A Dualidade de Ser: Entre a Verdade e a Busca pelo Equilíbrio
Sou autêntica e honesta, e reconheço que a minha existência é marcada por uma dualidade inerente que, longe de me dividir, engrandece o meu ser. Vivo na interseção dos opostos, onde a firmeza do meu intelecto se alia à suavidade da minha sensibilidade, onde o rigor da razão se equilibra com a imperfeição dos sentimentos.
A minha paciência é uma virtude que me ensina a acolher o tempo e a dar espaço para o desenvolvimento, tanto meu como dos outros. No entanto, essa paciência convive com uma impaciência profunda quando me deparo com o pensamento raso e a superficialidade das ideias. Essa contradição interna – ser paciente e, ao mesmo tempo, impaciente – reflete a minha constante luta por profundidade num mundo que, por vezes, se contenta com o imediato.
Na minha busca por autenticidade, opto por dizer o que penso sem me disfarçar ou moldar às expectativas alheias. Acredito que a verdade, por mais crua que seja, liberta e cria vínculos sinceros. Contudo, reconheço que essa honestidade pode por vezes afastar aqueles que se refugiam na suavidade das verdades temperadas, e é nesse contraste que aprendo a navegar as complexidades das relações humanas.
A minha lealdade é outra faceta dessa dualidade. Sinto-me profundamente ligada aos meus princípios e às pessoas que me são queridas, mas também aprendi que a lealdade absoluta pode se transformar em teimosia quando impede a adaptação e o crescimento. Há momentos em que insisto demasiadamente numa ideia ou num caminho, mesmo quando a realidade me mostra a necessidade de mudança, e nesses instantes aprendo a ceder para poder avançar.
Sou exigente – comigo mesma e com o mundo que me rodeia. A minha busca pela excelência e pela profundidade é uma fonte de motivação, impulsionando-me a ir além do superficial. No entanto, essa exigência pode se converter em dureza, criando conflitos internos e externos. A constante tensão entre o desejo de perfeição e a realidade imperfeita que nos cerca é um desafio que encaro com humildade, ciente de que cada imperfeição é também uma oportunidade de crescimento.
Nesta jornada, a dualidade que me habita não é um obstáculo, mas sim uma parte intrínseca e enriquecedora da minha humanidade. Os opostos – a paciência e a impaciência, a rigidez e a flexibilidade, a sinceridade e a sensibilidade – coexistem em mim e formam o equilíbrio necessário para que eu possa ser verdadeiramente inteira.
Se Deus quiser, continuarei a trilhar este caminho com a humildade de quem reconhece as suas contradições e a coragem de transformar cada tensão numa lição. Pois, no fundo, a dualidade é a essência da minha existência, a chama que me impulsiona a ser autêntica, a ser honesta, e, acima de tudo, a ser humana.