O Privilégio Inexistente
Dizem que meu filho, ao nascer, fora abençoado,
Com dons sublimes, talentos enfeitiçados.
Na escola, dizem, sempre estava à frente,
Mas o segredo não era talento latente.
Em cada foto, ali, no centro a brilhar,
Mas era só a vista, a desculpa a disfarçar.
Tantos disseram que a sorte o abraçou,
Mas a realidade é bem mais crua, que ironia vou mostrar.
Suas notas, constantes, sem qualquer elevação,
Mesmo distante, a mesma decepção.
Não foi a sorte, o privilégio algum,
A mesma mediocridade, o mesmo jejum.
Ia às festas, as migas em volta a dançar,
Mas qual mérito? Apenas a vista, nada a celebrar.
A pergunta, enfim, vou responder,
Meu filho nunca foi privilegiado, é preciso entender.
Encontros casuais, falas sem intenção,
Dois conhecidos, uma só conversa em vão.
A verdade é clara, a realidade nua,
Privilegiado? Não, apenas uma perspectiva crua.
No fim, nada mudou, nem a sorte, nem o lugar,
A mesma sina, a verdade dura de encarar.
Que riam, que falem, pois a ironia é clara,
Meu filho nunca foi privilegiado, a
vista é que o mascara.
Noutra escola agora está, mais distante,
Mas as notas, ah, continuam como antes.
De mérito falavam, um prodígio diziam,
Mas o tempo mostrou o que antes não viam.
Hoje encontrei a nova professora ao sol,
Na praia, uma coincidência, sem controle.
Nada combinado, um encontro casual,
Mas já longe da antiga escola, nada anormal.
Dizem que, antes, o privilégio era o que fazia,
Mas agora, veem, a mesmice persiste dia após dia.
As notas, sempre iguais, sem brilho, sem glória,
O mesmo enredo, uma contínua história.
A verdade, crua, sem retoques ou enfeites,
Meu filho, sem a sombra de favoritismos, sem deleites.
Na nova escola, as notas são iguais,
Mostrando que não eram privilégios reais.
Que falem, que pensem, a verdade prevalece,
Não há privilégio que a mediocridade encobre ou esquece.
A coincidência na praia, só o destino a brincar,
Mas já não importa, nada mais a ocultar.
Noutra escola ou na mesma, o resultado é fiel,
A vista não engana, a verdade é cruel.
A mesmice continua, o talento nunca foi real,
A mesma história, repetida em qualquer local.
Noutra escola agora está, mais distante,
Mas as notas, ah, continuam como antes.
De mérito falavam, um prodígio diziam,
Mas o tempo mostrou o que antes não viam.