamento crítico. Muitas vezes, as pessoas confundem crenças com conhecimento, tornando-se incapazes de questioná-las.
Na educação, é essencial ensinar os alunos a distinguir entre fatos, opiniões e crenças.
O engano científico
Mesmo a ciência, que busca o rigor e a objetividade, está sujeita a erros e ilusões. Hipóteses mal formuladas, interpretações equivocadas de dados e viéses na pesquisa são exemplos disso.
Morin destaca que é crucial abordar esses limites da ciência para evitar uma confiança cega no conhecimento científico.
Educar para reconhecer o erro e a ilusão
É necessário ensinar as pessoas a identificar e questionar suas próprias limitações cognitivas, sociais e culturais.
A autoconsciência sobre a possibilidade de erro é o primeiro passo para evitar ilusões e enganos.
A importância do pensamento crítico e reflexivo
A educação deve incentivar o pensamento crítico, ajudando as pessoas a questionar informações, verificar fontes e analisar argumentos.
Um bom pensador é aquele que é capaz de reexaminar suas próprias ideias e corrigir suas falhas.
Exemplos práticos:
No cotidiano: Suponha que alguém acredite em estereótipos sobre um grupo social porque ouviu isso repetidamente. Essa crença pode ser uma ilusão baseada em informações parciais ou erradas. Reconhecer essa possibilidade é o primeiro passo para quebrar o preconceito.
Na ciência: Quando Galileu propôs que a Terra não era o centro do universo, ele desafiou uma ilusão profundamente enraizada pela religião e pela visão científica dominante da época.
Resumo:
Esse primeiro saber é um convite para a humildade intelectual. Reconhecer que somos falíveis e que nosso conhecimento é limitado é essencial para aprender e evoluir. Ele nos alerta para a importância de questionar, refletir e estar sempre abertos à possibilidade de revisão e correção.