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Reflexão pessoal - Preparação

 "Mesmo longe dos altares, Deus caminha connosco — porque Ele habita onde há fé viva, onde há coração disponível, onde há silêncio que escuta. Mas nós, como católicos, sabemos: o centro da nossa fé, o cume da nossa espiritualidade, é a Eucaristia. Por isso vamos à Igreja no Dia do Senhor, não por obrigação, mas por amor, por fidelidade, por necessidade de alma." Não procuro a Deus por me considerar justa ou especial. Procuro-O porque sei o quanto sou frágil. Sei quantas vezes falho, duvido, me perco. E é precisamente por isso que me lanço aos braços de Deus — porque só Ele me conhece por inteiro e, mesmo assim, não desiste de mim. Jesus Cristo não veio ao mundo para os sãos, mas para os doentes (cf. Lc 5,31). E eu reconheço, com humildade, a minha enfermidade espiritual: preciso d’Ele, todos os dias. Mas este Deus que procuro não está escondido apenas nos templos. Está presente na Igreja, sim — de modo real e sacramental — mas também caminha connosco no quotidiano, nas estrad...

Reflexão - maio

Na vastidão silenciosa do espírito humano, trava-se diariamente uma batalha subtil mas poderosa entre a soberba e a humildade, entre a vontade de dominar e a disposição para servir. No contexto da vida cristã, este combate adquire contornos espirituais profundos, pois está em jogo não apenas o ego, mas o próprio sentido de pertença ao Corpo de Cristo. A liturgia, a Palavra e a tradição mística da Igreja ensinam-nos que a humildade não é anulação, mas exaltação pela via da verdade, e que o orgulho, mesmo quando discreto, é uma sombra que nos afasta da luz. Reflexão Espiritual À semelhança dos homens de Babel, também nós, nas nossas rotinas e ambições, somos tentados a construir torres interiores que desafiam o céu. Somos instigados, quase instintivamente, a sobrevalorizar os nossos méritos, esquecendo que toda a graça provém de Deus. Contudo, a Palavra é clara: “a soberba precede a ruína” (Pr 16,18). Esta advertência não visa a nossa aniquilação, mas o nosso despertar. Sim, por vezes de...

"Amo-te infinitamente": um gesto de amor que ressoa no tempo

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Há instantes na vida que se gravam em nós como se fossem eternos. Não pela sua grandiosidade exterior, mas pela profundidade emocional que os sustenta. Receber esta pequena homenagem do meu filho, feita com as suas mãos na escola, foi precisamente um desses instantes: um momento suspenso no tempo, onde o coração se reconhece, se comove, se ilumina. Ao olhar para este quadro tão singelo — cartolinas em forma de coração, palavras inocentes, letras tremidas, desenhos infantis — percebo o quão profundo pode ser o gesto mais simples. E imediatamente, o meu pensamento volta-se para a professora, essa figura tantas vezes silenciosa, mas que com sabedoria e afecto soube semear esta celebração do amor. A sensibilidade de uma professora que ensina com o coração É preciso uma alma generosa para compreender que o ensino vai além dos conteúdos programáticos. Que educar é também formar laços, abrir espaço para a expressão emocional, cultivar o afecto. Esta professora, ao propor esta actividade tão a...

Entre o Despertar e a Eternidade

 Há dias que não começam — simplesmente nos apanham no meio do cansaço, arrancando-nos da cama como se a alma ainda dormisse. Hoje foi um desses dias. Acordei tarde, num susto. O corpo ainda pregado ao colchão, como se tivesse adormecido num tempo paralelo. O relógio impiedoso marcava 8:00, e às 8:30 já deveria estar a caminho da Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Foi um arranque sem café, sem o ritual sagrado de preparar a marmita para o almoço partilhado — um gesto pequeno, mas carregado de significado. Na pressa, deixei para trás os hábitos e levei apenas o essencial: a vontade de cumprir a missão. Ainda assim, à hora marcada, entre batidas de coração aceleradas, entrei no carro. E partimos. O destino era mais que um lugar físico — era uma experiência espiritual: a peregrinação até ao Cristo Rei. Chegámos e fomos recebidos por um mar de crianças, sorrisos e vozes juvenis que ecoavam alegria. Os escuteiros enchiam o espaço com jogos e cor, enquanto os vários movimentos da Igreja...

