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Reflexão: dezembro 2024

 Testemunho e Reflexão Pessoal Na caminhada cristã, somos frequentemente desafiados a examinar não só as grandes decisões da nossa vida, mas também os gestos e palavras quotidianos. Enquanto mulher católica, consciente da responsabilidade de ser testemunha de Cristo no mundo, estas três perguntas soam-me como um exame de consciência sincero. São espelhos fiéis que me revelam se a minha fé está, de facto, enraizada no Evangelho. Sei o que é a humildade? A humildade é uma virtude central na vida cristã, mas muitas vezes mal compreendida. Ser humilde não é negar os dons que Deus nos deu, nem viver numa postura de falsa modéstia ou desvalorização. A verdadeira humildade é a verdade sobre nós próprios: reconhecer que tudo o que temos e somos vem de Deus. Jesus, nosso modelo perfeito, sendo Deus, fez-Se servo. A humildade d'Ele não diminuiu a Sua grandeza; antes, revelou a plenitude do amor. Assim também eu sou chamada a viver com os pés assentes na terra, sabendo que nada possuo por mér...

Reflexão: novembro 2024

 Testemunho e Reflexão Pessoal Na correria da vida, somos frequentemente atravessados por perguntas que nos obrigam a parar e a regressar ao essencial. Perguntas que mais do que simples interrogações, são convites a uma revisão interior, a um olhar sincero sobre a forma como temos vivido a nossa fé. Como mulher católica, não posso ignorar estas questões sem lhes dar uma resposta concreta, verdadeira e, sobretudo, encarnada na vida diária. Lembro-me de louvar a Deus? Lembrar-me de louvar a Deus é mais do que proferir palavras bonitas em momentos pontuais. Louvar a Deus é uma atitude permanente do coração, é um estado interior de reconhecimento, de gratidão e humildade. É saber que tudo o que sou e tenho provém d’Ele. Quantas vezes, no meio das preocupações diárias, esquecemo-nos de levantar o olhar e louvar? Quantas vezes o louvor é substituído pela murmuração, pela pressa, ou pela indiferença? No entanto, o louvor liberta. Quando louvo, deixo de me centrar nos problemas e volto a c...

Reflexão: outubro 2024

 Testemunho e Reflexão Pessoal Enquanto mulher católica, filha da Igreja, procuro viver uma fé encarnada, consciente e profundamente enraizada em Cristo. As questões que me foram colocadas recentemente ressoaram dentro de mim como um convite ao aprofundamento, à verdade e à entrega. Partilho aqui a minha reflexão, fruto da oração e do desejo sincero de deixar-me guiar por Deus e ser, de facto, luz e sal no mundo. Reconheço a Grandeza de Deus? Acredito que Deus Guia a Minha Vida? Sou Sal Que Dá Sabor à Vida dos Outros? Há perguntas que não se respondem apenas com palavras, mas sobretudo com a vida. Perguntas que nos interpelam, que exigem silêncio, introspecção e, mais ainda, uma entrega constante. São questões que nos obrigam a mergulhar no mais íntimo de nós mesmas, a colocar-nos diante de Deus com total sinceridade. Vamos então reflectir profundamente sobre cada uma delas. Reconheço a grandeza de Deus? Quando olho para o mundo, facilmente percebo sinais visíveis da grandeza divin...

Ossos Não São Troféus

 Há aberrações que a natureza, num gesto de ironia cósmica, insiste em deixar soltas pelo mundo. Não por erro de fábrica, mas quase como prova viva de que o livre arbítrio pode ser usado para descer ao mais rasteiro dos níveis. Há criaturas que parecem ter sido talhadas não à imagem de Deus, mas moldadas nas sobras, nos restos da criação, carregando em si uma amálgama nauseante de ignorância atrevida, moralismo vazio e uma astúcia reles, digna de ratazana de esgoto. Não lhe coube o gene da inteligência — essa ferramenta luminosa que permite ao ser humano erguer-se acima da mediocridade. Não. O que herdou foi outra linhagem: a da bisbilhotice crónica, da inconveniência descarada, do veneno disfarçado de virtude. Tem o hábito pérfido de mover-se nas sombras, nas esquinas, sempre a espreitar, sempre com a língua pronta para destilar malícia, mas sem nunca ter a decência ou a coragem de enfrentar à luz do dia. Depois de já ter sido apanhada, com provas, no acto de envenenar ambientes, ...

