Publico Menos, Vivo Mais

 Tenho escrito menos? Não. Tenho refletido menos? Também não. A minha vida não se tornou mais pobre em leituras, em música, em filmes, em encontros com amigos ou em momentos preciosos com a minha família. O que acontece é simples: publico menos. Muitos que me leem conhecem-me para além das palavras que partilho. Outros, a maioria, não. Mas para quem acompanha o que escrevo, há uma certeza: todos os textos são sinceros.

Escrevo sobre o que vejo, ouço, leio e vivo. Escrevo sobre a Bíblia. Um projeto que abracei foi trazer pequenas reflexões sobre cada um dos livros da Bíblia Católica. Falar da minha fé, a fé que professo, e desfazer equívocos que, tantas vezes, são lançados sobre aquilo que significa ser católica. Sei que não sou santa – longe disso –, mas não uso as minhas imperfeições como desculpa. Se a santidade é um ideal, então que seja também um caminho.

Uma das ideias erradas que me esforço por esclarecer é a de que os católicos praticam idolatria. Não, não adoramos santos. Não adoramos imagens. A nossa adoração é única e exclusivamente dirigida a Deus – Deus uno e trino. Sabemos quem seguimos, sabemos no que cremos, e essa fé não é levada de ânimo leve. Procuro alicerçá-la no estudo e na compreensão das Escrituras, algo fundamental para conhecer a verdadeira mensagem que nos foi deixada.

Sim, a Igreja Católica tem livros na Bíblia que algumas denominações cristãs não aceitam. Mas estes livros fazem parte do cânon há séculos. A Bíblia Católica é completa, integral, rica em sabedoria e tradição. O percurso da Igreja é uno: há uma só Igreja Católica, Apostólica, com um único Papa como sucessor de Pedro. Quem vive plenamente a fé católica e participa da liturgia sabe que, ao longo de um ano, escuta as Escrituras quase na sua totalidade na Santa Missa.

A nossa fé não é apenas contemplativa. É ação. Praticamos caridade, vivemos o perdão, e esforçamo-nos por ser generosos. Somos humanos, falhamos, erramos. Mas continuamos a caminhar. Não nos acomodamos às imperfeições, procuramos a conversão diária, o crescimento espiritual, o encontro com Deus.

O tempo corre, é escasso, é fugaz. Mas faço dele o melhor que posso. Publico menos, mas vivo mais. Hoje, entre tudo o que há para fazer, terei tempo para organizar pensamentos, estruturar ideias e partilhar mais alguns textos. A escrita faz parte de mim. É na palavra que encontro expressão e verdade. Assim, continuo, mesmo que publique menos, a ser profundamente aquilo que sou: uma mulher de fé, que pensa, reflete e escreve.

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