Além das Palavras

 Deixem que falem de mim. Que as palavras que não me pertencem ecoem ao vento, espalhadas por lábios que me desconhecem na essência. Não lhes darei peso, não lhes conferirei a honra de abalarem o que sou. Aquilo que me define, aquilo que reside em mim, é intangível para quem não possui a sensibilidade de ver além do reflexo superficial.

Aqueles que falam sem conhecer são como sombras fugidias ao cair da tarde, um espetáculo temporário de insignificância que se dissolve na escuridão da sua própria ausência de luz. E enquanto se entretêm a bordar narrativas que nunca vivi, eu permaneço firme, ancorada na verdade que habita o meu íntimo.

Há algo em mim que jamais cederei: a autenticidade do meu ser. Não é fácil para os olhares apressados compreenderem a profundidade de quem não se molda às convenções, de quem ousa trilhar um caminho sem pedir licença. É essa liberdade, essa ousadia inata, que incomoda quem vive confinado aos limites do que esperam os outros. Mas eu? Eu avanço. Não com arrogância, mas com a serenidade de quem sabe o valor do próprio pensamento.

Podem julgar-me; não me assusta. O julgamento alheio é, na sua essência, um espelho das limitações de quem o profere. Nenhum veredicto externo tem o poder de definir aquilo que sou por dentro, e a quem não vê mais além, deixo-lhes as migalhas da minha indiferença. Porque a verdade, essa que me molda e me sustenta, não precisa de ser explicada nem validada. A verdade é a força que me impele, o farol que ilumina a minha jornada.

O tempo, que tudo observa e desvenda, será testemunha de quem sou e do que construo. Porque a opinião alheia é efémera, como folhas sopradas pelo vento; já o que faço, o que sonho, o que crio com o coração, resiste. São estas as marcas indeléveis que deixo no mundo, traços que nenhum rumor pode apagar.

Olho à minha volta e vejo um desfile de críticas, opiniões infundadas, bocas que murmuram o que não têm coragem de dizer frente aos meus olhos. Oiço-as, sim, mas não me detenho. Cada palavra sem fundamento resvala na muralha sólida do que sou. E, por cada crítica que me lançam, encontro um motivo adicional para continuar a erguer-me mais alta, mais firme, mais eu.

E sabes porquê? Porque viver para agradar aos outros é viver aprisionada na sombra do que poderíamos ter sido. É um crime cometido contra nós próprias. Por isso, não permito que as vozes dissonantes calem a minha essência. Carrego comigo os sonhos que nascem na alma e, com mãos e mente decididas, construo o meu próprio universo.

Deixem que falem. Palavras ao vento são apenas ecos que se dissipam na distância. Enquanto isso, permaneço aqui, de pé, em silêncio, a lapidar a verdade da minha existência, sabendo que aquilo que sou ressoa mais fundo do que qualquer rumor.

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