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Identefique-se😂😂😂

 Hoje, respondi a um e-mail de uma pessoa completamente desconhecida, pensei que a conhecia mas a verdadeira face dela é cruel, perguntei tudo o que tinha direito. Aquele momento clássico em que você abre a mensagem e pensa: "Quem será esta alma corajosa que decidiu me escrever?" Claro, sem assinatura, sem pistas, um verdadeiro enigma digital, de caras vi que algo se aproxima. Então, a primeira reação foi de pura curiosidade, seguida de uma leve frustração por não saber com quem estava a falar, voltei a enviar mail. Mas, em vez de simplesmente seguir o protocolo e responder com um educado "Caro/a", decidi dar um toque especial. Afinal, se a mensagem veio de alguém que se esconde nas sombras da internet, nada melhor do que retribuir com um pouco de mistério também.  E foi assim que, ao invés de usar o tradicional e formal "identifique-se" — aquele que soa tão impessoal, quase como uma obrigação da burocracia —, eu simplesmente escrevi no final "identef...

Lindo dia

 Hoje o dia está simplesmente lindo, e é impossível não se deixar envolver pela beleza que nos cerca. O céu, claro e radiante, reflete uma energia que parece convidar a todos a aproveitar cada momento. A luz do sol se espalha pelo ambiente, aquecendo o coração e trazendo uma sensação de paz e renovação. É como se o mundo tivesse tirado uma pausa para nos mostrar toda a sua grandiosidade. As cores vibrantes da natureza se destacam, e até o simples ato de respirar parece mais leve e revigorante. Momentos como esse nos lembram da importância de desacelerar e simplesmente estar presentes, apreciando o que a vida tem a oferecer de mais simples e ao mesmo tempo, grandioso. Em dias como hoje, somos lembrados de que, muitas vezes, a felicidade está nas pequenas coisas: uma brisa suave, o som dos pássaros, ou até mesmo o calor do sol tocando a pele. O dia está lindo, e é o convite perfeito para nos conectarmos com o momento, recarregar as energias e lembrar que, apesar das dificuldades, a b...

Rezar para Perder: Um Chamado ao Crescimento Espiritual

 Na caminhada espiritual, muitas vezes é necessário questionar o conceito de "ganho" com o qual estamos familiarizados. Na vida materialista, “ganhar” geralmente está ligado ao sucesso, à posse, à acumulação. Mas, na jornada do espírito, o verdadeiro crescimento muitas vezes se revela no que deixamos para trás, no que perdemos. Rezar para perder é, afinal, um ato profundo de transformação interior. Certa vez, ao perguntarem a uma mulher sobre o que ganhava com a sua oração diária, ela respondeu com uma sinceridade comovente: “Não ganho nada. Em vez disso, perco coisas.” Esta resposta aparentemente paradoxal encerra uma sabedoria antiga e poderosa: a oração, ao contrário do que muitos pensam, não é um pedido por bens materiais, prosperidade ou até mesmo soluções mágicas para os problemas diários. Antes, é uma prática de desapego, de purificação. Com a oração, ela perdeu o orgulho. Esse sentimento que nos separa dos outros, que ergue muros entre nós e o mundo, cede lugar à humi...

Eu não consigo...

 Eu não consigo conceber, em toda a minha estrutura íntima, a ideia de brincar com a dor do outro. É como se houvesse uma espécie de repulsa interna, um freio inviolável que me impede de encontrar satisfação, riso ou leveza no sofrimento alheio. Talvez porque eu mesma conheça o peso dos desertos que cada um carrega, aqueles desertos silenciados, queimados pela aridez das lutas internas e das feridas não cicatrizadas. São espaços vastos, intransponíveis, onde cada pedaço de nós é posto à prova, onde a sobrevivência se confunde com o sufoco e o silêncio ecoa como gritos abafados. Há quem não perceba ou escolha ignorar esses desertos alheios, preferindo achar graça nas fragilidades e nos tombos dos outros. Mas a mim, a simples ideia de somar ao fardo de quem já sofre parece desumana, quase grotesca. Porque, ao fim e ao cabo, vejo-me ali. Há um reconhecimento mudo, uma identificação com aquela dor que, mesmo não sendo minha, ainda me toca como se o fosse. Não é que me falte sentido de ...

