Amanhã...
Amanhã será um dia especial. Um dia atarefado, cansativo, mas profundamente necessário. Levanto cedo e sigo rumo a Fátima, ao Dia do Deserto, para me recolher, para conversar com Deus e com a Virgem Maria. Não vou em busca de bênçãos, mas sim da Sua graça. Quero que me encham daquilo que preciso para ser um ser humano melhor, para que o meu coração nunca endureça, para que eu nunca me perca em rancor, ódio ou vingança. Quero curar as feridas — as minhas e as dos outros — com empatia, com compreensão, com amor.
Não estou aqui para me diluir, para apagar a minha essência. Deus sabia quem eu era quando me chamou. Ele conhece os meus dons, foi Ele que me deu a criatividade, a vontade de escrever, de pintar, de tocar música, de dançar. Se me tirassem isso, deixaria de ser eu mesma. Gosto de viver intensamente, de sair, de falar, de estar entre pessoas, de sentir a energia da vida a pulsar à minha volta. Há quem não compreenda, quem julgue, mas sei que Deus não me quer infeliz. Ele ama-me exatamente como sou e sabe que, para O honrar, não preciso de me anular, apenas de me equilibrar.
Também agradeço. Agradeço tudo o que tenho, tudo o que sou. E peço que afaste de mim os inimigos, aqueles que não têm lugar na minha vida, aqueles cuja energia pesa, que me travam, que não me querem bem. Que apenas fique quem realmente importa, quem acrescenta, quem caminha ao meu lado com verdade.
Amanhã, no silêncio de Fátima, vou olhar para dentro. Vou escutar a voz de Deus e sentir a presença de Maria. Vou pedir forças para crescer, para continuar a curar sem me perder, para nunca deixar que a amargura tome conta de mim. Quero ser luz, quero ser amor. Quero ser cada vez mais eu mesma, com verdade, com coragem e com fé.