Cem Mil e Um Sentidos

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 Queridos leitores, Hoje escrevo-vos com o coração pleno e a alma serena, num daqueles raros momentos em que o silêncio interior se encontra em perfeita sintonia com o burburinho do mundo. Olho para estes números — cem mil cento e trinta e oito visualizações! — e não posso deixar de sorrir, não por vaidade, mas por gratidão. Porque cada leitura, cada partilha, cada olhar curioso ou crítico que passou por estas palavras foi, para mim, mais do que um simples número: foi sinal de vida, de conexão, de partilha autêntica. Aqui, neste cantinho virtual, há espaço para todos: para os que lêem com atenção, para os que folheiam ao acaso, para os que vêm por bem e até para os que chegam movidos por um olhar enviesado. A todos vos agradeço. Porque, conscientes ou não, cada um de vós ajudou a erguer este espaço, página após página, ideia após ideia. E se hoje o blog vai de vento em popa, devo confessar-vos: na minha vida pessoal, também sopra uma brisa suave, aquela bonança tranquila que não su...

Amor em Vez de Julgamento.

 Eu sou amada. Não porque o mereça ou porque tenha conquistado esse amor, mas porque Ele, em Sua infinita graça, escolheu amar-me antes mesmo que eu pudesse compreender o significado desse amor. No silêncio do meu ser, entre as inquietações da alma e as incertezas do mundo, há uma certeza que me sustenta: o único que realmente poderia julgar-me escolheu estender-me a mão, em vez de apontar-me o dedo. E essa verdade transcende qualquer lógica humana. Vivemos num mundo que cobra, que exige, que pesa sobre os ombros dos homens um fardo impossível de carregar. Esperam de nós perfeição, coerência absoluta, força inabalável. O mundo quer moldar-nos segundo os seus padrões efémeros, como se o nosso valor estivesse dependente da aceitação alheia, como se precisássemos de provar constantemente que somos dignos de amor, respeito e pertencimento. Mas e se eu disser que não preciso provar nada a ninguém? Que a minha essência não se define pelos parâmetros deste mundo, mas sim pelo olhar Daquel...

Escolhe-te.

 Já te perguntaste quantas vezes te anulaste em nome de algo que já não te serve? Quantas vezes aceitaste menos do que mereces porque te disseram que era o normal, que era o esperado, que era assim que a vida funciona? Durante demasiado tempo, eu fiz isso. Acomodei-me ao desconforto, aceitei migalhas, tolerei menos do que sabia que valia. E porquê? Porque mudar assusta. Porque enfrentar a verdade sobre onde estamos e para onde vamos pode ser doloroso. Mas sabes o que dói mais? Permanecer onde não se pertence. A vida é feita de escolhas, ainda que, por vezes, finjamos que não. Pensamos que não decidir também é uma opção neutra, mas não é. Ficar onde estamos, mesmo quando algo nos corrói por dentro, também é uma escolha. Escolher um trabalho que nos suga a energia sem nos dar realização é uma escolha. Permanecer numa relação que não nos acrescenta, que nos diminui, que nos impede de crescer, é uma escolha. Manter hábitos que nos afastam do nosso propósito e da nossa melhor versão é, ...

Tudo tem significado!

 Há momentos na vida em que a dor nos consome de tal forma que tudo parece perder o sentido. Quando alguém está a afogar-se, não precisa de aprender a nadar – precisa de ser resgatado. Da mesma maneira, quando a angústia se entranha na alma e a tristeza se torna um fardo insuportável, o que se precisa não é de sermões ou lições de moral, mas de um abraço silencioso, de um olhar compreensivo, de uma presença que não exija palavras. Aprendi, ao longo dos anos, que os dias difíceis não são meras fatalidades do destino, mas oportunidades disfarçadas. Sim, dói. Dói profundamente. Há dias em que a respiração se torna pesada e o peito parece comprimido sob o peso de algo invisível, inexplicável. E, nesses momentos, é fácil cair na ilusão de que estamos sós, de que ninguém pode compreender a vastidão do que sentimos. Mas, ironicamente, são exatamente esses dias que nos revelam quem realmente somos. A dor, por mais cruel que seja, é também uma mestra. Ensinou-me sobre os meus limites e, mai...

