Vazio Disfarçado

 Quem és tu, afinal? Uma figura vazia, sem rosto, sem alma. Passas a vida a tentar comprar o que nunca poderás possuir: a atenção, a amizade, o respeito. Acreditas que, com gestos fúteis e ofertas ridículas, conseguirás enganar os outros, fazer com que te aceitem. Mas a verdade é que te tornaste uma piada, um espetáculo patético que ninguém leva a sério. A cada tentativa desesperada de te encaixar, afundas mais na tua própria mediocridade.

Pensas que a aprovação dos outros pode ser adquirida, como se sentimentos e conexões fossem coisas que se vendem e compram. Tentas seduzir com presentes inúteis, crendo que isso te torna mais interessante, mais relevante. Mas o que não percebes é que todos veem através de ti. Sentem o cheiro do desespero que escorre de cada palavra tua, de cada gesto forçado. As pessoas à tua volta fingem, sim, fingem que te aceitam, enquanto riem de ti pelas costas. És um objeto de desprezo e pena, uma figura trágica que insiste em não perceber a sua própria irrelevância.

E o que fazes com isso? Continuas a mudar, a transformar-te numa caricatura grotesca. O que gostas, o que vestes, como falas… tudo isso é moldado pelo que achas que os outros esperam de ti. Não tens identidade própria. És um reflexo distorcido das expectativas alheias, um camaleão que não sabe quem é. Tua vida é uma mentira, uma performance incessante que cansa até a quem te observa de longe. Não há autenticidade em ti, apenas uma sequência interminável de máscaras que vais trocando conforme a conveniência. És uma fraude, e o pior é que acreditas que ninguém vê isso.

Quem és tu, na verdade? Nem tu sabes mais. O espelho devolve-te um rosto que já não reconheces, uma figura que se perdeu em tantas tentativas frustradas de ser o que não és. A tua essência foi sufocada, estrangulada pelo medo de não ser suficiente. E agora, o que restou? Um eco vazio, um buraco que cresce dentro de ti, enquanto continuas a fingir que tudo está bem.

O mais triste é que acreditas que o problema são os outros, que és uma vítima das circunstâncias, quando a verdade é que és a tua própria carrasca. Construíste a tua própria prisão, feita de mentiras, manipulações e tentativas falhadas de comprar afeto. A cada gesto falso, a cada palavra que sai da tua boca sem um pingo de sinceridade, afundas-te mais na solidão que te rodeia, uma solidão que tu mesma criaste.

E, no fim, quando as luzes se apagarem, quem estará ao teu lado? Ninguém. Porque o que tu realmente compraste foi o desprezo, foi a distância, foi a indiferença. Tentaste construir algo com materiais podres, e agora tudo desmorona ao teu redor. E aí estarás, sozinha, encarando o vazio que sempre esteve dentro de ti, a verdade que tentaste esconder de todos, mas principalmente de ti mesma.

És uma farsa, um espetáculo ridículo que só provoca pena. E, quando tudo terminar, quando todos finalmente forem embora, restarás apenas tu e a tua insignificância, uma sombra que não deixou marca alguma no mundo.

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