Fátima... Virgem Maria

 Hoje dirigimo-nos a Fátima, a terra onde a fé encontra um espaço singular, um lugar consagrado por séculos de devoção e misticismo, onde as vozes se entrelaçam em súplicas silenciosas e onde o coração do crente encontra abrigo. É uma jornada que transcende a mera travessia física; é uma peregrinação da alma, uma busca incessante pelo divino e pelo sagrado. Em Fátima, o solo está impregnado de uma aura especial que exala uma paz indescritível, tocada pelo mistério das aparições de Nossa Senhora. No ano de 1917, três crianças simples, pastorinhos de Aljustrel – Lúcia, Jacinta e Francisco – testemunharam o esplendor da Virgem Maria, que lhes confiou mensagens de fé, oração e penitência para o mundo. Este local sagrado tornou-se, desde então, um epicentro espiritual, onde multidões se reúnem, movidas pelo amor e reverência à Virgem Santíssima, a mãe de Jesus, intercessora dos fiéis e símbolo inigualável de pureza e compaixão maternal. Hoje, ao chegarmos a este santuário, com o coração...

Beijo.

 O beijo é um universo em si, um momento suspenso no tempo, onde me encontro num labirinto de emoções e sensações. Cada toque, cada leveza de lábios que se aproximam, abre as portas de uma dimensão que transcende o físico. É como se os nossos mundos interiores se entrelaçassem num murmúrio silente, sem necessidade de palavras, onde tudo o que fica por dizer se desenha na textura desse breve instante. Para mim, o beijo é uma ponte. Uma ponte que atravesso entre a razão e o desejo, uma travessia que desnuda as barreiras erguidas pela lógica e pela prudência. No beijo, sou inteira, sou transparente, sou vulnerável e, ao mesmo tempo, intensa e corajosa. É um paradoxo, uma dança entre a firmeza de quem sou e a entrega de quem posso ser, pois, naquele contato, não há defesas, apenas uma exposição crua de sentimentos, desejos, fragilidades e anseios. Este toque de lábios tem a capacidade misteriosa de converter todas as minhas incertezas em uma certeza absoluta, ainda que efêmera, e de si...

O dia.

 Hoje foi um dia marcante, repleto de momentos que hão de permanecer na minha memória como uma prova viva do poder do voluntariado. Por vezes, na pressa das tarefas e no calor das exigências, as palavras saem com uma rigidez que não faz jus ao que carregamos no peito. E, no entanto, apesar dos momentos mais exigentes e dos tons que por vezes se elevam, tudo se encaixa, tudo flui, e o bem comum prevalece. O voluntariado tem disso – ele exige tanto quanto entrega, e, ainda assim, proporciona uma satisfação inigualável. Trabalhamos intensamente, entregamo-nos de corpo e alma a cada tarefa, e, entre os desafios, encontramos espaço para a alegria genuína, a partilha, e a cumplicidade que só a solidariedade é capaz de criar. Existe, neste labor altruísta, uma sensação de pertencimento que transcende a rotina; cada sorriso e cada olhar trocado fazem-me perceber que estou exatamente onde devo estar. Em meio ao trabalho árduo, há também momentos de descontração, pequenos episódios de riso e...

Curioso.

