Cara senhora anônima,
Sua mensagem me causou estranheza, pois não tenho certeza do que a motiva a se dirigir a mim dessa forma "carinhosa". No entanto, suponho que esteja curiosa sobre a minha decisão de transferir meu filho da escola, após largos meses ainda existe esta pergunta constante, por isso, me sinto na obrigação de esclarecer alguns pontos.
É verdade que a mudança de escola foi uma decisão difícil, mas necessária para o bem-estar do meu filho. As últimas experiências que ele vivenciou na sua antiga instituição, infelizmente, não foram positivas.
Em vez de um ambiente acolhedor e propício ao desenvolvimento, ele se deparou com críticas constantes, julgamentos e até mesmo isolamento. As suas palavras, embora ditas com aparente boa intenção, feriram a sua autoestima e o deixaram triste e desanimado.
Acredito que a educação vai além da mera transmissão de conhecimento. Ela deve também nutrir o desenvolvimento emocional e social das crianças, criando um ambiente onde se sintam seguras, valorizadas e respeitadas.
Infelizmente, a escola que meu filho frequentava nos últimos meses não proporcionava isso. A obsessão por uma falsa homogeneidade, que excluía e rotulava as crianças que não se encaixavam no molde ideal, era evidente.
Ao contrário do que a senhora possa imaginar, meu filho não era "problemático" ou "disruptivo". Ele era simplesmente uma criança com suas próprias características e necessidades, que merecia ser acolhida e guiada com compaixão e compreensão não iludida e posta de lado.
Felizmente, encontramos uma nova escola que abraça a diversidade e valoriza o potencial individual de cada aluno. Lá, meu filho se sente feliz, motivado e confiante. Ele finalmente encontrou um lugar onde pode ser ele mesmo, sem medo de ser julgado ou excluído.
Quanto à senhora, não tenho ressentimentos. Lamento que tenha se sentido incomodada com a nossa presença, mas não posso me submeter a um sistema que privilegia a falsa quietude em detrimento do desenvolvimento individual. Não posso ficar a ver meu filho sofrer, quanto ao que dizem a meu respeito, tudo bem, meu filho se despediu da senhora no último dia era só ter reparado na criança e tinha visto o que se estava a passar.
Espero que este texto sirva como um lembrete de que a educação deve ser um processo humanizado, que valoriza a individualidade e promove o bem-estar das crianças. Agradeço a preocupação em esclarecer e dar tantas informações e notícias, lamento imenso informo que não tenho o mínimo interesse em receber.
Atenciosamente,
Uma mãe que sempre defenderá o direito do seu filho à felicidade.