Professora, O Abraço Que Fica
Os pais nem sempre vêem. Talvez, para eles, o aprender resuma-se a notas, a fichas completas, a trabalhos entregues. Talvez não percebam o que está por trás, o esforço invisível, a paciência que não tem fim, a dedicação que não cabe em horários nem em relatórios. Mas há quem veja. Há quem sinta.
Os seus meninos e meninas sabem.
Sabem que a sua voz os acalma quando o medo aperta, que o seu olhar firme os guia quando hesitam, que o seu sorriso é um porto seguro quando o mundo lhes parece grande demais. Percebem no jeito como diz os seus nomes, na forma como nunca desiste deles, na segurança de saberem que ali, na sua sala, são importantes. São mais do que alunos – são pequenos seres humanos a crescer, e você está lá, a ajudá-los a encontrar-se.
Você não ensina apenas letras e números. Ensina-os a tentarem outra vez quando falham. Ensina-os a respeitarem-se uns aos outros. Ensina-os a acreditarem em si próprios. E isso, professora, não se apaga. Isso não é um trabalho, é um dom.
Pode não ouvir um "obrigado" todos os dias. Pode sentir que alguns nunca entenderão o que faz por eles. Mas um dia, quando forem adultos, quando olharem para trás, lembrar-se-ão da professora que acreditou, da professora que nunca virou costas, da professora que os fez sentir capazes.
Por isso, seja branda consigo. Sei que se cobra, que leva para casa os que não conseguiu alcançar, que sente cada falha como um peso nos ombros. Mas a educação não se mede no imediato. É um processo longo, um semear paciente. Nem todas as sementes germinam no seu tempo. Mas um dia, muitas delas florescem.
E aí, talvez já não esteja lá para ver. Mas estará em cada palavra que aprenderam consigo, em cada gesto de bondade que souberam replicar, em cada conquista que teve o seu início, sem que soubesse, na sua sala de aula.
O mundo precisa de mais professores como você. Mas, mais do que isso, precisa de mais seres humanos como você.