Por Que Existem Santos? A Santidade como Resposta ao Infinito

 Muitos, com genuína perplexidade ou serena curiosidade, interrogam-se sobre a existência dos santos. Num tempo em que o espírito moderno é moldado pela desconfiança, pela dúvida metódica e pela sedução do imediato, a figura do santo parece, à primeira vista, deslocada, quase anacrónica. Contudo, a presença dos santos não é um resquício devocional do passado, mas sim um sinal ardente de eternidade inscrito na história. Eles existem porque Deus, sendo Infinito, escolheu manifestar-se no finito; porque o Verbo se fez carne — e continua a fazer-se carne, através de homens e mulheres que deixaram a Graça tocar e transfigurar as suas existências frágeis. Jesus Cristo, na radicalidade das Suas palavras, não propõe uma moral de compromisso, mas um horizonte de plenitude: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Não porque se espere de nós uma impecabilidade sobre-humana, mas porque somos chamados a caminhar — com esforço, dor e esperança — rumo a uma perfeição de a...

Maria.

 Há silêncios que gritam. E entre todos os silêncios que falam ao nosso espírito, nenhum é tão doce quanto o silêncio de Maria. Ela não precisou de muitas palavras. Seu "sim" bastou. Um "sim" dado no escuro, sem saber os passos seguintes, mas com o coração totalmente entregue à vontade de Deus. Ali, naquela entrega silenciosa, começou a salvação do mundo. E desde então, Maria não parou de caminhar ao lado de seus filhos. O Papa Francisco disse que Maria é presença. Ela não se impõe, mas está sempre ali. Discreta como o orvalho da manhã, forte como uma mãe que vela o filho na febre. Maria é a Mãe que consola, que nos sustenta quando nossas pernas tremem, que recolhe nossas lágrimas quando ninguém mais percebe que estamos a chorar por dentro. Quantas vezes caminhamos pela vida com o coração cansado, sem rumo, com medo de tudo. E então, num canto de igreja, numa oração sussurrada, numa imagem simples, sentimos o manto de Maria nos cobrir. E ali, debaixo dele, há paz. F...

1 de Maio – A Mãe que Habita o Silêncio

Hoje é o Dia do Trabalhador. Mas não é sobre o labor do mundo que me debruço; é sobre o labor do amor. Sobre o ventre que me gestou, sobre a alma que me moldou, sobre a mulher que hoje completaria 78 anos — se a eternidade não a tivesse já chamado para si. Há datas que não se inscrevem apenas no calendário, mas na carne. O primeiro de Maio tornou-se, para mim, uma dobra no tempo: um lugar onde a ausência se faz presença e a saudade se manifesta como uma brisa antiga que ainda sabe o caminho do coração. A minha mãe — mulher de estatura majestosa, com 1,86 metros de força e integridade — foi a primeira paisagem do mundo que conheci. O seu corpo foi casa, e a sua voz, alicerce. Carrego-a comigo, não como memória estática, mas como pulsação viva. Habita-me nos gestos, no modo como abraço a vida, na forma como escuto, como falo, como amo. Honro-a ao procurar ser justa, ao não recuar diante da verdade, ao cuidar dos outros com a dignidade que ela me ensinou. Era uma mulher de olhos fundos, t...

"A estrada do coração: pensamentos do Papa Francisco para tocar a alma"

A vida não é um ponto de chegada, mas um chamado constante ao caminho. O Papa Francisco nos recorda que somos todos peregrinos, viajantes espirituais, em busca de sentido, de luz, de Deus. “A vida é uma peregrinação. Mesmo quando caímos, o Senhor nos estende a mão para nos levantar.” E isso nos consola, porque revela que não caminhamos sozinhos. Caminhamos com Ele, e uns com os outros. A fé é o combustível da alma nesse percurso. Não é teoria ou ideia decorada, mas uma experiência viva, enraizada na confiança e na entrega. “A fé não é uma luz que dissipa todas as nossas trevas, mas uma lâmpada que guia nossos passos na noite.” Uma fé que toca, que sente, que espera. Uma fé que não se cansa de recomeçar, porque conhece a misericórdia de Deus: “Deus nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão.” No coração dessa jornada está o amor – não o amor romântico e passageiro, mas o amor que se doa, que serve, que transforma. “Amar é sair de si mesmo e ir ao encontro dos ...

