Entre Silêncios e Laços
Tenho descoberto em mim uma estranha e, ao mesmo tempo, serena afeição pela solidão. É curioso como, em meio à constante pressa e ao ruído incessante do mundo, encontrei refúgio na quietude dos meus próprios pensamentos. Há uma espécie de paz que só se revela quando estamos a sós, uma intimidade profunda com o eu que, por vezes, só o silêncio consegue desvendar. Não se trata, no entanto, de uma rejeição à convivência com outros, mas de uma escolha deliberada e consciente, quase como um regresso à essência. Tenho preferido a solidão ou, quando não estou só, a companhia da minha família, aquele círculo restrito onde o afeto é genuíno e as palavras são dispensáveis. Estar entre aqueles que partilham do mesmo sangue e das mesmas memórias traz-me um consolo quase ancestral, como se o tempo não tivesse o poder de corroer esses laços. É na família que o amor parece mais puro, desprovido de julgamentos ou expectativas. Ali, no seio desse grupo pequeno, posso ser eu mesma sem reservas, sem...