Já não pergunto.

 Já não pergunto por que fizeste

O que fizeste.

Pergunto como é que eu deixei,

Como é que eu, mãe,

Deixei-te,  quase "amiga",

Chegar tão perto do meu filho,

E no fim, humilhá-lo,

Destratá-lo,

Rebaixá-lo diante de outros,

Mentir sobre ele.

Como é que eu deixei?


Eu deixei,

Porque confiei.

Porque eras mais do que uma professora,

Eras minha suposta quase "amiga".

Entreguei-te o meu filho,

O meu maior tesouro,

Acreditando que o tratarias com o cuidado

E o respeito que ele merecia.

Mas o que fizeste foi tão longe do que eu esperava.

Agora pergunto,

Como é que deixei?


As tuas palavras, que deveriam educar,

Viraram pedras,

Humilhações que o feriram,

E eu, cega de confiança,

Não vi.

Como pude não perceber

Que em vez de ensiná-lo,

O estavas a rebaixar?

Enquanto eu seguia uma linha reta de confiança,

Tu criavas curvas de desprezo,

Pisavas o seu orgulho,

E fazias dele um alvo

Para a tua autoridade injusta.


Gritaste que estavas certa,

Quando me confrontei contigo,

E eu, ainda atordoada,

Tentei acreditar.

Mas o que fizeste,

As humilhações,

As mentiras que contaste sobre ele,

Destruíram não só a confiança,

Mas também a amizade que deveria ser inabalável.


Como deixei que isto acontecesse?

Como deixei que tu,

Que tinhas nas mãos o dever de cuidar,

Ferisses tão profundamente

O coração do meu filho?

Destrataste-o quando ele precisava de apoio,

Mentiste sobre ele quando merecia a verdade,

E humilhaste-o onde deveria se sentir seguro.


Tentei, como mãe,

Enxugar as lágrimas que ele chorou,

E como amiga,

Tentei encontrar justificativas.

Mas nada justifica

O que fizeste.

Nada apaga o mal que causaste.


O que nos separa agora,

É muito mais do que a dor de uma quase amizade perdida.

É a ferida de uma mãe que confiou,

E que agora vê o filho sofrer.

O que resta entre nós,

É apenas o vazio,

A sensação de ter sido traída,

E a certeza de que nunca poderei esquecer.


Amiga, já não pergunto por que fizeste,

Pergunto a mim,

Como é que deixei.

Como deixei que tu,

Alguém em quem confiava tanto,

Humilhasses, destratasses,

Rebaixasses o meu filho,

E mentisses sobre ele.


Foi por confiança,

Foi por carinho ao que éramos,

Mas a verdade é que o teu erro

É uma cicatriz que nunca vai desaparecer.

Agora, só me resta a pergunta

Que ecoa mais forte a cada dia:

Como é que eu deixei?

Como é que deixei o meu filho

Nas mãos de quem o magoou tanto?

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