Luz ... Sombra

 Sou filha das marés, feita de sombra e lume, habitante desse intervalo onde a luz desenha contornos na escuridão. Escolhi ser claridade, mas carrego em mim a noite. Sei que a luz não anula a sombra — apenas a molda, apenas a dança com ela. Quem brilha demais projeta sombras fundas, e eu, que trago o coração aceso, conheço bem os fantasmas que me seguem. Gosto de me perder dentro de mim. Há quem chame solidão ao que para mim é regresso. Volto às minhas águas, mergulho nos meus abismos, encontro-me nas conchas esquecidas no fundo do tempo. Leio, escrevo, pinto, penso. Escuto-me. O silêncio não me assusta; pelo contrário, conforta-me, abraça-me como um velho amigo. Porque quem aprende a ser casa para si mesma nunca teme o deserto. Disseram-me um dia que eu emanava uma grande luz. Ri-me. Não porque duvide, mas porque sei que a luz é uma lâmina de dois gumes. Quem ilumina, expõe; quem brilha, atrai; e quem atrai, por vezes, chama para si o que é indizível. Mas eu não temo. Sou feita de...

O Milagre Que Nunca Veio

 A pior prisão não tem muros nem correntes. Não tem cadeados, nem grades, nem um carcereiro que nos vigia com olhar severo. Não é feita de pedra nem de ferro, mas do que fizemos e do que deixámos por fazer. Do que dissemos e do que silenciámos. Do que destruímos e do que desperdiçámos. É uma cela que carregamos dentro do peito, invisível aos olhos do mundo, mas inescapável para quem a habita. E o pior de tudo é que não há sentença que a finalize, não há absolvição, não há esquecimento. Porque a pior pena não vem de fora—não vem do julgamento alheio, da vergonha pública ou das consequências que a vida nos impõe. Essas são leves, passageiras. A humilhação pública dissipa-se, o tempo engole os rumores, as pessoas esquecem ou perdoam, porque cada um tem os seus próprios fardos para carregar. Mas a consciência… A consciência não esquece. A consciência não perdoa. Podemos disfarçar, preencher os dias com barulho e ocupação, rodearmo-nos de gente, construir um quotidiano que nos distraia ...

Ela...

 Ela desliza pela vida com a graça de uma pluma ao vento, sempre calculando cada movimento para que a brisa social a leve na direção mais conveniente. Nunca se compromete verdadeiramente com nada, porque o compromisso implica escolha, e a escolha implica responsabilidade – dois fardos que ela se recusa terminantemente a carregar. A sua vida é uma performance estudada ao espelho, um exercício interminável de coreografia social onde a ilusão de imparcialidade encobre uma agenda cuidadosamente orquestrada para benefício próprio. A sua indecisão crónica não é um traço de sensibilidade analítica, como gosta de fazer crer, mas antes um mecanismo de defesa contra o peso esmagador da responsabilidade. Ela hesita, pondera, balança, mas não por uma busca genuína pela melhor solução – simplesmente porque teme errar e, pior, teme que os outros percebam que errou. A imagem que projeta ao mundo é de um ser equilibrado e ponderado, mas a verdade é que por detrás da fachada de serenidade habita um...

Quando a Alma Reconhece

 A vida tem uma maneira peculiar de nos ensinar. Às vezes, os ensinamentos vêm envoltos em doçura, noutras vezes são duros, implacáveis, e deixam marcas que nunca se apagam por completo. Somos enganados, mas o pior não é a mentira alheia – é a nossa própria entrega voluntária à ilusão. Porque, no fundo, preferimos acreditar naquilo que queremos que seja verdade. Fechamos os olhos a sinais evidentes, ignoramos intuições, enganamo-nos a nós mesmos com a esperança de que o coração, por si só, seja suficiente para moldar a realidade. Mas a verdade sempre se impõe, mais cedo ou mais tarde. E quando o véu cai, resta-nos apenas a dor do desengano e a árdua tarefa de reconstrução. Foi assim que aprendi a erguer muros. A selecionar com precisão quem permito entrar no meu mundo. Tornei-me mais observadora, mais cautelosa, mais silenciosa. Mas por mais alta que seja a muralha, por mais fortificada que esteja a alma, há encontros que estão destinados a acontecer. São como chaves perdidas que e...

Ser mulher, ser mãe

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Hoje é Dia da Mulher. Entre tantas mensagens, entre tantos gestos de carinho que este dia traz, fui surpreendida de forma que nenhum presente do mundo poderia igualar. O meu filho, com apenas nove anos, entregou-me um texto que escreveu para mim e uma prenda que fez na escola. Pequenos gestos, simples aos olhos de muitos, mas imensuráveis no significado que carregam. Ao ler as palavras que ele me dedicou, senti algo profundo e arrebatador, uma emoção que transcende qualquer outra que já vivi. Porque, mais do que mulher, sou mãe. E ser mãe é viver através do coração de outro ser, é sentir cada dor, cada alegria, cada medo e cada conquista como se fossem nossos. Ser mulher já é, por si só, um ato de resistência e de amor. Mas ser mãe é uma revolução silenciosa, uma entrega diária que molda, que constrói, que ensina e que, ao mesmo tempo, aprende. É encontrar força onde parecia não haver mais, é manter-se firme quando tudo desaba, é ser o refúgio onde os filhos voltam quando o mundo se to...