Reflexão -Quando se diz tudo, em silêncio também.

Há momentos em que o mais difícil não é falar — é manter o tom certo. Ficar no equilíbrio entre o que se sente e o que se escolhe não devolver. Hoje posso dizer, com uma serenidade quase poética, que consegui. Escrevi o que precisava ser dito. Sem dramatismos, sem exageros, sem ataques. Fiz aquilo que, tantas vezes, parece pequeno, mas que exige força interior: fui sincera, fui clara, e fui gentil. Não escrevi para causar impacto, nem para justificar-me. Escrevi como quem oferece uma prenda — simbólica, íntima, feita de palavras e intenções. Um gesto para lembrar, caso se queira lembrar, o que eu tenho de melhor. Fui capaz de demonstrar compreensão, mesmo sem receber o mesmo. Perdoei, sem nunca ter ouvido um pedido. E desejei — genuinamente — o melhor. Porque é assim que quero viver: com leveza, com respeito por mim e pelos outros, mesmo os que não ficaram. Desejei um caminho bonito na profissão. Que seja lembrada, como muitos desejam ser, pela presença e pelo afeto que deixa nas crian...

Morri...

 Tenho morrido. Inúmeras vezes. Sem flores, sem velório, sem dramatismos públicos. Morri em filas de espera por mensagens que nunca vieram. Morri em “depois falamos” que nunca se concretizaram. Morri em jantares em que me sentei inteira e levantei-me em cacos, por perceber que estava a partilhar a mesa com alguém que confundia presença com ausência polida. E morri, tantas vezes, de tédio — porque há gente que é tão vazia que falar com eles devia contar como sessão de espiritismo. Mas, claro, não fui enterrada. Fui reciclada. Renascer é uma arte. Aliás, é a única arte que realmente domino. Já não me comovo com finais. Estou emocionalmente climatizada para catástrofes — as minhas e as alheias. Descobri, entre um colapso e outro, que a dor depura. É como um bom vinho: melhora se souberes esperar e beber com o copo certo. Ou atira-te para o chão, se for barato e mal escolhido. Aprendi a distinguir ambos. Cada vez que me despedacei, reconstrui-me com mais ironia, mais filtro solar emoci...

28/04/2025 -Quando Tudo Falha, a Escola Permanece

Era perto das 11h30 quando o quotidiano urbano sofreu um colapso súbito. A eletricidade desapareceu num estalar de dedos. Os telemóveis emudeceram, órfãos de sinal. Os semáforos extinguiram-se, devolvendo o trânsito a uma anarquia primitiva, de buzinas ansiosas e motores impacientes. A cidade mergulhou num transe estranho — uma distopia em miniatura. E, no entanto, no meio deste cenário desordenado, onde a modernidade mostrava a sua fragilidade, algo extraordinário acontecia: a escola mantinha-se de pé. Serena. Funcional. Viva. Ali, entre paredes desprovidas de luz e corredores sem rede, existia um verdadeiro oásis de organização. A ausência de tecnologia não desfez o tecido que unia aquela comunidade educativa. Pelo contrário, revelou a sua solidez. Sem internet, mas com ligação humana. Sem rede, mas com apoio mútuo. Sem eletricidade, mas com luz interior. Era um ecossistema em harmonia. Os docentes moviam-se com precisão silenciosa, articulando decisões sem necessidade de convocatóri...

Domingo dá misericórdia.