 Vivemos tempos curiosos, em que tudo é efémero e descartável, desde as informações que consumimos até as relações que cultivamos. Os encontros tornam-se fugazes, pautados pela pressa e superficialidade de um mundo saturado de conexões digitais, mas irremediavelmente carente de vínculos reais. Conquistar alguém para uma noite é tão fácil quanto deslizar o dedo numa tela de telemóvel, numa sucessão interminável de rostos e promessas vazias. No entanto, essa mesma facilidade, essa transitoriedade apressada, mina as possibilidades de uma ligação genuína. Difícil é amar alguém através dos anos, respeitando-lhe as falhas e abraçando-lhe as imperfeições. Mas que ninguém se engane – esta superficialidade das relações não é apenas um apanágio dos jovens. A chamada “terceira idade” também se vê seduzida por esta velocidade e banalidade dos encontros contemporâneos. Casais que mal se conhecem agem como se fossem companheiros de uma vida inteira, mas sem a densidade ou a cumplicidade de quem ...

O tempo...

 Ah, senhor Tempo, essa entidade austera e silenciosa, guardião de todos os segredos, confidente das dores que não ouso confessar, tatuador das cicatrizes que carrego em silêncio. És tu, mestre eterno das voltas que a vida dá, quem com tua mão invisível, mas decisiva, vai moldando os contornos da minha existência. Cada dia, cada hora, tu me revelas o poder que tens de conduzir o destino, de ordenar o caos, de dar sentido ao que outrora era apenas dor crua e sem resposta. Não corro atrás de ti, nem tento desvendar os teus mistérios, pois seria inútil; sei que és inatingível. Tu percorres a tua jornada sem pressa, sem pausa, como um rio que corre imperturbável, alheio aos tropeços de quem, como eu, busca compreender o seu próprio lugar no fluxo da vida. Percebo agora que és um poeta que me sussurra lições preciosas, lições que só o tempo é capaz de ensinar, no ritmo certo, na medida exata. Tempo, tu és o mais impiedoso e, ao mesmo tempo, o mais generoso dos mestres. És tu quem me ens...

O "ola".

 Era um daqueles almoços longos e despreocupados em que, entre uma garfada e outra, você se pega a discutir a natureza do universo, se Deus tem um senso de humor (eu diria que sim, considerando minha vida), e se a moralidade é inata ou socialmente imposta. Eu e minha amiga estávamos, como sempre, imersas em debates dignos de um simpósio grego, só que regados a vinho e perto de uma churrasqueira que conhecia mais carne do que qualquer churrascaria da região. Tudo corria bem até que o telefone dela tocou com uma urgência que fez nossos temas filosóficos parecerem secundários. “Já volto”, ela disse, desaparecendo para atender. Fiquei sozinha, cercada por pratos, talheres e um silêncio que, depois de tanto papo, soava mais alto do que qualquer grito. Decidi fazer o que uma boa hóspede deve fazer – limpar a mesa. Foi então que, como um sussurro saído das sombras, ouvi: “Olá”. Não um “olá” amigável, daqueles que te convidam para uma conversa, mas um “olá” que parecia ter saído das profun...

Oração

 Há momentos em que reconhecemos, com toda a humildade, que carregamos em nós não apenas virtudes, mas também imperfeições. Ontem, durante a missa, vivi um desses momentos de revelação. Em oração profunda, encontrei-me diante de Deus, expondo com sinceridade uma preocupação que há algum tempo tem rondado os meus pensamentos: a amizade do meu filho com um colega. Não é que eu nutrisse antipatia pelo menino, mas sentia, no íntimo, que ele não era a melhor companhia para o meu filho. Naquele momento, pedi a Deus que, se fosse da Sua vontade, fizesse com que o menino fosse transferido para outra escola, para que o meu filho fosse protegido de influências que eu considerava indesejadas. Assim que proferi essa súplica, um peso subtil instalou-se na minha consciência. Questionei-me sobre a natureza do meu pedido: estaria realmente a agir com amor e cuidado ou estaria a deixar-me levar pelo medo e pela necessidade de controlo? Saber que somos capazes de pedidos e sentimentos que podem não ...

Surpreendida.

