Defesa

 Eu reflito profundamente sobre os motivos que podem levar alguém a desejar vingança. Na minha posição, reconheço que sentimentos de injustiça e dor podem provocar um desejo ardente de retribuição. Contudo, escolho não ceder a essa tentação.

Em primeiro lugar, a vingança perpetua um ciclo de sofrimento. Ao procurar retaliar, apenas replico o mal que recebi, contribuir para uma espiral interminável de dor. A vingança, embora possa oferecer uma satisfação momentânea, não cura as feridas emocionais; antes, alimenta o ressentimento e a amargura, corrói a minha paz interior. Além disso, ao ferir familiares ou destruir a reputação de alguém, ultrapasso os limites da moralidade. Estas ações, particularmente quando envolvem crianças, são desumanas e indefensáveis. Crianças são seres inocentes e vulneráveis, que não têm culpa nas desavenças dos adultos. Atacá-las, direta ou indiretamente, é uma violação dos princípios mais básicos de decência e humanidade.

Também considero que a destruição da reputação de alguém é uma forma de violência silenciosa, mas devastadora. A reputação é um bem precioso, construído ao longo de anos, e arruiná-la pode ter consequências irreparáveis. A difamação degrada não apenas a vida profissional de uma pessoa, mas também as suas relações pessoais e o seu bem-estar emocional. Assim, ao escolher não me vingar desta maneira, preservo a minha integridade e evito causar um dano profundo e permanente a outrem.

Finalmente, ao rejeitar a vingança, cultivo a minha própria evolução pessoal. Optar pelo perdão e pela compreensão não é sinal de fraqueza, mas de força e sabedoria. Esta escolha permite-me crescer como indivíduo, promovo a empatia e a compaixão. Acredito que a verdadeira justiça e paz são alcançadas através da reconciliação e do diálogo, e não pela retaliação. Portanto, ao refletir sobre os motivos para não optar pela vingança, reafirmo o meu compromisso com a ética e a humanidade. Prefiro transformar a dor em aprendizagens e a injustiça em oportunidade de crescimento, mantenho sempre a dignidade e o respeito por mim mesma e pelos outros.

Portanto, ao refletir profundamente sobre a natureza e as consequências da vingança, concluo com firmeza que não me vou vingar. Opto por uma via diferente, mais digna e construtiva: vou defender-me. Reconheço, com muito pesar, que a necessidade de defesa não era o que eu desejava inicialmente. A minha intenção nunca foi encontrar-me numa posição onde fosse necessário proteger-me ou aos meus entes queridos de atos de injustiça ou maldade. Contudo, a realidade impõe-se, e é imperativo agir com discernimento e ética.

Defender-me e defender os meus é uma responsabilidade que assumo com seriedade. Entendo que a defesa não é sinónimo de vingança; ao contrário, é uma resposta justa e equilibrada às adversidades que nos são impostas. A defesa implica proteger a integridade física e emocional, estabelecer limites claros e assegurar que a justiça prevalece, sem recorrer a atos de retaliação que apenas perpetuariam o ciclo de dor. Assim, reafirmo o meu compromisso com uma abordagem que privilegia a proteção e a justiça, sem cair nas armadilhas da vingança. Vou erguer-me com dignidade, proteger-me a mim e aos meus, e enfrentar as adversidades com coragem e honra. Desta forma, mantenho a minha integridade e contribuo para um mundo mais justo e compassivo, infelizmente vai colocar em causa uma pessoa que já nutri muito respeito e consideração, não vou falar com ela irá saber quando tudo estiver resolvido e receber a carta para apresentar o contraditório.

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