 Hoje celebrámos a Pascoela, o chamado Domingo da Misericórdia, e foi como se todo o peso do mundo se tivesse dissolvido na mais doce brisa da paz. Este dia, tecido de serenidade, superou qualquer descrição possível, como se as palavras, frágeis, se quebrassem perante a grandiosidade silenciosa do que vivi. Recebi o convite para um piquenique com os jovens e um grupo da igreja — convite esse que, noutro tempo, teria acolhido com entusiasmo juvenil. Contudo, este ano, havia um compromisso já firmado: passar o dia com amigos muito queridos, num espaço que é quase uma extensão da minha própria casa. A decisão revelou-se não só acertada, mas necessária. O meu filho, radiante, encontrou na piscina coberta um oceano de alegria. As crianças mergulharam no tempo, indiferentes à passagem das horas, emergindo apenas quando o aroma da comida as obrigava a reconhecer, ainda que relutantemente, o chamamento da mesa. O riso infantil, puro e vibrante, entrelaçava-se com as conversas dos adultos —...

Domingo de pequenas revelações

 Hoje é domingo. Levanto-me cedo, como de costume. Faço a minha higiene matinal, escolho com cuidado aquilo que me apetece vestir, e, num gesto que já é uma oração silenciosa, agradeço a Deus. A gratidão tornou-se a moldura dos meus dias, mesmo nos dias em que pesa mais do que flui. Sigo até à cozinha e preparo o pequeno-almoço. Enquanto bebo o meu café, entrego-me aos meus rituais preferidos: ler ou escrever, deixar que a manhã, ainda tão pura, me envolva. Hoje, porém, o silêncio foi interrompido. O telefone tocou cedo demais. Uma amiga ligava-me, o que me surpreendeu. Atendi, e ouvi um convite inesperado, daqueles que a vida envia como quem lança pedrinhas no lago da nossa rotina. Respondi-lhe que só mais tarde poderia dar resposta — depois da catequese e da missa, rituais que ao domingo guardo como sagrados: primeiro o alimento da alma, depois o da vida social. Quando desliguei, reparei que tinha um e-mail por ler. Ontem, por honestidade e sentido de educação — princípios que ca...

Manifesto Pessoal: A Revolução da Alma

 Eu sou a mulher que se ergue, ainda que os ventos da vida me tenham derrubado inúmeras vezes. Eu sou a soma das minhas quedas, mas também sou a força que me fez levantar. Não há vergonha em cair. Não há vergonha em errar. A vergonha mora onde a mentira se instala, onde a negação se faz presente, onde a coragem se dissolve no medo. Eu escolho a verdade que carrego em mim: a verdade dos erros, a verdade dos recomeços, a verdade das lágrimas que regaram o solo onde cresci. Sou feita de escolhas erradas e acertos duvidosos. Sou feita de dúvidas e certezas passageiras, de sonhos despedaçados e de esperanças reconstruídas. Fui ensinada a temer o erro, a temer o fracasso, a temer a imperfeição. Mas hoje, sei: o erro é meu aliado. O erro não é um fardo, é uma ponte. É através dele que me torno quem sou, é nele que encontro o chão onde posso crescer, é nele que aprendo que não existe verdade absoluta, que não existe linha reta para a felicidade. Eu sou a mulher que ousa. Que ousa seguir, m...

Venerável...

 "Todos nós nascemos originais, mas a maioria morre como uma cópia." — São Carlo Acutis Essa frase ressoa como um eco divino no abismo de uma humanidade cada vez mais uniformizada. Ao nascermos, somos um reflexo único do infinito criador: cada alma traz consigo uma marca original, um traço irrepetível do Amor que a sonhou desde toda a eternidade. Deus não repete almas; Ele cria com a delicadeza de um artista que jamais se contenta com cópias. No entanto, à medida que crescemos, somos moldados por padrões, expectativas, comparações, e pressões que tentam encaixar nossa essência numa forma pré-fabricada. A sociedade muitas vezes nos ensina a temer o diferente, a esconder o incomum, a sufocar o extraordinário que habita em nós. E assim, pouco a pouco, nos afastamos do projeto original que Deus desenhou em nosso coração. São Carlo Acutis, em sua breve e luminosa vida, nos lembra que a santidade não é uma fotocópia de grandes santos do passado, mas a expressão autêntica do amor de...