Eu tenho uma memória prodigiosa, quase um arquivo organizado de pessoas, momentos, rostos, pequenos detalhes que se fixam em mim de forma vívida e quase inescapável. Justamente por isso, fiquei realmente surpresa com o que vivi hoje. Em plena conversa com uma mulher que me parecia um tanto desconhecida, ela me revelou, após uma hora de confidências, que fomos amigas de infância, colegas de escola primária. Era uma afirmação que, para mim, soou como uma novidade absoluta, pois, apesar de sua descrição calorosa e detalhada, eu não conseguia associar seu rosto a qualquer lembrança minha. Fiquei num silêncio que, talvez, ela tenha interpretado como cumplicidade, mas na verdade era o vazio de uma memória que, sem qualquer razão, simplesmente não existia. Ela falou com entusiasmo, descreveu situações, traçou cenas e gestos, quase pintando um quadro no qual eu própria era protagonista, vista através de seus olhos. Em seu relato, reconheci fragmentos do meu passado—brincadeiras, professora, ep...

O mandamento mais importante.

 Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos é o centro do ensinamento de Jesus e o caminho para o Reino dos Céus. Ele nos ensina que esses são os maiores mandamentos, revelando uma verdade que é, ao mesmo tempo, simples e profundamente desafiadora. Mas como cumprir esse amor ao próximo se, muitas vezes, julgamos, desprezamos e até nos sentimos superiores a ele? E ainda mais difícil, como amar aqueles que nos causam dor, que nos ferem ou que, por vezes, parecem estar em oposição ao nosso bem-estar? Jesus nos ensina que o amor verdadeiro deve ser incondicional, e isso exige de nós uma transformação interior contínua. Amar o próximo, no sentido mais pleno, inclui um exercício constante de humildade, empatia e perdão. Ele sabia que nossa tendência humana é a de nos proteger e, muitas vezes, nos isolamos em uma ideia de superioridade, julgando e acusando, como uma forma de evitar nossas próprias fragilidades e defeitos. Esse comportamento cria uma barreira entre nós e o ou...

Cada segundo...um presente

 Olho no espelho e vejo as marcas que o tempo esculpiu, como uma artista meticulosa que não deixa um só detalhe escapar. Rugas e linhas que contam histórias, cicatrizes leves do riso, lembranças profundas de lágrimas antigas. Cada marca é um lembrete dos passos que dei, dos sonhos que sonhei, das lutas que travei e das vitórias que conquistei. Mas, apesar dos sinais visíveis no corpo, dentro de mim há uma chama que permanece viva, um pulsar vibrante que o tempo não conseguiu apagar. Porque o tempo, ao invés de me pesar, deu-me a leveza da sabedoria. Cada ano que passa é um sopro de entendimento, uma gota de serenidade que amplia a minha visão do mundo e de mim mesma. Envelhecer é um presente raro, um privilégio precioso que nem todos podem desfrutar, e por isso não temo o passar dos anos; acolho-o com os braços abertos e o coração cheio de gratidão. O tempo, afinal, é um aliado quando sabemos olhar para ele com olhos de gratidão e uma alma sem medo. Todos os dias, lembro-me que "o...

O ideal.

 Desenvolvimento Pessoal: A Armadilha da Autenticidade Perda na Busca pelo Ideal Vivemos numa era onde o desenvolvimento pessoal é promovido como a panaceia para todos os nossos males. Livros, seminários, influenciadores digitais e gurus de autoajuda inundam as nossas vidas com promessas de transformação instantânea. O problema? Na busca por soluções fáceis, muitas pessoas abandonam a sua autenticidade, transformando-se em caricaturas de si mesmas, moldadas por ideais que nunca foram seus. Este fenómeno, que poderia ser um trampolim para o crescimento, acaba por ser uma armadilha que nos afasta da verdadeira essência. A Ilusão da Solução Rápida As redes sociais criaram um novo tipo de ícone: o indivíduo perfeitamente polido, que aparentemente encontrou a fórmula mágica para a felicidade e o sucesso. A pressão para se conformar a esses padrões pode ser avassaladora. Em vez de explorar as nuances da sua própria identidade, muitas pessoas embarcam numa busca frenética por respostas pr...

