A Crucificação de Jesus Cristo: O Supérfluo da Dor, o Sublime do Amor

Aos trinta e três anos, Jesus Cristo caminhou

para a mais cruel das execuções, não por crime cometido, mas por amor incondicional. O Filho de Deus, aquele que curou, perdoou e amou sem limites, entregou-se voluntariamente à morte mais ignominiosa que um homem poderia sofrer. A sua paixão e morte não foram apenas eventos históricos, mas o ponto de viragem da humanidade, a ponte entre o pecado e a redenção, a expressão definitiva da misericórdia divina.

A crucificação romana não era apenas um método de execução, mas um espectáculo de dor e humilhação. Cada passo de Jesus até ao Calvário foi uma lição de resignação, cada golpe da chibata foi um lembrete da impiedade humana.

Os pregos atravessaram não as palmas, como tantas vezes imaginado, mas os pulsos, onde o impacto era devastador. Cada martelada dilacerava nervos, e a dor irradiava como fogo ardente. Os pés, sobrepostos, receberam um prego único, que o forçava a alternar entre o horror da asfixia e o suplício lancinante. Cada tentativa de respirar era uma nova aflição, uma luta contra a própria morte.

O sofrimento de Jesus não começou na cruz. A sua flagelação foi desumana. Chicotes de couro, entrelaçados com ossos e metais, abriram-lhe as carnes em feridas profundas, deixando o seu corpo um mosaico de dor e sangue. O seu rosto foi desfigurado, a barba arrancada sem piedade. A coroa de espinhos não foi apenas um ornamento cruel, mas um instrumento de suplício: cada espinho cravado penetrava-lhe a pele, rasgando-lhe a fronte, fazendo o sangue escorrer para os olhos, turvando-lhe a visão.

A cada chicotada, pedaços da sua pele eram arrancados, expondo carne e ossos. As suas costas estavam irreconhecíveis, e a dor lancinante cortava-lhe a carne como navalhas afiadas. O seu corpo já não respondia, e ainda assim, Ele prosseguiu.

Com a cruz pesando-lhe nos ombros, caminhou entre a multidão que o insultava, cuspia e apedrejava. O Criador do Universo, reduzido à impotência aparente de um condenado, seguia para o seu sacrifício supremo. E, mesmo nesse momento, não houve queixa, não houve ódio, apenas amor. Um amor que transcende a compreensão humana, que não conhece limites.

Por três longas horas, Jesus permaneceu suspenso entre o Céu e a Terra, num tormento físico e espiritual inimaginável. A posição dos cravos nos pulsos impossibilitava que segurasse o peso do seu próprio corpo, forçando-lhe os ombros a deslocarem-se. Cada tentativa de inspirar era um sofrimento agonizante. O seu corpo, já sem forças, parou de sangrar; apenas água jorrava das suas feridas, símbolo da purificação da humanidade. A sua boca, ressequida, mal conseguia pronunciar palavras. O seu coração, fraco, lutava para continuar a bater.

O sol escureceu. O céu toldou-se de trevas. A Terra tremeu. E, no meio da aflição, Jesus bradou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” E, com um último suspiro, proclamou: “Está consumado!” E entregou o espírito.


A Verdadeira Igreja e o Chamado de Pedro

Jesus nunca mudou de religião. Ele era judeu e cumpriu a Lei, trazendo a plenitude da promessa de Deus. No entanto, ao dizer a Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mateus 16:18), estabeleceu um novo caminho para a fé, um corpo espiritual unido na verdade do Evangelho. Pedro tornou-se a base da Igreja, sendo o primeiro líder dos cristãos e o fundamento do papado na Igreja Católica.

Hoje, muitas igrejas distorcem o ensinamento de Cristo, usando o seu nome para obter riquezas e poder. A exploração da fé através de promessas materiais e de um falso evangelho de prosperidade manipula aqueles que buscam a verdade. Palestras motivacionais disfarçadas de evangelismo promovem uma ilusão de transformação pessoal, colocando o foco na auto- ajuda e no empoderamento individual, em vez da conversão genuína e da submissão a Deus.

Especialmente entre as mulheres, essas palestras são projetadas para alimentar emoções, prometendo força, independência e sucesso, mas afastando-as da verdadeira espiritualidade. Substituem a humildade pelo orgulho, a submissão a Deus pelo desejo de autossuficiência.

A verdadeira fé não se mede pelo dinheiro dado a líderes religiosos, mas pela entrega sincera a Cristo. A mudança é no coração puro, no amor, misericórdia para com os irmãos e o perdão. A Igreja primitiva, fundada por Pedro e os apóstolos, não era um palco de discursos motivacionais, mas um refúgio de oração e renovação espiritual. Que possamos sempre discernir entre a verdade e a manipulação da fé, buscando em Cristo, e não nos homens, a nossa verdadeira salvação. Pois ir para a igreja para bater no peito colocar as mãos ao alto e depois difamar, perseguir, mentir e praticar maldades com o próximo vai contra os ensinamentos de Jesus Cristo. Amar a Deus acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Perdão e empatia, compreensão, paciência, misericórdia. AMOR. Tudo dito.

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