O Diário da Mãe

 Quando os filhos nos devolvem quem somos Uma crónica sobre escuta, crescimento e o poder da palavra partilhada. Às vezes, os momentos mais transformadores não se anunciam com fanfarras. Acontecem assim, entre o tilintar dos talheres, as conversas sobre o trivial e os risos que ecoam de fundo como banda sonora de um almoço em família. Foi num desses almoços — acolhidos com carinho por uma matriarca de coração generoso — que a vida resolveu surpreender-me. Ou talvez não tenha sido a vida. Talvez tenha sido o meu filho, ou Deus. Estávamos à mesa, em plena partilha de histórias e impressões, quando uma situação alheia se tornou tema. Uma dessas dinâmicas humanas que, por mais banais que pareçam, reflectem a complexidade da nossa dificuldade em comunicar com verdade. Eu, com alguma franqueza — e talvez impaciência — comentei que as duas pessoas envolvidas estavam a ser “estúpidas”. Não por maldade. Mas por não serem transparentes, por se refugiarem no silêncio, em vez de enfrentarem o ...

Questionário.

 Hoje respondi a um questionário. Não daqueles banais, automáticos, de múltipla escolha ou frases feitas. Foi um inquérito íntimo, extenso, exaustivo — daquelas auscultações que nos obrigam a olhar para dentro com os olhos bem abertos, sem filtro, sem fuga, sem desculpa. Tocava em tudo: amor, família, feridas antigas, decisões, fracassos, silêncios herdados e criados. Uma espécie de raio-X da alma. Quase clínico. Mas hoje, partilho apenas uma secção. Só uma. A das perguntas sobre amizade. Não porque tenha sido a mais difícil, nem sequer a mais dolorosa — mas talvez a mais reveladora. Porque ao falar dos outros, falei de mim. Ao descrever o que me deram ou tiraram, revelei o que tolerei, o que consenti, o que permiti por medo, por carinho, por cansaço ou, simplesmente, por não saber como fazer diferente. Respondi com uma lucidez que surpreenderia quem me julgasse quebrada. Não houve raiva nas palavras, nem ironia amarga. Apenas a precisão de quem já atravessou demasiado para continu...

Livro de 3 João

O Livro de 3 João é a terceira e última carta do apóstolo João no Novo Testamento. A carta tem um tom pastoral e pessoal, dirigida a um cristão chamado Gaio. Em seu conteúdo, João expressa apreço por Gaio, elogia sua hospitalidade e seu comportamento fiel, e denuncia a conduta de Diótrefes, que se opõe à autoridade do apóstolo. Este livro destaca a importância da hospitalidade cristã, do apoio aos missionários e da necessidade de viver em conformidade com a verdade. Embora muito breve, a carta de 3 João oferece princípios valiosos para a vida comunitária e as relações dentro da igreja. Estrutura do Livro de 3 João Versículos 1-4: Saudação e Elogios a Gaio João inicia a carta com uma saudação calorosa a Gaio, a quem considera muito amado e fiel. Ele expressa grande alegria ao ouvir falar da fidelidade de Gaio à verdade, assim como seu amor e hospitalidade para com os irmãos que vêm à sua igreja. Versículos 5-8: Incentivo à Hospitalidade O apóstolo encoraja Gaio a continuar oferecendo ho...

Professora.

Devemos ser verdadeiros, e fazer os elogios sentidos , quando meu filho terminar o ano o farei publicamente com o nome do estabelecimento escolar que é exemplar, um ensino de excelência com profissionais exímios, tanto auxiliares como coordenadora mas principalmente a professora do meu filho, são profissionais de educação incríveis. Embora vivências passadas tenham alterado meu ponto de vista,  tornei- me antagonista com a classe docente, este estabelecimento escolar merece o reconhecimento do seu trabalho e dedicação . Por agora sem a indicação de onde ou quem. "A Senhora Professora que ficará para sempre no coração do meu filho" Um tributo à educadora que foi mais do que mestra — foi espelho, refúgio e inspiração. A infância é um terreno fértil onde tudo germina com mais força: as alegrias, os traumas, os afectos, as palavras que marcam, os silêncios que ferem — e, sobretudo, as presenças que permanecem. No percurso escolar do meu filho, passaram três professoras. Mas é ape...

Morte...

