Presente...
Viver é um chamado constante à coragem, um ato contínuo de entrega ao presente e ao futuro, onde a essência de quem somos e o que sentimos deve se entrelaçar com as decisões que tomamos. Cada dia que se levanta traz consigo uma nova oportunidade para escrever a nossa história, e desperdiçá-lo com indecisão ou inércia é um desserviço à vida. Sentir medo das lembranças é rejeitar aquilo que nos moldou, pois é nos momentos difíceis que crescemos, aprendemos e nos descobrimos capazes de ir além.
O ser humano, por sua natureza, é resiliente, e é na luta que descobre o seu propósito. Os problemas que enfrentamos não devem ser encarados como obstáculos intransponíveis, mas como instrumentos de evolução. Rir diante das adversidades não é banalizar os desafios, mas uma maneira de não se deixar consumir por eles. Enfrentar cada dificuldade com coragem e fé no processo é sinal de sabedoria. Negar-se a lutar pelos seus sonhos, pelo que se acredita, é abdicar da própria essência. O desejo de transformar ideias e paixões em realidade é o que nos aproxima da plenitude.
O amor, neste contexto, é muito mais do que um sentimento; é uma forma de viver. Demonstrar amor nas suas várias formas – com palavras, gestos ou até silêncios – é essencial para dar sentido às relações humanas. Ignorar quem amamos, deixar de lado aqueles que um dia estiveram ao nosso lado, é negar a profundidade dos vínculos que construímos. As relações são tecidas não apenas por momentos bons, mas também por dificuldades, por histórias partilhadas, por risos e até por lágrimas. Abandoná-las por conveniência ou negligência é ferir a alma coletiva que construímos junto a outros.
Ser autêntico é outra das grandes chaves para viver plenamente. Colocar máscaras para agradar ou adaptar-se às expectativas dos outros pode parecer uma solução temporária, mas, no longo prazo, é sufocante. É preciso coragem para se mostrar como se é, com todas as forças, vulnerabilidades e nuances que nos tornam únicos. A autenticidade liberta-nos das pressões externas e permite-nos atrair conexões genuínas, baseadas na aceitação e no respeito mútuo.
Existe também um espaço essencial na vida para a gratidão e para a fé – não apenas a fé num poder superior, mas na vida, no destino e em nós mesmos. Agradecer o que temos, reconhecer o que nos foi dado, é um exercício poderoso. A vida não é um percurso linear; ela dá-nos momentos de luz e outros de sombra, ambos igualmente necessários. Fugir das responsabilidades que nos são atribuídas ou temer o que o futuro reserva é uma recusa do próprio ato de viver. Cada compromisso que aceitamos é um gesto de confiança no desenrolar da nossa história, mesmo quando ainda não conseguimos prever o final.
Sentir saudades é um fenômeno humano, uma prova de que vivemos algo que nos marcou profundamente. No entanto, saudade não deve ser um fardo. Ela deve ser acolhida como uma celebração do que foi vivido, dos olhares, dos sorrisos e das memórias que deixaram marcas. Renegar o passado ou tratá-lo com indiferença é apagar capítulos da nossa narrativa, privando-nos das lições que ele pode nos ensinar.
Buscar a felicidade, por sua vez, não é uma tarefa opcional, mas um dever que temos para com nós mesmos. A felicidade é uma construção, muitas vezes difícil e complexa, mas necessária. A atitude positiva diante dos desafios, a crença de que podemos ser melhores, é o que impulsiona a vida para frente. E, acima de tudo, compreender que a nossa existência não é insignificante é uma revelação poderosa: sem nós, o mundo, de facto, não seria o mesmo.
Cada um de nós tem o poder de criar impacto, de transformar não apenas a sua própria vida, mas também a de todos que se cruzam no seu caminho. Ser gentil, solidário e autêntico é um testemunho de que acreditamos no valor da humanidade. Quando nos entregamos de corpo e alma ao ato de viver, contribuímos para um mundo onde as relações são mais significativas, os momentos são mais plenos e a nossa história ganha um sentido único.
Viver, afinal, é construir – a si mesmo, às suas relações, aos seus sonhos. É aceitar as quedas, aprender com elas e erguer-se novamente. É amar, rir, chorar, agradecer e continuar. Não há outra maneira de honrar este presente tão precioso que nos foi dado.