Domingo
Domingo é um dia singular, um oásis de tranquilidade no deserto das responsabilidades semanais. Ainda a casa mergulha no silêncio matutino, todos ainda embalados pelo sono. Apenas a cadela da família, sempre fiel, se adianta para me dar os bons dias, a abanar o rabo com entusiasmo contagiante.
O aroma do café e das torradas acabadas de fazer começa a encher a cozinha. O som do crepitar do pão na torradeira é um convite irresistível ao prazer simples de um pequeno-almoço partilhado. Enquanto distribuo pequenos pedaços de pão para a cadela, sinto uma profunda conexão com a simplicidade deste momento, um ritual matinal que transcende palavras.
Hoje é um dia de preparação especial. Vou à missa e, num gesto de respeito e reverência, escolho a minha roupa de Domingo. É curioso como a vida nos transforma. Há tempos, a ideia de me vestir assim para ir à igreja parecia distante, quase inconcebível. No entanto, aqui estou eu, com a roupa escolhida com cuidado, pronta para honrar a casa do Senhor, nosso Deus. Este gesto de respeito não é apenas uma tradição, mas uma expressão de fé e gratidão, uma maneira de mostrar o apreço pelo divino.
A paz e a serenidade envolve-me enquanto preparo-me. Sinto-me em harmonia com o mundo, uma sensação de felicidade tranquila que desejo preservar. Se Deus quiser, este estado de espírito perdurará, sustentar-me-a ao longo do dia e da semana que aproximasse. É um sentimento de plenitude que enche o coração, uma mistura de alegria e serenidade que só o Domingo pode proporcionar.
Este dia é um presente, uma oportunidade de renovar o espírito, de encontrar a calma e a felicidade nas pequenas coisas – o carinho da cadela, o aroma do café, a roupa cuidadosamente escolhida, a missa que se avizinha. Tudo contribui para um quadro perfeito de um Domingo maravilhoso, onde cada detalhe é uma manifestação do amor e da graça divina.