O que é bom corre (e às vezes voa)
Crónica de uma mãe maravilhada, emocionalmente lúcida, exausta com dignidade e com ascendente demoníaco assumido. O tempo não anda — dispara. Não caminha em linha recta, nem avisa quando vai acelerar. Não tem modos. É um atropelo invisível. Quando dei por mim, já estamos a fechar um ciclo. E o que sobra é uma saudade daquelas boas: sentida, clara, com sabor a missão cumprida. O meu filho já sente falta da professora. E eu também. Não é saudade pela rotina — vamos ser honestos, a rotina é, muitas vezes, um ritual matinal de sobrevivência e caos disfarçado de normalidade. É o circo logístico de todos os dias: mochila feita à pressa, meia perdida, lanche renegociado, e aquele olhar mortiço que só uma mãe em modo automático conhece. Mas existe algo especial. Algo que só se encontra quando o mundo conspira — para o bem. Encontrámos uma professora, uma escola, um lugar que nos aceitou, aceita como somos. Sem a necessidade de teatrinhos, sem máscaras, sem ter de fingir que eu sou a mãe perfei...