Indomável e Inesquecível...

 Sou um universo à parte, um enigma que poucos conseguem decifrar. Dentro de mim, habita uma imensidão que não se explica em palavras simplistas. Sou um oceano de emoções em perpétuo movimento—por vezes, sereno e acolhedor, noutras, furioso e impenetrável. Sou maré cheia de sentimentos, correnteza de memórias, profundidade de sensações que poucos ousam compreender. Para quem me observa à distância, posso parecer reservada, introspectiva, talvez até distante. Mas aqueles que se atrevem a mergulhar nas águas da minha essência descobrem que sou infinitamente mais do que aparento. A intuição que me guia. Eu percebo antes de saber, sinto antes de ouvir. Capto as entrelinhas, interpreto os silêncios, leio os gestos e antevejo intenções. A minha intuição nunca me falha—é um dom, um instinto primitivo que me protege do engano e da deslealdade. Por vezes, permito que acreditem que me iludem, finjo não notar, deixo que pensem que dominam o jogo. Mas, dentro de mim, a verdade já se revelou mu...

Livro de Filemom

O Livro de Filemom é uma das cartas mais pessoais de Paulo no Novo Testamento, dirigida a um cristão chamado Filemom, a respeito de seu escravo fugitivo, Onésimo. A carta, ainda que breve, transmite grandes lições sobre perdão, reconciliação, graça e a nova identidade em Cristo. Ao escrever para Filemom, Paulo pede que ele perdoe Onésimo e o receba de volta, não mais como escravo, mas como irmão em Cristo. O livro trata, assim, de um conflito social e pessoal, ressaltando o poder transformador do evangelho, que redime e transforma até mesmo as relações mais problemáticas. Estrutura do Livro de Filemom Saudações e Agradecimento (Filemom 1-7) Paulo inicia a carta com palavras de agradecimento pela fé de Filemom e pelo amor mostrado a todos os santos. Ele expressa seu prazer no testemunho que a igreja tem dado devido à generosidade e bondade de Filemom. Apelo Pessoal para o Perdão e a Reconciliação (Filemom 8-21) Paulo faz um apelo delicado e pessoal a Filemom para que perdoe Onésimo e o ...

Super-heróis de Carne e Alma

Não se vence uma guerra sozinha, mas o coração, feito de luz e ferro, ergue muralhas e desmorona-se ao vento. Protege-nos, sim, mas consome-se no tempo. E o medo de pedir ajuda? Esse é um fantasma que sussurra no silêncio. Mas basta um passo— um único passo— como aquele do primeiro homem na Lua, para atravessar o abismo das incertezas, para tornar o impossível numa casa segura. Porque ninguém vê as tempestades dentro de nós, as noites em que a alma desaba e o peito se afoga num mar de prantos invisíveis. Nascemos sozinhos, dizem, mas morremos sempre no coração de alguém. Somos anjos com asas partidas, e só voamos quando nos seguramos. Caminharei, a um passo do teu passo, e travaremos o vento como deuses esquecidos. Seremos super-heróis, como eu e tu, e se sentires medo, aperta-me as mãos. Porque juntos somos eternos, invencíveis na proximidade, e para onde quer que vá, levo-te comigo. Somos gotas de chuva que caem de leve mas movem oceanos. As cicatrizes falam em sussurros, contam hist...

Livro de Tito

O Livro de Tito é uma das cartas pastorais de Paulo, escrita para o jovem Tito, a quem o apóstolo confiara a missão de liderar a igreja na ilha de Creta. Nesta carta, Paulo oferece orientações claras sobre a organização da igreja, a escolha de líderes qualificados e a conduta cristã em todas as áreas da vida. O Livro de Tito destaca a importância de uma vida de boas obras como evidência da verdadeira fé cristã e enfatiza que a graça de Deus nos capacita para viver de maneira santa e piedosa. O objetivo de Paulo é assegurar que Tito, em sua liderança, mantenha a ordem, o ensino correto e a ética cristã entre as comunidades de cretenses. Estrutura do Livro de Tito Capítulo 1: Qualidades dos Líderes da Igreja Paulo inicia a carta lembrando Tito de sua missão em Creta e dando instruções sobre os qualificativos que os anciãos (presbíteros) e bispos (supervisores) da igreja devem ter. Estes líderes devem ser irrepreensíveis, fiéis à palavra de Deus, exemplares em sua vida familiar e controla...