2° saber

 O segundo saber, “Os princípios de um conhecimento pertinente”, foca na importância de construir um conhecimento que seja relevante e capaz de lidar com a complexidade do mundo. Edgar Morin critica a fragmentação excessiva do saber, que compartimentaliza as disciplinas e dificulta a compreensão global e interconectada da realidade. Ele defende um conhecimento integrador, que possa abarcar diferentes perspectivas e lidar com a multidimensionalidade dos fenômenos.


Detalhamento:

Fragmentação do conhecimento


O ensino tradicional muitas vezes separa o conhecimento em disciplinas isoladas (matemática, biologia, história, etc.), ignorando as inter-relações entre elas.

Isso resulta em uma visão reducionista, que não permite compreender fenômenos complexos como mudanças climáticas, desigualdades sociais ou inovações tecnológicas.

Exemplos: Uma crise econômica pode ter causas políticas, sociais, psicológicas e ambientais – todas interligadas.

A necessidade de contextualização


Morin propõe que o conhecimento deve ser contextualizado. Não basta estudar uma informação em si; é necessário entendê-la no contexto em que ela se insere.

Por exemplo, estudar um evento histórico (como a Segunda Guerra Mundial) requer compreender não só os fatos imediatos, mas também os fatores culturais, econômicos e sociais que levaram ao conflito.

A complexidade do real


A realidade é complexa e multidimensional. Morin destaca que, para compreender essa complexidade, é preciso transcender as fronteiras disciplinares e buscar uma visão sistêmica.

A abordagem interdisciplinar permite uma análise mais rica e profunda, conectando elementos que, à primeira vista, podem parecer desconexos.

Princípios do conhecimento pertinente


Globalidade: Deve-se buscar entender o "todo" sem ignorar as partes.

Multidimensionalidade: Reconhecer que fenômenos têm múltiplas dimensões (física, emocional, social, cultural, etc.).

Interdisciplinaridade: É essencial integrar conhecimentos de diferentes áreas para responder a questões complexas.

Educar para a relevância


A educação deve ser repensada para ensinar os alunos a buscar o conhecimento que seja relevante para resolver problemas reais.

Morin sugere ensinar habilidades que permitam aos estudantes integrar informações e aplicá-las de forma prática e ética.

Exemplos práticos de aplicação


Problemas ambientais: Para entender e combater o aquecimento global, é necessário integrar conhecimentos de climatologia, economia, política, biologia e até ética.

Saúde pública: Questões como epidemias exigem uma abordagem que combine biologia, sociologia, psicologia, geografia e gestão.

Desafios à implementação


Muitas instituições de ensino ainda operam com currículos rígidos e compartimentalizados, o que dificulta a interdisciplinaridade.

É necessário reformar práticas pedagógicas e currículos para criar uma educação que promova o pensamento integrado e criativo.

Resumo:

O segundo saber nos ensina que o conhecimento pertinente é aquele que permite compreender a complexidade e interconexão do mundo. Ele rejeita a fragmentação e propõe uma abordagem integrada e contextualizada, essencial para lidar com os desafios contemporâneos. Esse saber busca transformar a educação em uma ferramenta para interpretar e agir no mundo de maneira mais eficaz e ética.


( Texto referente ao dia 21)






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