Segundo sim...

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 Nunca pensei que me casaria duas vezes com o mesmo homem. Não que o matrimónio, no seu sentido mais literal, me tenha alguma vez parecido um objetivo inalcançável — mas também não era algo que eu perseguia como uma obrigação sagrada ou um ideal de vida. Quando me casei pela primeira vez, foi um acordo prático, uma união de vida e responsabilidades, selada pelo estado e pelos papéis burocráticos. Não estava nas nuvens nem imersa em promessas divinas; éramos nós, num ato simples, que simbolizava o afeto e a parceria que construímos juntos. O curioso é que, ao contrário do que sempre imaginei, acabei por descobrir a fé. A fé que, confesso, observei com ceticismo na juventude, aquela mesma fé que muitos renegam, esquecem, ou simplesmente deixam para depois. Quem diria que eu, adulta já formada e com as ideias aparentemente resolvidas, um dia haveria de ser tocada de forma tão inesperada? Quem diria que, eu, sim eu, algum dia colocaria pés num caminho de peregrinação até Fátima, numa j...

Liberdade para Ser: A Mulher que Abraça sua Verdade

 Ela é livre – não porque alguém lhe deu permissão, mas porque decidiu, cada dia, tomar posse de quem realmente é. A liberdade que ela cultiva não se encontra em um livro de regras ou no olhar dos outros; está gravada em sua pele, na sua presença marcante, e na voz firme, mas cheia de empatia. De pele clara, o rosto oval é emoldurado por um nariz reto e proporcional, que traduz uma harmonia natural. Mas, sua beleza não se limita a essas características físicas. Ela cativa porque é real, porque carrega uma autenticidade que transparece em cada detalhe. É uma mulher que se recusa a moldar-se ao que esperam dela. Para ela, ser sincera e original não é apenas um traço; é uma escolha. E, ao ser livre, ela inspira outras mulheres a fazerem o mesmo. Liberdade, para ela, é viver com empatia e coragem. Significa poder abraçar o que sente, dizer o que pensa, e acolher as vulnerabilidades alheias – tudo sem abrir mão de quem é, nem por um instante. Essa mulher entende que ser livre é também u...

Ecos de Transmutação: A Reinvenção como Essência

 Sou eu, uma partícula viva neste vasto tecido cósmico, uma singularidade em constante transmutação. Somos todos rios, correndo incessantes, moldados pelas águas que nos caem, pela seiva que nos alimenta, pela luz que nos enche de sentido. Não somos estáticos, nem sequer em essência; cada instante somos outra, uma nova, uma nascente renovada de tudo o que absorvemos, de tudo o que deixamos cair sobre o solo dos nossos dias. Como as árvores que se nutrem da luz, que lançam raízes à procura do profundo, que colhem do solo os minerais e devolvem ao próprio chão suas folhas e frutos para renascerem em ciclos perpétuos de vida e morte, também nós nos entregamos, sem cessar, à reinvenção. Como uma árvore que se abre em copa para o céu, abro-me para os ventos da mudança, acolho as sombras e as luzes que em mim repousam, alimento-me do que sou e do que fui, em processos de autodevoramento criativo, fecundando o solo da minha própria existência. Olho o céu, e lá estão as estrelas, as irmãs ...

