Labirinto de Fogo
Te vejo ali, firme e intensa,
Teus olhos chamam, profundos, vorazes,
Cada gesto teu, um convite à presença,
Cada curva, um segredo que arde.
O tempo foi generoso contigo,
Lapidou-te em formas de pura poesia,
És vinho maduro, és chama e abrigo,
És noite estrelada e brisa macia.
O perfume que exalas embriaga,
Um rastro quente que fica no ar,
Teu cheiro me cerca, me prende, me marca,
E faz meu corpo em febre dançar.
Aproximo-me lenta, sentindo o teu pulso,
A respiração que hesita e promete,
Teu corpo é um livro de versos ocultos,
Que minhas mãos deslizam, segredos em prece.
Meus dedos percorrem o contorno do teu rosto,
Descem suaves pela curva do pescoço,
Minha boca segue esse trilho exposto,
Deixando um beijo, um suspiro ardiloso.
Sinto tua pele quente sob a minha,
O arrepio que nasce ao menor toque,
Minhas mãos descem, sem pressa, sozinhas,
Exploram teu corpo, descobrem teus portos.
A brisa brinca com os fios do teu cabelo,
Meus lábios deslizam, navegam tua pele,
Teus ombros são fogo, teu peito um apelo,
E minhas carícias, um rio que ferve.
Minhas mãos descem pela linha da tua cintura,
Traçam caminhos entre os teus mistérios,
Tua pele responde, rende-se à ternura,
E cada suspiro revela um império.
Subo lenta pela parte interna da tua coxa,
Desenho promessas com a ponta dos dedos,
Teu corpo arqueia, tuas mãos me puxam,
E no ar só restam gemidos e segredos.
Nada em ti é pressa, tudo é incêndio,
Cada curva, um abismo sedutor,
És labareda, desejo em silêncio,
És pele, és alma, és puro calor.
Me perco em ti, na febre e no sonho,
Teu corpo me guia, sem medo ou demora,
E no entrelaçar de desejo e abandono,
A noite se estende e nunca vai embora.