Poesia: O Êxtase das Palavras

A poesia é um corpo em febre, uma dança de emoções que se entregam sem reservas ao papel. Cada verso é um suspiro, uma carícia sutil que desliza pela pele da página, provocando arrepios de encantamento. A escrita pulsa como um coração acelerado, vibrando com o desejo de se fazer ouvir, sentir, tocar.

Nasce uma palavra, tímida como um beijo leve. Depois outra, atrevida, roçando os lábios da imaginação. E então vêm as rimas, como mãos inquietas, explorando os espaços entre as sílabas, compondo uma melodia íntima, que se intensifica a cada estrofe. O poema se curva e se expande, arqueia-se em prazer, deixando que o leitor o descubra com olhos famintos, como quem desvenda segredos sussurrados ao pé do ouvido.

As metáforas deslizam como gotas de desejo sobre a pele da folha branca. A tinta escorre como suor, marcando o papel com vestígios de paixão e entrega. Cada linha escrita é um toque, um arrepio, uma explosão de sensações que reverberam na alma. A poesia não apenas fala, ela geme, suspira, grita e silencia, num jogo inebriante de ritmo e intensidade.

E quando o ápice se aproxima, quando o clímax das palavras se forma entre imagens sublimes e sentimentos à flor da pele, o poema se entrega por inteiro. Os versos se arquejam, os significados se multiplicam, os sentidos se misturam numa explosão de cores, sons e emoções. O orgasmo da poesia acontece quando a última palavra ressoa no ar, preenchendo o vazio com seu eco intenso e insaciável.

Depois do êxtase, resta o silêncio. Mas não um silêncio qualquer. É um silêncio pleno, saturado da presença da poesia que se fez corpo, alma e fogo. O leitor respira fundo, como quem desperta de um sonho febril, ainda sentindo na pele o calor das palavras que o tocaram. E então, já tomado por uma nova fome, ele retorna ao poema, desejando vivê-lo novamente.

Porque a poesia, assim como o amor, nunca se esgota. Ela se refaz, se reinventa, se multiplica. Cada leitura é um novo toque, uma nova descoberta, um novo arrepio. E assim, nos entregamos a ela, sem medo, sem fim, na eterna busca por orgasmos de poesia.

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