A bondade é uma escolha — e eu escolhi-me.
Há algo profundamente irónico, até hilariante, na forma como certas pessoas reagem à presença de virtudes humanas como se estas fossem uma ameaça ao equilíbrio do seu cinismo. Aproximam-se, farejam como cães desconfiados, e sentenciam: “Ninguém é assim tão bom. Está a fingir.” Como se a integridade fosse um disfarce carnavalesco. Como se a generosidade fosse um golpe de marketing. Como se a empatia não passasse de um truque de ilusionismo emocional. Perdoem-me o sarcasmo. Mas é que há limites para o absurdo. Eu não finjo. Sou mesmo assim — e não porque nasci iluminada numa noite estrelada sob um eclipse em Sagitário. Sou assim porque lutei, milímetro por milímetro, contra a versão mais selvagem, instintiva, impulsiva e egoísta de mim. Não me foi dada, esta versão que hoje vos fala. Foi construída — tijolo a tijolo, cicatriz a cicatriz, dia após dia, com uma disciplina quase monástica. A minha honestidade? Foi afiada na forja das conversas difíceis que tive comigo própria. A minha paciê...