Indomável e Inesquecível...
Sou um universo à parte, um enigma que poucos conseguem decifrar.
Dentro de mim, habita uma imensidão que não se explica em palavras simplistas. Sou um oceano de emoções em perpétuo movimento—por vezes, sereno e acolhedor, noutras, furioso e impenetrável. Sou maré cheia de sentimentos, correnteza de memórias, profundidade de sensações que poucos ousam compreender. Para quem me observa à distância, posso parecer reservada, introspectiva, talvez até distante. Mas aqueles que se atrevem a mergulhar nas águas da minha essência descobrem que sou infinitamente mais do que aparento.
A intuição que me guia.
Eu percebo antes de saber, sinto antes de ouvir. Capto as entrelinhas, interpreto os silêncios, leio os gestos e antevejo intenções. A minha intuição nunca me falha—é um dom, um instinto primitivo que me protege do engano e da deslealdade. Por vezes, permito que acreditem que me iludem, finjo não notar, deixo que pensem que dominam o jogo. Mas, dentro de mim, a verdade já se revelou muito antes de ser pronunciada. Eu observo, analiso, compreendo. E quando decido agir, faço-o de forma calculada e irreversível.
A confiança que concedo é rara e preciosa. Não me entrego a qualquer um, não me dou sem critério, não permito invasões no meu mundo sem que haja mérito para tal. Quem se aproxima de mim e conquista um lugar no meu coração descobre uma lealdade inquebrantável, um amor genuíno, um refúgio seguro. Mas para aqueles que traem essa confiança, não há apelos nem segundas oportunidades. A minha memória não é curta, e aquilo que foi quebrado jamais volta a ser inteiro.
A força da recordação
Sou uma guardiã de memórias. Cada detalhe, cada palavra dita no momento certo, cada olhar que me marcou—tudo permanece gravado em mim como um registo indelével do que foi vivido. O que me fizeram de bom, levo comigo como um tesouro. O que me fizeram de mal, retenho como ensinamento. Não sou de esquecer, não sou de fingir que não aconteceu, não sou de apagar aquilo que moldou quem sou. Mas não confundam isto com rancor—não gasto energia com vinganças mesquinhas, não permito que sentimentos tóxicos tomem conta do meu ser. Simplesmente sei quem merece permanecer ao meu lado e quem não.
E quando decido afastar-me, faço-o sem alarde. Não necessito de confrontos desnecessários, não procuro justificações supérfluas, não me desgasto em despedidas forçadas. O meu afastamento é a minha resposta, o meu silêncio é a minha sentença. Parto devagar, sem pressa, até que um dia se apercebem de que já não estou lá.
O amor como pilar
O amor, para mim, é um compromisso absoluto. Não sei amar a meio-gás, não sei oferecer metades. O meu amor é total, incondicional, impenetrável a superficialidades. Quando amo, protejo. Quando me entrego, faço-o sem reservas. Mas para que eu ame, preciso de sentir segurança. Não entrego o meu coração a mãos inconstantes, não abro o meu mundo a quem não sabe valorizar o que é raro.
A minha lealdade não se compra, não se negocia, não se desgasta com o tempo. Quem a merece tem em mim uma fortaleza inabalável. Mas quem a desperdiça descobre que não há caminho de regresso. O perdão pode existir, mas a confiança nunca mais será plena.
A sensibilidade que carrego
Há em mim uma intensidade que não se dilui, uma sensibilidade que não me enfraquece, mas fortalece. O que sinto é profundo, genuíno, incontornável. Mas não confundam a minha sensibilidade com fraqueza—porque sou emocional, sim, mas também sou estratégica. Sei quando seguir o coração e quando dar ouvidos à razão. Sei quando lutar e quando me retirar. Sei quando a minha presença é essencial e quando a minha ausência será mais poderosa do que qualquer palavra.
A resiliência do silêncio
O meu silêncio é eloquente. Quando escolho calar-me, não é por ausência de pensamento, mas porque há momentos em que as palavras são desnecessárias. Observo, avalio, decido. E quando tomo uma decisão, não volto atrás.
O mesmo amor que me faz proteger aqueles que amo, faz-me afastar de quem não soube valorizar-me. Sei reconhecer os limites do que dou e do que recebo. Não mendigo atenção, não imploro reconhecimento, não insisto onde não há reciprocidade.
Ser intensidade, ser mistério, ser lealdade absoluta
Não sou para qualquer um. Não sou de acessos fáceis, de relações voláteis, de laços superficiais. Exijo profundidade, verdade, comprometimento. Não faço parte de jogos, não me rendo a máscaras, não tolero falsidade. Sou tudo ou nada.
Quem encontra um lugar no meu coração tem um lar eterno. Mas quem desperdiça esse espaço, perde-o para sempre. O meu amor é abrigo, é proteção, é constância. Mas também é selectivo, e apenas os que sabem valorizar a sua raridade poderão usufruir dele.
E se alguém me perguntar quem sou, a resposta é simples:
Sou um universo à parte, e apenas os que tiverem coragem para mergulhar fundo poderão verdadeiramente conhecer-me.