Espelhando Nossas Imundícies nos Outros: Falsidade, Dissimulação e Maledicência

 A tendência humana de projetar nossas próprias imperfeições e sombras nos outros é uma dinâmica complexa, marcada pela falsidade, dissimulação e maledicência. Muitas vezes, as inseguranças e insatisfações pessoais se manifestam na forma de críticas injustas e boatos, criando um ciclo vicioso de negatividade e desconfiança. Em vez de confrontar nossas próprias falhas e dores, buscamos alívio ou validação ao denegrir os outros, permitindo que a mentira e a má índole dominem nossas interações sociais. A falsidade, em suas diversas formas, é uma das manifestações mais prejudiciais dessa projeção. Quando falamos mal de alguém, geralmente estamos tentando esconder nossas próprias vulnerabilidades ou descontentamentos. Em vez de confrontar nossos sentimentos, utilizamos a linguagem como uma arma, distorcendo a realidade e espalhando boatos que podem prejudicar a reputação e a dignidade do outro. Essa dissimulação serve como um mecanismo de defesa, permitindo que nos sintamos superiores, ...

A Arma Perigosa: O Labirinto da Mente

 A mente humana é um território vasto e inexplorado, repleto de mistérios e nuances que se entrelaçam em uma tapeçaria de pensamentos, emoções e interpretações. Neste vasto universo mental, a arma mais perigosa que um ser humano pode utilizar é, sem dúvida, aquela que ele próprio forja: os pensamentos autodestrutivos e as crenças limitantes. Essa arma invisível, muitas vezes insidiosa, tem o poder de dilacerar a autoestima, corroer a esperança e obscurecer a percepção da realidade. Os demônios que habitam a mente, frequentemente alimentados por experiências passadas, inseguranças e medos, podem se tornar monstros incontroláveis, distorcendo a realidade e distanciando o indivíduo de seu verdadeiro eu. Cada crítica interna, cada dúvida, cada comparação injusta com o outro são balas disparadas contra a própria psique. Nesse contexto, o imaginário desempenha um papel fundamental, já que é nele que se moldam as narrativas que contamos a nós mesmos. Essas narrativas, por sua vez, podem s...

Minha opinião.

 O Respeito: A Arte de Ver Além do Julgamento No intricado mosaico da experiência humana, o respeito se revela como um valor essencial, uma luz que pode iluminar a escuridão da intolerância e do preconceito. No entanto, frequentemente nos deparamos com comportamentos de julgamento que se enraízam nas aparências, no status social e profissional, e na hipocrisia. A crítica, muitas vezes, torna-se um reflexo das nossas próprias inseguranças, alimentada por uma necessidade de validação e controle. Neste texto, pretendo explorar como o respeito pode servir como um antídoto para essas dinâmicas negativas, analisando a interseção entre o autoconhecimento, a empatia e a autenticidade, enquanto reflito sobre a importância de respeitar a diversidade humana em todas as suas dimensões. O Julgamento: Aparências e Estruturas Sociais O Julgamento das Aparências O julgamento baseado nas aparências é uma das formas mais insidiosas de preconceito. A primeira impressão que temos de alguém frequenteme...

Consciência.

 O exame de consciência é um momento íntimo, quase sagrado, em que permito que os meus pensamentos e as minhas ações passem pela lente da honestidade pura. É um processo de desnudar a alma, de retirar todas as máscaras que, consciente ou inconscientemente, fui construindo. Diante deste espelho sincero, não há como disfarçar; somos forçados a confrontar os nossos erros, a reconhecer as nossas falhas e, acima de tudo, a olhar com clareza para as intenções que nos movem. Nem sempre é fácil. Encarar o nosso reflexo exige uma coragem silenciosa, uma aceitação da nossa própria vulnerabilidade. Mas é exatamente ali, nesse confronto com as sombras, que começa a verdadeira aprendizagem. A aprendizagem contínua, por sua vez, é a consequência natural de quem se propõe a um exame de consciência constante. Percebo, com o passar do tempo, que o ato de aprender não se encerra em nenhum ponto específico. Nunca somos uma obra acabada; há sempre camadas para aprofundar, novos horizontes a descobrir ...