 Onde está, afinal, a morte? Não aquela figura simplista, encerrada em imagens populares de fim ou de tragédia inevitável, mas a morte enquanto conceito, enquanto realidade ontológica. Será a morte uma cessação absoluta ou, antes, uma transição, uma invisibilização do ser ao olhar limitado dos sentidos? A morte, na sua essência mais profunda, não é ausência do ser, mas ausência da presença – uma separação momentânea entre o visível e o invisível, entre o tangível e o eterno. Há, no entanto, uma morte que transcende o biológico. Uma morte que se insinua sorrateiramente no interior humano, que se manifesta não em corpos que tombam, mas em almas que se apagam. É a morte do espírito, aquela que nos rouba a capacidade de sonhar, de amar, de nos maravilharmos, de crer. Esta morte não é natural – é consequência. É fruto de um mal mais radical: o pecado. O pecado que aliena o homem de si próprio, dos outros e, sobretudo, de Deus. Não é por acaso que Santo Agostinho definiu o pecado como “a...

Francisco: O Papa que tocou o coração do mundo

Hoje, a Igreja não chora como quem perde, mas como quem sente a partida de um querido amigo, um filho amado. O Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, descansou agora nos braços do Pai, a quem serviu com amor incondicional e verdadeira humildade. O homem partiu, mas o pastor permanece, e o amor que ele espalhou entre nós, esse amor que veio de Deus, não se apaga. Ele continua a nos tocar de formas que só o Espírito Santo pode traduzir. Francisco foi, sem dúvida, o Papa de todos — dos mais próximos e dos mais distantes, dos que caminharam com ele e dos que se perderam no caminho. Ele foi o Papa de quem precisava de acolhimento, de quem buscava consolo, de quem estava no silêncio das periferias e no grito dos abandonados. O Papa dos pobres, dos migrantes, dos marginalizados. Ele olhava para o Cristo Crucificado nos olhos dos necessitados e neles via o próprio Deus. O Papa do olhar acolhedor Francisco não se limitou a ocupar um trono de pedra. Ele desceu, com os pés cansados e o coração ch...

Reflexão pessoal.

Sangue de Cordeiro: A Força de Quem Não Responde na Mesma Moeda Hoje foi um daqueles dias em que a alma é tocada de forma subtil, mas irreversível. Na homilia, o padre, com uma serenidade que apenas os que escutam mais do que falam conseguem carregar, disse algo que ficou a ecoar dentro de mim: “Não coloques pedras no caminho dos outros.” Parece simples. Mas como tantas verdades essenciais, essa também é, em si, profundamente revolucionária. Estamos habituados a ouvir que devemos perdoar, amar os inimigos, oferecer a outra face. Mas quantos de nós, honestamente, vivem essa proposta? Quantos conseguem resistir ao impulso de devolver o mal com o mal, de retribuir traição com indiferença, ofensa com silêncio gelado, agressão com palavras cortantes? Foi então que ele contou uma história que não conhecia — e que, confesso, me deixou em silêncio interior. Uma serpente, ao ver um cordeiro a passar, envenenada pelo seu próprio instinto destrutivo, lançou-se sobre ele, tentando mordê-lo. Mas o ...

Para vocês...

 Desejo, antes de tudo, uma Santa Páscoa a todos os leitores. Que esta época de renovação, de luz e de esperança vos toque de forma íntima, profunda, e vos traga paz onde houver inquietação. Nesta Páscoa, encontrei-me envolta por uma serenidade rara — uma paz que não depende das circunstâncias, mas que floresce no mais íntimo do ser. Uma paz que resiste aos dias difíceis, que persiste mesmo quando o mundo lá fora se agita, quando as sombras se alongam, quando os ventos contrários sopram com mais força. Esta tranquilidade — que por vezes parece quase sobrenatural — deve-se, em grande parte, à alegria que vejo nos olhos dos meus filhos. As suas conquistas, discretas ou grandiosas, são como pequenas luzes que se acendem no meu caminho. Elas aquecem-me a alma e dão sentido a tudo. Como família, temos caminhado com firmeza, com entrega, com amor. E é essa união, essa partilha de passos e silêncios, que nos fortalece. Mas esta Páscoa trouxe também um silêncio novo — o silêncio deixado po...