Silêncio

 Estou num momento singular, quase uma travessia silenciosa, onde tudo o que busco é paz – mas não aquela paz efêmera e fugaz que flutua na superfície. Anseio por uma paz que nasce do fundo, que acalma as tempestades internas e, ao mesmo tempo, afasta o ruído ao meu redor. A paz de que preciso agora é densa e cheia de significado, é uma calma que não se permite dissolver ao menor toque de caos externo, mas que, ao contrário, é firme, sólida, um abrigo para a alma. Sinto que as vozes ao meu redor, e até os gestos, precisam ser cuidadosas, ponderadas, ponderáveis. Tenho uma sede de conversas que se assentem numa base de sensatez, numa compreensão profunda de quem somos e do que carregamos. As palavras que hoje me atraem são aquelas ditas com intenção, com a sabedoria de quem já caminhou por sendas difíceis e soube retirar delas lições. Preciso de diálogos onde cada frase tenha peso, onde o silêncio seja tão respeitado quanto o discurso, e onde haja uma intenção sincera de construir u...

Desilusão Fotográfica: Expectativas vs. Realidade

 Lamento imenso informar, mas o email que vocês estão a usar para enviar fotografias não pertence a um fotógrafo. De facto, não esperem nenhum álbum da vossa conhecida favorita aos fãs, porque, na verdade, a única coisa que este endereço de email oferece é uma porta aberta para a confusão e uma avalanche de expectativas não correspondidas. Acredito que muitos de vocês se entusiasmaram com a ideia de receber uma coleção de imagens incríveis, repletas de momentos icónicos e poses glamorosas. Porém, a dura realidade é que a única coisa que se pode esperar ao abrir este email é um confronto com a frustração. Em vez de se depararem com uma produção digna de uma capa de revista, o que realmente encontrarão será uma realidade bem mais mundana. Não se trata de um fotógrafo à espreita com uma câmera de alta definição e um olhar artístico, mas de um endereço de email que, bem… digamos apenas que não faz parte do “clube dos fotógrafos”. Portanto, ao invés de se prepararem para receber um álbu...

Privacidade é para todos.

 Vivemos numa época em que a tecnologia molda as nossas interações de maneiras que,  apenas algumas décadas, pareceriam inimagináveis. As redes sociais, as mensagens instantâneas e a fotografia digital tornaram-se partes tão intrínsecas do nosso cotidiano que, muitas vezes, esquecemos de refletir sobre as implicações sociais e éticas de nossos comportamentos. Um dos fenómenos que mais me intriga é a incessante necessidade de compartilhar imagens pessoais, especialmente as fotos de outras pessoas, que parece ter se tornado uma prática comum e, em muitos casos, desrespeitosa. Recentemente, fui surpreendida ao abrir o meu e-mail e encontrar uma enxurrada de fotos de uma pessoa que não apenas conheço, mas que deveria ter o direito à privacidade em relação à sua imagem. Não é incomum que as pessoas enviem essas imagens sem pedir permissão, quase como se a captura de um momento fosse um direito acessível a todos. Se eu quisesse ver a cara de alguém, bastaria marcar um encontro e tir...

Acordar em paz

 Hoje, acordei com uma paz tão rara quanto inesperada. Não que o universo tenha de repente encontrado simpatia por mim, mas por algum motivo, a ansiedade habitual não estava lá, e senti-me suspensa num momento perfeito. Lá estava eu, deitada na cama, observando a luz suave da manhã, num silêncio quase respeitoso. E, só por um instante, tudo fez sentido. Por um breve momento, aquilo que me atormenta – as contas, as tarefas, os compromissos, as queixas que me chegam por e-mail e até as desilusões que a vida me reserva – pareceu insignificante. Por um instante, existi apenas eu, em paz. Não é que tenha havido algum milagre de organização ou que o caos da minha rotina familiar tenha encontrado uma nova ordem. Continuo a ser a mesma mulher, rodeada das mesmas urgências e inquietações. Sou mãe de dois filhos, cada um numa fase da vida que me desafia de maneiras diferentes: o meu menino de nove anos, cheio de energia e travessuras, e a minha filha de vinte e um, que já é uma mulher, mas q...